Chapter: One

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Pont Of View of Billie Eilish

  Nunca ninguém iria enxergar as coisas da maneira como eu vejo. Quando o escuro se tornou tão confortável para mim e eu não quis sair. Os lugares iluminados parecia não ser mais o meu lugar,não me encaixava e eu me sentia uma merda por isso.

  Me pergunto do porquê todos ficarem tão assustados com aquilo,aquele ser demoníaco;que eram como chamavam,apenas era gentil comigo. Abria aqueles lábios feios em um sorriso,com seus dentes afiados e me olhava daquela forma dizendo que ali era o meu lugar e que tudo ficaria bem.

Quando aqueles fios vermelhos de sangue caíam pelo chão,fazendo a poça pequena vermelha crescer cada vez Mais,eu sentia que estava fazendo o certo. Eu queria cada vez mais encontrar aquele lugar ao qual fui destinada,encontrar o horror que tanto os cristãos falam,Eu me encontrava excitada por isso.

Eu não tinha medo de quem estava de baixo da minha cama,de quem estava dentro do meu armário ou de quem estava no canto mais escuro do meu quarto. Eles me pareciam tão amigáveis me olhando com aqueles olhos brilhantes de maldade e com ousadia.

Eu sentia que estava flutuando,ficando cada vez mais leve e me sentia feliz por isso. Sabia que estava conseguindo o que eu de fato queria e o que ela queria. Sim,ela. Aquela mulher que estava parada na porta do meu banheiro,com aqueles olhos negros brilhantes em minha direção. Ela parecia ter satisfação em me ver daquele jeito,mas isso não me incomodava. Abri um sorriso. Não tendo muita força,mas eu abri um sorriso.

Maggie: - NÃO! - Essa é a minha mãe. Ela apareceu correndo,apavorada e assustada com o que via. Eu não tinha noção do porquê ela estar tão desesperada daquele jeito,estou feliz,ela não ver?
- Patrick! Chama a ambulância! - E mais gritos da minha mãe. Quando vi,aquela moça linda,que está parada no batente da porta,tinha uma expressão de irritação em sua linda face.

   Sorri mais uma vez,não foi como antes,mas eu sorri. Pensei que iria acalmá-la,mas não adiantou e eu já não tive mais a consciência de nada,pois tudo ficou escuro.







  Abri meus olhos tentando se acostumar com a claridade forte,Pisquei minhas pálpebras diversas vezes. Isso com certeza,não é o inferno. Eu não morri. Passei meu olhar por todo o quarto e vi a minha mãe,com algumas parte do seu rosto em vermelho por conta de ter chorado.

Billie: - Mãe...- Tentei chamar pela mais velha,que no mesmo instante me olhou. Eu não tinha medo do que viria a seguir,ela provavelmente iria falar algo. Não estava afim de ouvir sermões.

Maggie: - Filha! Você está bem,meu amor?! - Se aproximou de mim e segurou a minha mão,onde eu recebia algum soro que eu não fazia a noção de qual era.

Billie: - Por que fez isso...? - Sussurrei e ela franziu a testa com a minha pergunta. Talvez ela não saiba mesmo qual é a minha felicidade. Desviei o olhar seguindo para outro canto.

   Logo a porta do quarto;que me dei conta ser o hospital,foi aberta,entrou o médico com uma prancheta em mãos. Ele sorriu em minha direção e a da minha mãe,eu não retribui,pois não fazia questão.

Benjamin: - Olá Senhora O'Connell. - Cumprimentou a minha mãe que sorriu em direção ao homem desconhecido.
- Bom...já está tudo certo com a paciente Billie. - Me olhou brevemente.
- Ela perdeu bastante sangue e...Eu pude ver que ela tem anemia,por isso do soro. Ela precisa comer Mais,beber mais água,se não vai chegar a desidratação e não queremos isso,certo? - Continuei olhando para um ponto fixo.

  Passei a mão em meu braço e vi que meus antebraços estão enfaixados,o que deve ser por conta que eu tentei me tirar dessa vida e desse lugar. Acho que eles não entendem o que verdadeiramente eu quero. Por um momento senti raivas deles por tentarem me salvar,eles não entendem que eu não quero ser salva?

Maggie: - Claro que não Doutor. E é muito importante se manter sempre saudável. - O Doutor assentia com as palavras da minha Mãe. Seriamente,olhava a interação daqueles dois ao qual achava ridícula.

Benjamin: - Senhora O'Connell,podemos conversar lá fora? - Pergunta e o clima ali dentro já tinha mudado completamente. Minha mãe assentiu com as palavras do homem de cabelos grisalhos e em seguida ambos foram pra fora.
























  Sem graça e tedioso,era as únicas palavras que eu podia descrever para esse momento. Olhava para aquela mulher que achava que podia me ajudar em alguma coisa. O que ela não sabe,é que ninguém pode me ajudar,aliás,eu não quero ser ajudada por ninguém.

  Aqueles cabelos ruivos,preso em um coque no topo da cabeça,que com certeza precisou da ajuda de um gel,pois não tem nenhum fio de cabelo rebelde. Aquele óculos grande ocupava quase todo o seu rosto,que quando chegava ao queixo,parecia afinar. Seus lábios possuindo um batom rosa claro,o que era a única coisa que tinha em seu rosto,já que ela não usava make.


Mariane: - Tudo bem. Pode começar quando se sentir mais confortável para isso. - Sorriu mínimo e eu continuei com a mesma cara tediosa em sua direção. Eu não ousava desviar o olhar dela por nenhum momento,eu queria poder ver através de seus olhos castanhos amendoados,queria descobrir seus segredos,medos e inseguranças.
- Eu sei que isso tudo é novo para você...mas..olha,pode me ver apenas como uma amiga. Tudo o que você falar,não irá sair daqui. - Levantei meus ombros e logo os abaixei como se tivesse soltado um longo suspiro,mas não foi o que eu fiz.
A mulher sorriu achando com certeza que eu iria falar alguma coisa.


Billie: - Você tem medo da morte? - Me pronuncio e a mulher levanta as sobrancelhas,exibindo o quão surpresa estava com a minha pergunta.
- Me pergunto do por quê continuar vivendo...a morte é um lugar onde tudo o que você sente;considerado de ruim,se vai. Não tem mais preocupações,sentimentos,é apenas um lugar de paz onde nada te afeta. - Respirei fundo dessa vez.
- Ninguém vive mais...Doutora..todos sobrevivem assim que completam os 12 anos,pois é onde passa a vim a raiva, decepções com amizades,com amores,falsidade,a maldade..todos passam a viver em uma realidade pintada de preto e branco,onde não tem um ponto de cor viva. - Continuo a olhar dentro daqueles olhos que ainda me encaravam dando-me totalmente sua atenção.
- O pós vida,é uma oportunidade para ser feliz,para ter a felicidade e não sentir dor. Não tem o que temer na morte,pois ela é um ponto de abrigo e de refúgio quando tudo está difícil e extremamente impossível de aguentar. Ela é tão convidativa,calorosa,confortável e é lá que é onde a luz do fim do túnel está. - Assenti com a cabeça enquanto ainda olhava dentro dos seus olhos.
- Eu sei que você tem medo,Doutora. Você se esforça tanto pra ser conhecida,quer ser uma psicóloga famosa e conhecida por curar jovens como eu. Luta para pagar os aluguéis atrasado do seu apartamento,tem um vazio no seu coração porque seu namorado te traiu com sua melhor amiga ou irmã e,também porque sua mãe admitiu te odiar e seu Pai não faz questão. - Os olhos da mulher estavam marejados.
- Por que ainda insiste? Lá do outro lado,você vai está livre de tudo isso que sente em seu peito,A dor da rejeição e da traição não vai ser mais um problema. Lá você vai ser feliz e eu posso te dar essa certeza. Porque lá é um refúgio para nós,Doutora. Não fique aqui para ver as coisas acontecerem dessa forma e te machucar mais. - Continuo a olhando sem expressão alguma em meu rosto.


   A ruiva se levantou rapidamente da cadeira,seu choro se tornou alto e pois as mãos em sua face enquanto saía da sala em uma grande velocidade. Eu sabia e ela também sabia que chorar não adianta,não iria valer a pena. Ela sabe qual é o melhor para ela. Eu sei disso.

  Olhei para o canto da sala,vendo aquela mulher lá,Ela tinha um sorriso maldoso em seus lindos e atrativos lábios. Seus olhos escuros brilhavam ainda em ousadia e maldade extrema,parecendo que iria cometer um delito a qualquer momento.


SN: - Estarei te esperando a cada segundo,minha alma querida. - Sua voz adentrou os meus ouvidos e eu senti meu coração acelerar. Tão sedutora e perigosa.


Eu quero tanto a morte..


Não é o fim,
É apenas uma continuação...

Death(Short Fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora