02 | No Dormitório dos Garotos.

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ADELINE

Apliquei uma quantidade moderada de gloss vermelho em meus lábios, fazendo um beicinho na frente do espelho. Passei minhas mãos pelo meu cabelo, colocando um pouco dele pro lado, tentando dar mais volume.

Por fora eu parecia tranquila, mas as batidas aceleradas do meu coração mostravam que eu queria arrancar todos os cabelos loiros daquela cabeça até que sua expressão presunçosa saísse de seu rosto. Continuei a colocar meu cinto de couro preto em todos os buraquinhos da calça, minha jaqueta de couro preta descansando satisfatoriamente sobre o meu ombro. Lancei os olhos de volta para o espelho, pegando um par de olhos cor de tempestade me encarando.

Seus olhos estavam cheios de intimidação, as manchas penetrantes de azul contrastando com as sombrias de seus cinzas. Ele tinha uma expressão natural, suas sobrancelhas sempre ligeiramente franzidas, criando fendas fracas em sua testa.

Lancei meus olhos de volta para o metal do meu cinto, meu queixo descansando ligeiramente contra meu peito para examinar o fecho. Um impulso puxou meu intestino quando apertei e permiti que meus olhos piscassem de volta para o espelho. Engoli em seco quando encontrei a mesma irís prateada me secando. Seu cotovelo descansou contra o braço do sofá, seu polegar sustentando o queixo marcado e um dedo indicador pressionado adequadamente sobre seus lábios cor-de-rosa.

Um barril de frustração caiu pelo meu peito e eu girei o corpo para enfrentá-lo, descansando minhas costas contra a parede cinza, a diversão rebocando minha expressão.

— Quer que eu me coloque em uma moldura, Malfoy? Pra você encarar mais?

Ele estreitou ligeiramente os olhos, se inclinando para a frente em sua posição e descansando os antebraços contra os joelhos ao puxar um pacote de balas do bolso de trás.

Durante o silêncio pesado, ele puxou um chiclete com um forte cheiro de hortelã entre seus dedos polegar e indicador, lentamente o empurrando para além de seus lábios e visivelmente em sua língua.

Meus lábios caíram de frustração e ele sorriu com a atenção que eu estava lhe dando.

— Você faria isso por mim?

Senti as solas dos meus pés darem pequenos passos, não sei por que fiz o que fiz, mas sua arrogância derrubou todo o meu conceito de manter a paz. Fiquei na ponta dos dedos, me sentindo um pouco dominante e superior com a maneira que eu olhava para baixo em sua direção. Seus olhos me seguiram submissamente, dos meus pés a cabeça, para encontrar meu olhar duro. Tenho certeza de que não tinha como intenção ser visto como submisso, mas a leve chama de poder que circulava por todo o meu estômago fez meus lábios se curvarem para cima.

Ele permitiu que suas costas caíssem contra o sofá, me olhando com vontade enquanto eu ficava entre suas coxas separadas. Ele se sentou confortavelmente em suas calças pretas e uma blusa preta de manga comprida que apertava seus ombros largos e braços fortes, mas relaxava sobre seu tronco. Seu braço esquerdo se espalhou contra a parte de trás do sofá enquanto seu direito relaxava contra o braço. Entre o polegar e o dedo indicador havia algo tatuado, logo percebi que era uma pequena serpente. Os anéis se acentuavam confortavelmente contra o polegar, o dedo mindinho e o dedo anelar; marcando sua pele em prata e riqueza.

Me inclinei um pouco para a frente, apoiando uma mão na parte de trás do sofá onde o braço dele estava, meu outro segurou o braço do sofá enquanto eu olhava frio pra Malfoy. Os olhos dele se fixaram nos meus, me ousando a fazer um movimento errado.

— Eu não faria nada por você, Malfoy.

Sussurrei, fazendo seus dentes se apertarem um contra o outro, sua mandíbula se ajustando como uma pedra afiada enquanto seus olhos ficavam mais sombrios.

𝐓𝐖𝐈𝐒𝐓𝐄𝐃 - Draco Malfoy (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora