*♦️Eclypsy♦️*
A Espada Ensanguentada
1° Capítulo*Durante a ascensão do Sol sobre as montanhas, os primeiros raios de Sol aquecem o orvalho da manhã subindo a suave neblina molhada e fria.*
*Sobre as rochas úmidas da colina dos Elfos, Eclipsy caminha em direção a um pequeno vilarejo de gnomos que foi atacado durante a noite por soldados humanos.*
*Com sua tocha em mãos, ainda servindo para iluminar a pequena trilha de terra em meio ao campo de grama espinhenta, enquanto o Sol ainda anuncia sua chegada nos céus, o chão permanece com uma ofuscada sombra da cordilheira gélida ao Norte.*
*Ao chegar no vilarejo dos gnomos, o cheiro de fumaça e carne queimada receve Eclipsy como um sinal do que esperar.*
*O chão do bosque já limpo pelos gnomos é livre de arbustos e trepadeiras, enquanto as longas árvores de carvalho avisam que o vilarejo está perto.*
*Os primeiros raios de Sol finalmente atravessam a cordilheira e criam pequenos focos de luz entre as folhagens, Eclipsy encosta a ponta da tocha numa árvore a apagando e por fim joga fora.*
*Ele continua caminhando entre as árvores até avistar as primeiras casas em chamas.*
*Ao chegar no local, sangue, morte e destruição, um pequeno cenário de guerra dentro de uma floresta tão calma e preservada.*
*Ele vai em direção de um corpo de um bebê gnomo que foi decapitado e jogado numa fogueira que se apagou durante a noite, o corpo torrado era difícil de identificar se não fosse por um cordão de ossos que usava no pescoço e suas roupas queimadas que preservaram sua estrutura ao colar no seu corpo.*
*Eclipsy estica o corpo do bebê sobre um tapete e pega de sua bolsa um vidro mágico talhado com runas.*-Expectro absorvo.
*Uma pequena parte da alma do gnomo foi coletada se transformando em essência vital, muito valiosa no mercado para a fabricação de poções de cura.*
*Eclipsy enrola o corpo do bebê com um pano e o põe ao lado do corpo de uma gnomo morta e com suas partes inferiores rasgadas ao meio até a altura do umbigo, possivelmente sua mãe, pois morreu com os braços estendidos em direção a fogueira, impedida de chegar até o filho por uma lança fincada no seu peito direito.*
*Um som alto e agudo desperta a atenção de Eclipsy, era um velho gnomo, provavelmente ancião da vila, com uma flecha na barriga, ele havia desmaiado pela perda de sangue mas acordou com o calor do Sol.*
-Humano! Vocês vão pagar! Eu vos amaldiçoo!!
*Eclipsy se vira para o gnomo, mostrando seus traços angelicais. Rapidamente o velho gnomo desvia seu olhar para suas asas retraidas em suas costas.*
-Um Aasemir... Me perdoe anjo... Não quis insultar seu povo. Achei q fosse os hu-cof-cof
*Eclipsy vai até o ancião, ajoelhando em sua frente e arrancando a flecha de sua barriga, o sangue vaza como um jato pra cima, mas rapidamente Eclipsy põe a mão sobre o ferimento.*
-Está tudo bem. Você deve descansar.
*A mão do anjo começa a brilhar como se fosse um pequeno Sol.*
*O gnomo sente um calor confortante na ferida e logo a dor passa, sua ferida começa a fechar e em alguns segundos a ferida some, sem deixar cicatrizes.*-Os deuses te enviaram para me salvar!
-Os deuses te abandonaram.
*Os olhos do gnomo demonstram um espanto.*
-Um anjo caído?
-Um anjo jogado... No caminho pra cá vi um grupo de mercenários ensanguentados, ajudei curar alguns de seus homens, eles disseram que tinham recebido uma recompensa de um agricultor local para destruir essa vila de gnomos, pois seu senhor queria transformar em campos de arroz.
-Você os curou? Como pode...
-Humanos são como crianças para nós, eles são individualistas e imaturos, só pensam em aproveitar sua vida efêmera com prazeres e orgulho. Não podemos condenalos por suas ações, não são como demônios que agem por maldade, são ruins por ingenuidade.
*Eclipsy pega o gnomo ancião pelos braços e o ajuda a se levantar.*
-Sua família conseguiu fugir?
-Sim, para as cordilheiras eu presumo...
-Vá se encontrar com ela.
-Obrigado Aasemir, que os deuses abençoem sua raça.
-Que os deuses abençoem sua raça, gnomo ancião...
*Com um aceno de cabeça os dois se despedem e então o velho gnomo parte em direção a cordilheira mas para em alguns passos.*
-Um velho gnomo como eu não vai sobreviver aos intempéries do campo, serei devorado por lobos antes de chegar no pé da cordilheira...
-E os lobos terão uma saborosa refeição.
-Pra vocês Aasemir tudo é uma questão de ciclo de vida, não é?
-Mas tudo é uma questão de ciclo da vida.
-Tsc.. eu não quero morrer, queria ver minha neta nascer antes disso...
-O problema é seu.
*Eclipsy caminha em direção ao gnomo, passando por ele e seguindo em frente.*
-Pra onde você vai, anjo?
-Para as cordilheiras...
-Se eu te seguir, você me protege?
-Na minha presença sou eu quem decido quem morre e quem vive.
-Aasemirs são estranhos, eles são gentis, mas são totalmente apáticos... Não... Esse anjo é diferente, ele parece ser frio como a própria morte, mas tem poderes de cura e salva as pessoas como um anjo da cura... O Anjo da Cura? Será que é ele?
*Eclipsy para e olha para baixo, percebendo algumas pegadas de lobo*
-Se vai me seguir, venha logo, os lobos da colina caçam de dia, junto com as raposas...
*O pequeno gnomo rapidamente se apressa em seguilo e os dois partem em direção a cordilheira branca que distua da paisagem campal do bosque da colina.*