Prólogo.

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                        Final de fevereiro, 1995.
- Ai Stenio, como você é incrível.
Disse Heloísa, totalmente admirada pelas lindas coisas que o seu namorado fez para ela ao decorrer do dia.

Pela manhã, ele lhe convidou para um lindo café da manhã em ar livre. No almoço, a levou para o primeiro restaurante que os dois saíram no primeiro encontro, e agora pela noite, ele a levou num lindo jantar em beira mar, aonde só se ouvia as ondas do mar e sentindo a brisa fria do vento.

- Você sabe que pra você eu faço de tudo! Só pra te ver com esse sorriso que sou completamente apaixonado.
Ele disse enquanto alisava sua bochecha.

- Muito obrigado Stenio, de verdade, eu não poderia ter escolhido um namorado melhor pra ter comigo.

- Eu que sou sortudo por te ter, você é o meu oceano inteiro.
Disse ele com uma vontade imensa de chorar, o que foi de se estranhar por completo quando sua amada percebeu, até porque, Heloísa sentiu que Stenio que lhe dizer algo, mas sempre recuava.

- Stenio [disse mansa] por que você não me conta o que você quer me contar?
- Hã?!
Se fez ele de desentendido e engoliu seco.
- Eu te conheço, Stenio! Não pense que nesses 3 anos de namoro não foi o suficiente pra eu te conhecer por completo. Vai, desembucha.

E mais uma vez, Stenio se recuou abaixando sua cabeça e deixando escorrer a lágrima que insistia descer desde o momento em que ele se sentiu "encorajado" para falar de uma vez pela manhã.
Heloísa pegou nas mãos deles e levantou o seu rosto.

- Stenio, você me traiu?
- Que, Heloísa?! Mas é claro que não!
- Então me conta! Só quero te ajudar.
- É que... eu tenho medo.
- Medo?! Mas por que você teria medo?

- Eu teria medo do que pode acontecer com nós dois daqui pra frente.

Agora foi a vez da Heloísa engolir seco.
- Tá legal, agora você está me assustando. O que você acha que pode acontecer conosco que te causa medo? Passamos um dia perfeito juntos.

Ele suspirou fundo e apertou a mão de sua amada que ainda estava sobre as suas.

- Você se lembra que naquela segunda-feira, eu te disse que iria fazer uma prova pra conseguir uma vaga naquela faculdade de medicina que eu sempre quis fazer?
- Sim, como esquecer?! Você estava tão feliz [sorriu] já saiu o resultado?
- Sim, saiu...
- E aí, amor?! Você passou?
- Passei... passei.

Disse o Stenio com a garganta seca, suas mãos suando frio e seus olhos ardendo com as lágrimas presas.

- Amor!! Mas que bom!! Isso é um máximo [sorriu enquanto o beijava] eu sabia que você conseguiria, como eu fico feliz em te ver conquistando algo que você sempre quis.

- Obrigado Helô, obrigado..
- Mas só que você não parece está tão feliz. Por que amor?

Stenio enfim, consegue olhar em seus olhos.
Seu coração aperta como se tivesse uma corda apertando um nó com cada vez mais força, sua boca tremia, suas mãos suavam tal como uma cuscuzeira.

- Porque eu vou ficar longe do maior amor da minha vida.

Agora foi a vez de Heloísa se estremecer.
Ao ouvir isso sair da boca do seu amado, ela sentiu seu coração palpitar de tal forma como nunca sentiu antes. Mesmo com uma explicação embolada dessas, foi inevitável os seus olhos não serem embaçados por conta do choro que veio rapidamente.

- Stenio... como assim?
- Eu consegui a vaga, Helô, mas ela não é aqui no Rio de Janeiro... é em Curitiba.
- E.. você pretende ir?

- Helô eu não sei, eu não sei! É o meu maior sonho, mas como eu vou sobreviver sem a mulher da minha vida?

Heloísa não conseguiu conter o seu choro e assim se derramou em lágrimas.
Ela soltou a mão de Stenio e apoiou seus braços em sua coxa, enquanto tentava digerir aquela notícia.

Ela passou o dia inteiro ao lado do homem de sua vida, e no final desse dia, ela esperava tudo, menos que fosse essa notícia tão triste.

Agora ela entende o medo de Stenio, o medo do que pode acontecer com seu relacionamento, pois é isso que ela está sentido.

Viver um relacionamento a distância não é o forte de Heloísa, afinal, não é forte de ninguém. Como suportar viver longe de quem você mais ama?
Não poder tocá-lo, não poder beijá-lo, não poder se amar.

Após longo minutos, que pareceram horas de tortura, o silêncio foi quebrado por Stenio.
- Helô... olha pra mim, Helô.
Assim ela fez.
- E aí... me diz alguma coisa.

Ele falou com a voz falha.
Ele estava querendo uma resposta, mas também, estava com medo de como seria a resposta de sua amada.

- O que eu vou falar, Stenio?! Você quer que eu implore para que você fique? Sendo que a vida é sua.
- Não faz assim... a questão não é que a vida minha, mas sim, é o nosso amor. Heloísa, você é a minha felicidade.

- Se eu sou sua felicidade Stenio, você não estaria em dúvidas de ir ou não. Quando você vai?

- Tudo pronto pra ir semana que vem, só estão esperando eu confirmar.
Ele respirou fundo.
- Vai, vai fazer a sua faculdade. Antes mesmo de me conhecer você sempre quis cursar a faculdade de medicina. Vai, é o seu sonho.

Ele limpou as lágrimas e assentiu.
E o que mais doeu em Heloísa, foi que ele não editou de deixar de ir.

- Eu vou, mas eu quero você seja muito, mas muito feliz, Heloísa.
- Stenio [disse baixo] eu acho que ninguém consegue me fazer feliz como você.

Stenio se levantou e pegou na mão dela. Em seguida, pegou em seu cabelo e com o dedo polegar, alisou sua bochecha e limpou a lágrima que caia sobre o rosto de Heloísa. Ele colou suas testas e eles ficaram assim, somente ouvindo as ondas do mar e deixando esse momento de despedida rolar.

- Eu te amo tanto, Heloísa. Eu te amo tanto que não cabe aqui.
Levou a mão dela até o seu peito.
- Stenio... eu não vou saber viver sem você.

Ela disse entre soluços.
Em todos esses três anos de namoro, Stenio nunca a viu chorar desse jeito. Como um consolo, ele a abraçou e eles ficaram um tempo nesse abraço.
Até que Heloísa se soltou.

- Eu vou embora.
- Eu te levo.
- Não, não precisa. Eu quero ir sozinha.
- Helô, mas já está tarde.
- Stenio eu já falei que quero ir sozinha!

Ele assentiu e se afastou dela.
Heloísa pegou sua bolsa e as flores que Stenio lhe deu, ela saiu e em todo o seu trajeito até a pista, Stenio não deixou de olhá-lá, foi daí que ele percebeu que nunca a deixaria de amar.

Chegando em casa, Heloísa correu para o seu quarto e trancou em imediato para que ninguém que viu entrar, a perturbasse.

Ela se jogou no chão e se agarrou no urso que Stenio lhe deu no seu um ano de namoro.
No restante da noite, da semana foi assim... Heloísa chorando no Rio de Janeiro e Stenio chorando em Curitiba.

Realmente, eles não conseguem viver sem um e o outro.

Abril, 8 anos depois.

- Mamãe, acorda.
Disse a pequena Alice pulando em cima da cama de sua mãe. Heloísa abriu um olho e sorriu ao ver a sua pequena a olhando com um sorriso banguela...

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Bom pessoal, essa é a primeira fic que eu escrevo, sou nova neste ramo.
Então desde já, quero ja pedindo desculpas se houver algum erro, seja na escrita ou se a estória ficou meia "embaralhada", aos poucos vou melhorando. 🫶🏻
Espero que vocês gostem.

Nunca deixei de te amar.Where stories live. Discover now