Capítulo 4 - Um tempo com os meninos.

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Rosalya.

Sexta feira, 7:30 AM.

— Eu estou tão ansiosa para essa festa! — Bella chegou por trás de mim e de Evelyn, que estávamos conversando perto do bebedouro antes da aula começar.

— Eu vou fingir que essa sua ansiedade não tem nada a ver com o Dark Room. — Evelyn mexeu a cabeça em negação.

— Dark room? — Cruzei os braços.

— Você não contou à ela sobre a melhor parte da festa!? — A morena perguntou, indignada, e Eve revirou os olhos.

— Eu não acho grande coisa, por isso não falei nada. — A loira voltou sua atenção para mim. — Como o próprio nome diz, é um quarto completamente escuro. Você não consegue ver ninguém, e ninguém consegue te ver.

— Ou seja...? — Eu esperei que alguma das duas prosseguisse.

— A Evelyn esqueceu de citar a função principal do quarto: beijar. Você pode beijar qualquer pessoa, e provavelmente nunca vai saber quem foi.

— A melhor parte disso é que não vão rolar boatos sobre você. — Evelyn completou. — Tudo o que acontece dentro do Dark Room, morre lá dentro.

— Entendi... — Respondi ainda sem entender o porquê de tanta empolgação.

Eu também apresentei um certo desconforto, mas isso se dava ao fato de que eu nunca havia beijado ninguém, então eu não entendia como as pessoas conseguiam beijar desconhecidos daquela forma.

As garotas trocaram de assunto e nós ficamos conversando até o momento em que o sinal tocou, indicando que a aula iria começar. Bella avistou Marie chegando naquele instante e avançou na direção da garota para lhe cumprimentar, deixando eu e Evelyn para trás.

— Eve... — Chamei a atenção da loira. — Eu queria falar sobre uma coisa com você.

— Pode falar. — Evelyn parou de caminhar para que nós pudéssemos conversar.

— É sobre o Dark Room. — Olhei em volta, me certificando de que ninguém mais estava ouvindo aquela conversa. — A ideia parece legal e tudo mais, e eu realmente queria participar.

— E você pode.

— É que tem um problema... — Eu cocei a nuca, envergonhada, e minha amiga arqueou a sobrancelha. — Porra, é difícil dizer isso em voz alta.

— Deixe eu adivinhar, então. Você nunca beijou ninguém, não é? — Evelyn sugeriu e eu concordei com a cabeça sem hesitar.

— Por que você não parece surpresa?

— Lya, isso é algo completamente normal. Você é gata e tudo mais, então eu tenho certeza que não foi por falta de opção. — A forma no qual ela tratou aquela situação como se fosse algo completamente normal me tranquilizou MUITO. — Você só precisa me dizer o que você quer e eu vou te ajudar. Você prefere ter seu primeiro beijo com um desconhecido, ou está interessada em alguém específico?

— Todos dizem que o primeiro beijo é sempre uma merda, então eu prefiro beijar um desconhecido. Caso o beijo for ruim, a pessoa não vai ter como saber que fui eu.

— Fechado, então. Quando você entrar no Dark Room, me avise. Eu vou ficar por perto caso algo fuja do planejado.

— Obrigada. — Agradeci e nós fomos até a sala de aula.

Quando chegamos, eu me distanciei de Evelyn e me sentei ao lado de Kathrin. Eu não entendia porquê ela não se dava bem com as garotas, todavia eu não era próxima o bastante delas para perguntar algo sobre.

I hate everything about you - Bill KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora