Capítulo 2

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Depois de uma longa e cansativa audiência, saí da sala escoltado por seguranças, o peso das decisões tomadas e dos desafios enfrentados pesava em cada passo dado. Ao saímos do prédio, senti os olhares curiosos e às vezes hostis de quem ali estava, mas sabia muito bem que tinha o título de “Terror dos Tribunais”. Uma vez lá fora, dei uma rápida olhada ao redor para ter certeza de que não havia sinais de perigo iminente. Os seguranças estavam alertas e prontos para intervir ao menor sinal de ameaça.

No meio disso tudo, tinha um oficial de segurança de confiança, cuja lealdade era inquestionável.

-Como foi seu dia, Carlos?

Caminhava até meu carro que estava esperando.  

-Tudo certo, Sr. Nada incomum.

Respondeu, com sua habitual expressão calma e séria.  Confiava na capacidade de Carlos e sua equipe de me manter seguro em meio ao caos do mundo exterior. Carlos foi das Forças Armadas, tinha aberto uma empresa de segurança, onde comandava mais de 30 homens especialistas na área.

Cheguei em casa, foi saudado por uma imagem familiar e serena, mas algo parecia fora do lugar. Entrei no meu quarto, testemunhei uma visão incomum. A filha de minha empregada, Beatrice, estava ocupada limpando-o.  Fiquei surpreso com sua presença.

-Beatrice, o que você está fazendo aqui?

Ela olhou para cima e pareceu surpresa com minha chegada.

-Ah, senhor Fernando, me desculpe, só estava seguindo as instruções da minha mãe.

-Ela pediu para ajudá-la a limpar hoje: Fiquei responsável por limpar seu quarto: Não sabia que o senhor iria chegar agora: Por favor não diga para minha mãe que o senhor me encontrou no seu quarto.

Falou tudo, com um medo fora do normal. Senti um nó na garganta ao perceber a situação embaraçosa em que se encontrava. Uma jovem com um rosto tão lindo e familiar estava agora parada na minha frente, fazendo tarefas domésticas em minha casa.

-Não se preocupe, Beatrice.

-Você pode continuar fazendo o seu trabalho.

Saí e a deixei sozinha, tentando esconder minha confusão, por encontrá-la limpando meu quarto. Me afastei, com minha mente ainda cheia de perguntas que precisavam ser respondidas.

Por que ela parecia estar com muito medo da mãe? Por que ela não está fazendo uma faculdade? Por que essa garota não saia da minha mente? Por que era tão retraída? Quem era Beatrice? E por que ela estava desempenhando o papel de uma mera empregada doméstica em minha casa?

Justiça e Paixão: O Juiz Protetor Onde histórias criam vida. Descubra agora