Lendas de amor: Kara & Lena - Em Andamento.

Não vou me apaixonar

Uma semana se passou sem grandes novidades, nem mesmo o tão esperado beijo aconteceu novamente. Kara estava ocupada resolvendo questões do reino, enquanto Lena se dedicava a se  preparar mentalmemte para o casamento, cuja data já estava marcada. Nia, por sua vez, celebrou a conclusão de seu primeiro quadro, uma bela rosa que encheu Lena de orgulho.

Apesar de ainda lembrar muito de Jack, Lena percebe aos poucos que algo está mudando dentro dela. Ela está começando a superar o passado e a compreender que é hora de seguir em frente.

Pov.Kara

- Entra. - digo após ouvir três batidas na porta, mantendo meus olhos fixos nas folhas espalhadas sobre minha mesa, concentrada nos números ali presentes.

-Tudo bem, Princesa? Licença. - ela entra em minha sala e fecha a porta atrás de si. Ao reconhecer a voz, ergo o olhar em sua direção e retiro meus óculos. Lucy nunca desiste, não é?

-Posso te ajudar em algo? - pergunto.

-Humrum. -ela se aproxima das cadeiras diante da minha mesa e se senta com um sorriso. – Vai haver uma festa em meu reino, celebrando as alegrias da vida, e eu vim pessoalmente te convidar.

-Lamento informar, Lucy, mas não poderei comparecer. – Vejo sua expressão de decepção enquanto ela pensa. Recoloco meus óculos, assino um papel e o guardo em uma gaveta, sentindo seu olhar sobre mim.

– Kara, precisamos nos divertir juntas, e eu conto com você lá. –  Ela se levanta, contornando minha mesa e se posicionando atrás da minha cadeira, começando a massagear meus ombros.

– Eu estou prestes a me casar e há muitas coisas a serem resolvidas. – explico, sentindo-a apertar meus ombros com força e soltar um suspiro frustrado.

– Kara, estou sendo sincera contigo. Vim de longe para te fazer esse convite e você vai negar? Vai mesmo recusar ir à festa da princesa mais bonita? Sério mesmo?

–Lucy, você ouviu o que eu disse? Estou prestes a me casar. – reforço.

Ela solta meus ombros e se posiciona ao meu lado, fixando seu olhar furioso no meu.

– Quem é ela? – pergunta, colocando a mão em meu pescoço e apertando-o.

–Não seja insensata. Você sabe que tenho uma prometida. – respondo, afastando seu braço e me levantando.

–Kara, olhe para mim. Sei que você é capaz de se esforçar um pouco. Apenas admita que gosta de mim. – insiste.

– Por favor, vá embora. – peço, sentindo-me desconfortável com a situação.

– Eu sempre soube.– ela diz, sorrindo.

–Lucy, por favor. – repito, pedindo que ela parta.

Sinto uma dor aguda na ponta do dedo e seguro firmemente o braço de Lucy, levando-a até a porta. Abro-a e saio da sala, mantendo-a ao meu lado. Ela sorri.

– Lucy, não podemos ter nada além de amizade. – digo, soltando-a.

– Você só está dizendo isso porque é orgulhosa demais para admitir que me ama. – ela retruca, rindo.

A dor em meu dedo aumenta e percebo passos se aproximando. Então, vejo Lena, com um pano branco sujo de sangue pressionando seu dedo. O que isso significa?

–Essa é...?. – Lucy começa a perguntar.

– A princesa Lena Luthor.

Antes que Lucy pudesse dizer mais alguma coisa, Lena sai rapidamente e minha dor diminui. O que terá acontecido? Deixo Lucy onde está e vou atrás da morena de olhos verdes. Preciso conversar com ela. Por que me sinto na obrigação de dar explicações? Não sei.

Lena sobe as escadas em direção ao seu quarto, e eu a sigo rapidamente, sentindo a dor retornar. Quando ela abre a porta e entra, coloco o pé para impedir que ela a feche.

– Lena, espera.–  empurro a porta e ela dá alguns passos para trás.

– O que foi, Kara? – Ela está ofegante, olhando-me com aqueles olhos verdes que parecem conhecer todos os meus segredos, tudo sobre mim e até o que penso.

– Desculpa. –  coço a cabeça, sem jeito, desviando o olhar.

Ela não diz nada, mas há algo que eu preciso descobrir. Aproximei-me dela e a puxei pela cintura, fazendo o paninho que estava em sua mão cair. Peguei seu dedo e apertei, e ela gemeu sentindo a mesma dor que a minha. Isso é impossível.

– Onde você se machucou? – Olho para o local ainda saindo um pontinho de sangue.

– Com uma agulha, errei o lugar. – ela sussurra.

Olho para seus lábios rosados, seu decote no vestido preto  que realça suas curvas, e coloco minha mão em seu rosto, acariciando-o suavemente. Nossos lábios se encontram em um beijo sem pressa, calmo e delicado. Começo a guiá-la em direção à cama, onde a deito ficando por cima. Ela coloca a mão em minha nuca, continuando o beijo, dando-me uma sensação de esperança.

Coloco minha mão em sua coxa, subindo devagar, e então paro o beijo, olhando em seus olhos. Sinto algo diferente com a respiração ofegante, e ver Lena assim é estranho. Saio de cima dela e arrumo minha roupa, ela se levanta e faz o mesmo. O clima fica tenso e ela fica tímida. Caminho até a porta, mas sinto sua mão no meu ombro. Ela se aproxima delicadamente e me dá um beijo na bochecha. Meu coração começa a bater rápido, então saio do quarto rapidamente, deixando-a sozinha. Ando rapidamente pelo corredor e desço as escadas, encontrando Alex e Lucy.

- Viu um fantasma, Kara? - Alex cruza os braços e ergue uma sobrancelha.

- Kara, onde você estava? Não terminamos nossa conversa. - Lucy imita Alex, assumindo a mesma pose.

- Eu tenho que resolver algumas coisas. Lucy, estarei na sua festa, tudo bem? Alex, venha comigo, agora. - Puxo Alex pelo braço, deixando Lucy sozinha com um sorriso no rosto.

Fomos para o meu escritório e expliquei a Alex o que aconteceu.

- Uma hora isso ia acontecer, Kara. Você aos poucos vai se apaixonar pela Lena. Não querendo me meter, mas que festa é essa que você mencionou para a Lucy?

– Eu nunca vou me apaixonar pela Lena, pode apostar. A Lucy me chamou para uma festa e tive uma ideia brilhante.

- Que ideia?

- Para esquecer a Lena e me distrair, vou nessa festa. Como ainda não me casei, não tem problema.

‐ Não inventa, você não vai. – Ela cruza os braços.

- Eu vou e pronto. Lena não é o amor da minha vida, e eu não a amo.

Só deu tempo de sentir o tapa de Alex na minha cabeça e vários outros depois.