Capítulo 2 || Atuais Dúvidas

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Pra quem pensou que não havia esperança, eu vos digo que ela ainda vive.

Enfim, oremos para que se mantenha acesa esta chama

Boa leitura!

[...]

Kirishima havia vestido somente uma calça, pois ele tinha algum sério problema em usar camisas, e Katsuki escolheu fazer o mesmo, ainda intrigado com a reação de Ochako ao sair daquele banheiro como se tivesse visto uma assombração e precisasse fugir.

Ambos trocavam amenidades e ajeitavam a sala de estar para que pudessem começar a noite dos filmes enquanto aguardavam a morena voltar com as supostas pizzas, mesmo que eles ainda jurassem que não tinham escutado o interfone tocar para avisar da chegada do pedido.

A verdade era que realmente não havia tocado, Uraraka se obrigou a simplesmente sair do apartamento e descer as escadas lentamente, processando cada breve acontecimento para reunir suas considerações e entender exatamente o que diabos ela estava pensando.

Droga, ela poderia ter mantido seus olhos fechados, certo? Ou ao menos esperado eles saírem do banho juntos para então começar o seu questionário nada inédito em relação ao que supostamente eles tinham, e com certeza ela estava determinada de que tinham alguma coisa. No entanto, se eles realmente tivessem um relacionamento, o que diabos ela tinha a ver com isso? Exatamente, nada, mas agora ela morava com os dois, e queria saber se estava atrapalhando a intimidade do casal ou apenas sendo uma mascote para dois gays apaixonados.

Céus, ela não era homofóbica, de maneira alguma, respeitaria completamente a orientação deles se fosse essa, mas não podia negar a si mesma aquela pequena parte de si que beirava a decepção. Kirishima e Bakugou tinham seus próprios charmes, e obviamente ela nunca foi cega para isso, desde a personalidade fofa e protetora do ruivo até a extrema arrogância do loiro, ela sabia muito bem como ponderar cada qualidade, e fazia isso mais do que deveria, há muito mais tempo do que gostaria de admitir.

Ela era louca, não havia explicação, talvez a convivência mais próxima nos últimos dias tenham lhe dado ousadias que não havia se permitido criar antigamente, quando suas rotinas se colidiam somente em certos momentos nas áreas comuns dos dormitórios, nas aulas, nos treinos ou em qualquer ocasião em que os herois precisassem trabalhar juntos.

Quando viu o entregador se aproximar, suspirou aliviada, pois se tivesse que ficar mais tempo ali fora, eles suspeitariam que não havia chegado nada de fato, como se o simples ato de sair sem ter recebido ligação nenhuma já não fosse conivente com essa hipótese.

Ela pagou pelas pizzas e acenou para o rapaz, que nem conseguia falar direito ao perceber que estava bem de frente para a heroína Uravity vestida em roupas casuais, prestes a devorar três pizzas que flutuavam sobre suas mãos. Sua surpresa foi maior ainda quando viu ela se afastar e Red Riot, o Inquebrável, surgir no hall de entrada, sorrindo e se oferecendo para segurar o pedido. Naquela noite, ele ficou intrigado, mas apenas subiu na moto e saiu calado, chocado com as possibilidades que haviam nos bastidores dos famosos.

— Ei, você sabe que não pode andar sem camisa na área comum do prédio! — Uraraka reclamou alto ao deixar as pizzas para o ruivo carregar, deixando um tapinha na cintura exposta dele, mas se afastando rapidamente ao perceber o quão firme aqueles músculos enormes realmente eram.

Céus... Como poderia existir tanta perversidade numa pessoa tão pequena quanto ela?

— Ah, mas ninguém nunca reclamou da vista... — Kirishima deu uma piscadela para a morena, apertando o botão dos elevadores para chamar algum para subirem, aproveitando aqueles meros segundos para observar melhor sua amiga. — Tá tudo bem?

— Tudo ótimo! Haha, por que a pergunta? — Ochako sorriu tanto que se sentiu como uma psicopata, mas tentou amenizar sua expressão ao dar uma risada e abanar a mão nervosamente na frente do rosto. — Tudo muito bem, mais que ótimo, uh...

Curiosidade Profana II KirikacchakoOnde histórias criam vida. Descubra agora