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▪︎🏁 | O CASAL DO ELEVADOR
—— Esse pequeno cartão vai ser o responsável por abrir a sua suíte, entendeu?
A recepcionista forçava uma falsa simpatia.
—— Ah, sim! Obrigada.
—— Nós podemos levar a sua bagagem, senhor.
Senhor? No Brasil eu já sou considerado velho?
—— Não, precisa. Muito obrigada.
O hotel já estava com tantas pessoas hospedadas e com fãs na entrada, que parecia um ninho de formigas. Isso só daria mais trabalho aos funcionários do hotel.
Talvez, isso fosse o responsável pelo mau humor de alguns funcionários. Não julgo, também estaria assim.
—— Desde de quando essa mala ficou tão pesada? Droga!
Dei um leve tropeço por conta do peso da mala. E os funcionários me olhavam com julgamento.
—— Pra onde fica o elevador mesmo? — Dei um sorriso torcido.
—— Logo ali, Senhor. — Ela informou.
Pronto, agora ela acha que eu sou estranho e burro.
Apertei o pequeno botão do elevador e as portas de metal se abriram. Consegui trazer aquele pedaço de pedra, que eu chamo de mala.
Por um milésimo de segundos que eu iria apertar o botão, uma moça falou algo em um idioma desconhecido para mim.
—— Obrigado! Por segurar o elevador.
Ela falou sorridente. A única coisa que eu entendi foi o “Obrigado”.
Dei um leve sorriso fingido entender tudo.
—— Qual andar? — Ela me encarou.
O que ela perguntou? E agora?
—— Sim, sim — respondi, fingindo um falso português.
—— Sim? Isso significa o que? — A Garota de cabelos castanhos, meio amarronzados me perguntou no idioma até então desconhecido.
Ela fez uma referência aos botões e assim eu consegui entender.
Fiz o número 5 na mão simbolizando.
—— Pronto!
Ela apertou o botão.
O elevador subiu até então rápido, quando do nada as luzes começaram a piscar. E o elevador parou.
Eu vou morrer dentro de um elevador! Eu não posso morrer aqui.
—— O que aconteceu? Por que parou? — Olhei para ela em desespero.
