Capítulo 1 - Luz no fim do túnel.

612 41 6
                                    

Rosalya.

Durante a minha vida, eu sempre invejei às pessoas. Todos pareciam conseguir o que queriam, menos eu. Todos podiam realizar os seus sonhos quando tinham dinheiro, e eu não tinha esse privilégio. Eu me sentia irritada na maior parte do tempo por conta disso.
  Eu sabia cantar, gostava de dançar e já havia escrito diversas músicas, meu sonho era ter uma carreira e finalmente ajudar meus pais com suas dívidas, no entanto, morar em uma cidadezinha no interior era algo que sugava qualquer oportunidade minha. Mesmo que eu também trabalhasse, tínhamos muitas dívidas e nada parecia dar certo.

Isso até o dia em que minha mãe me chamou para conversar. Naquele momento, um fio de esperança cresceu dentro de mim. Ela propôs que eu fosse morar com minha tia em sua casa na cidade grande, assim eu poderia arrumar um emprego melhor e quem sabe poderia arrumar dinheiro para lançar uma música ou coisa do tipo.
  Pela primeira vez em minha vida, eu senti um forte desejo, uma ânsia, um enternecimento, uma súplica. Eu finalmente enxerguei uma luz no fim do túnel.

E, depois de tantas horas de viagem, cá estava eu na rodoviária. Meu primo Gustav viria me buscar, e confesso que estava ansiosa para vê-lo. Nós sempre tivemos uma boa relação e eu adorava as músicas de sua banda. Só tinha um problema ali, e ele tinha nome e sobrenome: Bill Kaulitz. Eu não suportava ouvir sua voz nas músicas. Eu odiava vê-lo agradecendo às fãs pelo apoio após os shows e não suportava o fato de que ele fazia parte da banda. Eu só conseguia me imaginar no lugar dele, fazendo parte de algo de sucesso, porém, eu não pude ao menos tentar, ao contrário dele, que sempre teve tudo em mãos. Nada tirava da minha cabeça que ele era um filhinho de papai metido e que era eu quem deveria estar em seu lugar. Ele nem mesmo fazia aulas de canto, mesmo tendo dinheiro para isso! Isso mostra o quão preguiçoso ele é, e o quanto ele não merece tudo o que tem.

— Rosalya! — Ouço Gustav me chamando enquanto desce de seu carro para vir me ajudar com minhas malas.

— Gustav! — Lhe dou um abraço apertado, sendo retribuída na mesma intensidade.

— Como você está? — Pergunta colocando minha mochila em suas costas, logo me ajudando a pegar o resto das coisas que haviam ali.

— Estou ótima, principalmente agora que saí daquele fim de mundo.

— Eu imagino.

Durante o caminho até sua casa, conversamos bastante sobre nossas vidas e sobre tudo o que aconteceu nos últimos anos. Meu primo entendia perfeitamente o porquê de eu odiar o lugar aonde eu morava, visto que ele também não gostava de lá. Além de ser no meio do nada, a cidade era pequena e não tinha nada de divertido para fazer.

— Você já ouviu falar da minha banda?

— É claro! Eu adoro as suas músicas. — Comento animada.

— É, Bill escreveu a maioria, ele tem talento pra isso. — Ao ouvir o nome do indivíduo ser pronunciado, meu sorriso sumiu de meu rosto.

— Sei lá, esse garoto nunca me chamou muita atenção. Prefiro mil vezes o irmão dele. — Ele franziu o cenho.

— Tá brincando!? Quando você olha uma foto nossa, a primeira coisa que chama atenção são os cabelos espetados dele!

— Credo... — Resmungo e o mais velho ri de minha resposta.

— Tenho certeza que você vai gostar dos meninos.

Eu não acreditava muito no que me era dito, mas preferi concordar para não iniciar uma discussão. Eu não podia ignorar o fato de que Gustav era amigo dos garotos, então eu poderia deixá-lo desconfortável se falasse coisas negativas sobre um deles.
  Chegando na casa da minha tia após poucos minutos no trânsito, fui recebida por ela com um abraço apertado.

— Quanto tempo, Rosa. Como você está? — Ela continuava carinhosa, como sempre foi.

— Estou bem, e vocês? Faz um bom tempo desde que nos vimos pela última vez.

— Estamos todos bem. Entre, vou fazer algo para você comer. — A mais velha entrou em casa e eu a segui junto de Gustav, que carregava minhas malas. — Coloque as coisas dela naquele quarto no fim do corredor, filho. — Achei estranho ela pedir para ele fazer aquilo, eu jurava que eles teriam diversos empregados espalhados pela casa, que inclusive, era enorme. Eu me perderia facilmente naquele lugar.

— Tia, eu vou para o quarto para trocar de roupa e já venho comer. — Ela concorda com a cabeça e eu subo as escadas correndo, vendo meu primo saindo do quarto que eu deduzi ser o meu.

— Suas coisas estão todas aqui. Se precisar de algo, não hesite em me chamar. — O garoto sorriu e eu retribui, passando por ele para entrar em meu quarto.

Porra, aquele lugar era quase do tamanho da minha antiga casa! Eu estava maravilhada e meus olhos brilhavam, tudo parecia tão surreal. Logo eu, que nunca tive nada, agora sentia que tinha tudo. A ficha ainda não havia caído; eu finalmente poderia ter uma chance de ter uma carreira musical. Eu não deixaria nada me impedir ou me abalar.
  Após vestir uma roupa confortável, desci as escadas e fui até a cozinha aonde minha tia estava. Ela cozinhava algo que eu não pude identificar o que era, no entanto cheirava bem.

— Eu matriculei você em uma das melhores escolas daqui, tenho certeza de que vai se adaptar rapidinho. — Disse enquanto servia a comida em um prato.

— Por mais que seja a minha primeira vez mudando de escola, eu não estou tão nervosa. Estou com uma impressão de que meu primeiro dia de aula será bom. — Pego o prato com comida e o levo até a mesa aonde me sentei. — Obrigada, tia.

— Não precisa me agradecer. Sei que você não está acostumada com a cidade grande, então quero te ajudar a se adaptar. — Sorrio de forma tímida em resposta.

Nós jantamos em um clima agradável e o tempo passou mais rápido que o normal. Eu me sentia empolgada com tudo o que estava acontecendo, e não fiz questão de esconder. Conversei bastante com a minha tia sobre tudo o que eu estava sentindo e ela parecia gostar de me ouvir, porém eu ainda tinha que descansar porque tinha aula no dia seguinte.

— Já está tarde e eu nem vi o tempo passar, é melhor você ir dormir para estar bem no seu primeiro dia de aula. — Falou de forma afetuosa e eu concordei. — Vou pedir para Gustav te levar até a escola amanhã.

— Certo... De novo, muito obrigada por me receber aqui, e por tudo o que já está fazendo por mim.

— Boa noite, Rosa. — Ela sorri.

— Boa noite.

   Notas finais:
depois de mt tempo enrolando, finalmente soltei a fic do Bill <3
ela n vai ter capítulos tão longos como As it was, mas eu vou atualizar ela com mais frequência e etc

se gostarem da fanfic não deixem de comentar por favor, significa mt pra mim e é algo que me incentiva a continuar escrevendo

I hate everything about you - Bill KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora