Capítulo 3

290 44 22
                                    





Eu sabia que estava perto ao sentir o ar puro que esse lugar tem, estar aqui me traz recordações de quando eu era criança, meus pais sempre traziam eu, meu irmão mais velho e os meus primos pra passar as férias e se conectar com a natureza, por ser o filho caçula e sempre aprontava, não parava quieto um minuto deixando os meus pais de cabelo em pé.



– ah meu filho, que bom que você veio querido – minha mãe assim que viu o meu carro entrando na propriedade veio logo até mim me recebendo do seu jeito caloroso com direito a abraço e beijos – vamos entrar, você está magro Paulo André – ela sempre diz isso quando eu venho

– claro que não mãe, isso é porque a senhora não me vê todos os dias, saiba que a Maria têm cuidado muito bem de mim.

– falando nela, como ela está? – dona Mary foi me enchendo de perguntas enquanto entramos na casa.

Aqui nada mudou, a casa está do mesmo jeito desde quando eu era criança com uma decoração rústica, os empregados iam me cumprimentando a medida que passassem por mim

– ora ora, quem é vivo sempre aparece né –  meu pai falou assim que me viu, ele saia do seu escritório.

– eu só vim pela minha se quer saber Sr. Carlos

– qualé cara, eu sou seu pai também mereço o seu afeto – disse fazendo a sua melhor cara de coitado

– estou brincando pai – cumprimentei meu pai com  um abraço forte – eu vim pelo senhor também

– sabe Carlos eu acho que o nosso filho está nos enganando – minha mãe falou desconfiada – acho que ele veio mais pela plantação de café

– pior que eu também – meu pai concordou

– quê isso um complô contra mim agora, eu juro que vim principalmente por vocês dois

– brincadeira meu filho.

Como já era tarde não daria para ver bem como iam as coisas na fazenda, aproveitei passar um tempo com os meus pais, meu pai desde que se aposentou dos escritórios da Camilo's coffee está mais simpático e mais leve e isso tem facilitado muito a nossa vivência, principalmente para o meu lado, digamos que entre eu e o meu irmão eu não era o filho fácil de lidar, eu amava a minha liberdade, depois que terminei os estudos eu caí no mundo não queria saber da nossa empresa ou de trabalho, eu viajei de país a país até que o meu pai cortou todos os meus benefícios e fui obrigado a trabalhar. E hoje posso afirmar que o trabalho é setenta por cento da minha vida...



Jade

– você acredita Nina – lá estava eu contando a Nina sobre o episódio de mais cedo – aquela vadia não estava disfarçando nem um pouco, e ele dando corda pra ela

– e você não está nenhum pouco com ciúmes dele né amiga? – Nina está tirando sarro de mim rindo da situação – já até imagino a sua cara vendo o chefinho com aquela mulher e você lá de vela

– aí Nina parou tá. Se ele só vai se apegar a uma mulher enfeitiçado, e na minha cabeça essa mulher tem que ser eu, então é isso que eu vou fazer.

Falei e saí na frente da Nina que ficou atrás me chamando. Entramos no mercado pegamos cada uma um carrinho de compras e saímos andando pelos corredores do mercado, fui pegando tudo que estava ao alcance do meu bolso e está faltando na minha casa, priorizando é claro os miminhos da Manuella.

– que absurdo o preço do kilo de feijão Nina

– vem cá, a quanto tempo cê não faz compra do mês amiga? – na verdade faz um tempo que não compro comida de verdade pra minha casa – nem parece que tem criança em casa, o quê que a Manu come?

Café Coado na CalcinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora