PRIMEIRO CAPÍTULO

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Era uma sexta-feira fria, os vidros da janela do estúdio de dança tremulavam com o vento congelante do lado de fora, eu estava na última repetição da coreografia de ballet, havia treinado a tarde inteira sem nenhuma pausa, precisava livrar a minha...

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Era uma sexta-feira fria, os vidros da janela do estúdio de dança tremulavam com o vento congelante do lado de fora, eu estava na última repetição da coreografia de ballet, havia treinado a tarde inteira sem nenhuma pausa, precisava livrar a minha mente dos problemas externos, os quais eram muitos, mas eu não queria pensar nisso, não no meu momento favorito da semana.

A sapatilha gasta mostrava o quanto eu havia exigido dela nas últimas semanas, era o meu refúgio. A música clássica parou e eu finalizei a dança com um fouette ainda não tão firme. Inspirei profundamente, desliguei a caixa de som, recolhi as minhas coisas, tirei as sapatilhas e apaguei as luzes.

Saí do estúdio com certa pressa pois estava atrasada para o meu compromisso, apertei o passo para chegar no meu apartamento que ficava cerca de três quarteirões atrás de uma das principais avenidas de Nova York.

Subi o elevador rapidamente, mas eu ainda não estava acostumada com todo o conforto que o meu traba... Meus pensamentos foram interrompidos por um toque persistente no celular. Era um dos meus clientes.

Sophie... -Uma voz masculina disse assim que atendi.

-Boa noite, senhor Lockhart, como tem passado?. -Perguntei mas no fundo eu não me importava com a resposta.

-Bem! Passo em trinta minutos para buscá-la. Vista-se adequadamente, é um evento de caridade.

-Combinado!

-Até mais tarde. -Disse finalizando a ligação.

Entrei em casa e fui direto para o banheiro tentar me arrumar o mais elegante possível, Yvar era um homem na casa dos trinta e cinco anos, dono de uma fortuna indecente através de diversos investimentos imobiliários, sem filhos, sem esposa, não os queria de forma nenhuma, era um lobo solitário. Nos conhecemos em um evento social e desde os últimos três ou quatro meses, ele sempre me contrata para acompanhá-lo em locais que haja a necessidade de mostrar estabilidade para a mídia. Afinal, um homem de sua idade já deveria ao menos estar casado, mas ele não, preferia contratar mulheres bonitas para estarem ao seu lado nas fotos, não passava disso, fotos. Era proibida de nutrir sentimentos por meus clientes, precisava do dinheiro deles, não do amor. Passei um batom vermelho para dar destaque aos meus lábios, o vestido preto abraçou o meu corpo de uma forma bonita, calcei uma sandália também vermelha e soltei o cabelo do coque. Recebi uma mensagem no aplicativo e desci para encontrá-lo, estava estacionado na frente do meu prédio com um carro laranja superesportivo. As pessoas ricas gostam de se mostrar para o mundo. Dei um sorriso tímido.

-Está linda. -Ele disse abrindo a porta do carona para que eu entrasse.

-Obrigada. -Falei com um sorriso ainda mais embaraçado nos lábios. Ele rodou o carro e assumiu a direção, era barulhento quando ligado e mais ainda quando dava arrancadas.

Seguimos em silêncio até chegarmos ao local do evento, cerca de vinte minutos de distância, estava absurdamente lotado.

-Sou o dono do evento, espero que desfrute. -Disse cordialmente e me olhou.

ENTRE NÓSOnde histórias criam vida. Descubra agora