Capítulo -10

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Paulo André

A visita da minha mãe me pegou desprevenido, tem que ter uma preparação psicológica para conviver com a minha mãe, estranho um filho falar assim de uma mãe né? Pois é, mas a minha mãe está envolvida em uma missão, que é nada mais nada menos que encontrar uma mulher pra, não que ela seja uma pessoa com mentalidade do século passado em que na qual os pais escolhiam os parceiros para os seus filhos é só que na cabeça dela eu preciso formar uma família porque segundo ela eu estou muito só, e já tenho idade suficiente para me casar.

— Paulo André da onde você arranjou aquela secretária? Ela é uma mal educada, não gostei dela – ela está com isso desde o episódio de hoje cedo, que aliás só está me dando dor de cabeça, eu e a  Jade tivemos um breve conversa depois da confusão com a minha mãe, foi só pra colocar os pontos nos is, assim ela não fica iludida. — ela me desrespeitou meu filho

— eu já conversei com ela hoje, ela te pediu desculpas, não pediu? — abri a porta do carro para ela, dei a volta ocupando o lugar no volante e dei partida no carro em direção a minha casa.

— ela pediu. – respondeu, mas com um ar de quem tem muito pra falar, e eu sabia que ela não ia parar por aí e já a cortei.

– fez muito bem em vim me visitar, já faz muito tempo que a senhora não vem pra cá

– own meu amor eu também senti a sua falta filho – o celular dela vibrou avisando a chegada de uma mensagem –ah meu filho, eu a gente podia jantar fora hoje, o que me diz?

– perfeito, como a senhora quiser — confirmei com um sorriso focando na estrada

— ótimo, a Bruna acabou de confirmar, eu convidei ela também — lembram que eu falei sobre preparação psicológica á visita da minha mãe?

–— tá fora de questão jantar com a Bruna mãe — tentei não ser grosso com a minha mãe, ela vem tentando a todo custo me juntar com a Bruna.

A Bruna foi uma ex namorada minha da época da faculdade, e por sinal a única que meus pais conheceram. A gente terminou porque ela tentou dar o golpe da barriga em mim, mas eu descobri que o filho que ela estava esperando não era meu e que inclusive o pai não está assumindo a criança e ela está desesperada tentando arranjar um pai para filho. Enfim não é que eu a odeie eu só não suporto mulheres que tentam dar golpes da barriga ou empurram os seus filhos para um outro homem assumir sendo que eles têm pai.

— Paulo André por favor, ela é uma boa mulher e além disso a gente nunca mais se viu vamos colocar a fofoca em dia — isso, para dona Mary Camilo Bruna Santana é uma boa mulher.

— está bem, como a senhora quiser mamãe.

Me render é a única saída vamos ver no que isso vai dar.
Cheguei no meu condomínio, deixei o carro na minha vaga, abri a porta do carro para minha mãe e fomos pegar o elevador.

— aí filho eu não entendo porque insisti em viver no último andar, é muito distante se posso assim dizer, você comprou esse prédio pode escolher qualquer apartamento pra morar — ela sempre reclama disso quando vem pra cá

— me sinto muito melhor aqui mãe, não tem barulho de casais brigando nem crianças chorando — a porta do elevador abriu nos dando a visão do hall do meu apartamento, nesse último andar só tem um apartamento que é o meu.

Assim que entramos Maria brindou minha mãe com uma recepção calorosa, elas sempre foram amigas e já tem muito tempo que não se vêem, vendo bem agora com essas duas na minha cola eu estou ferrado. Segui para o meu quarto, o ambiente decorado em tons escuros me recebe com a sua frieza, o que não me encomoda nada. Fui caminhando até ao banheiro, entrei debaixo do chuveiro, afinal ainda tinha um jantar com a minha mãe e a Bruna, lembrando que é tudo pela minha mãe...

Tentei me vestir do jeito menos formal possível, o que pra mim as vezes é uma luta, como eu praticamente vivo para o meu trabalho oitenta por cento do meu guarda-roupa é composto por ternos feito sob medida e o restante da roupa mais casual e descontraído foi Léo quem me obrigou a comprar. Perante a minha mãe eu não sou apenas um empresário de renome, eu também sou filho e ela merece que vá jantar com ela com a minha essência de filho.

— Pronta dona Mary? — fechei a porta do meu quarto e dei de cara com a minha que aparentemente já estava pronta saindo do quarto de hóspedes onde ela sempre fica.

— estou pronta meu filho, podemos ir, aliás você está muito lindo meu amor — ela ajeitou de leve a minha camisa

— obrigada mãe, a senhora também está uma gata, seu Camilo que se cuide hein—brinquei e ela riu da minha brincadeira.

O restaurante em qual eu fiz a reserva com orientações da minha mãe porque a Bruna é vegana, fica a uns 10 minutos da minha casa, minha mãe já ligou pra Bruna avisando que já estávamos a caminho, se bem me lembro da Bruna ela só deve estar terminando a maquiagem. Chegamos no restaurante estacionei  o carro, abri a porta para a minha mãe, e fiquei surpreso ao ver a Bruna já dentro do restaurante nos esperando.

— ah minha querida quanto tempo — minha mãe como sempre muito carinhosa com ela cumprimentou a loira

— tia Mary, que saudades que eu tava da senhora — Bruna retribuiu o abraço — vejam só se não é o barão do café, Paulo André Camilo, como vai? — ela piscou pra mim

— oi Bruna — a cumprimentei — devo admitir que está tal qual ao vinho — dei uma breve secada nela que ficou se achando.

Fizemos os nossos pedidos, eu e minha mãe pedimos pratos com carne e ela salada. E tal como eu previa, minha mãe passou todo jantar tentando me jogar nos braços da Bruna, e ela que não é nenhuma boba não parou de se oferecer.

— a sua mãe é a nossa maior fã já reparou Paulo André? — e esse é aquele momento em que minha mãe inocentemente teve que ir ao banheiro deixando eu a Bruna a sós.

— pois é, mas infelizmente nem todo fã é feliz com o casal que quer ver junto — dei um gole de leve no meu vinho olhando para as pessoas em outras mesas — mas assim é a vida. Como está o seu filho?

— bem, ele está muito bem — respondeu um pouco nervosa — inclusive com saudades de você, você sabe que ele te vê como um pai né?

— ele me vê como um pai mesmo? — aposto que ela deve ter mostrado minha foto no garoto dizendo que sou o pai dele— mas e o pai dele não se incomoda com isso?

— Paulo André vo...— ela ia responder alguma coisa mas minha mãe chegou bem na hora

— me desculpem, o seu irmão ligou e disse que está aqui no rio, a gente marca alguma coisa amanhã, e você está convidada minha filha — involuntariamente revirei os olhos com mais uma tentativa da minha mãe em introduzir a Bruna na família.

O resto da noite seguiu com a minha mãe e a sua querida "nora" envolvidas em uma conversa e eu como vela...




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Olá pessoal, quase um mês sem postar né? Mas vou tentar voltar, espero que gostem.  Boa leitura 📚 e até a próxima

Café Coado na CalcinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora