só minha (hot)

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— Piquerez, você vai jogar no jogo de sábado? — a mulher que Fabrício trouxe para o camarote junto com outras amigas pergunta no meu ouvido, quase me fazendo revirar os olhos pela insistência.

Não temos jogo sábado — eu respondo e dou um gole na bebida, encarando a pista abaixo de nós.

— Amanhã você tem folga, né? — ela pergunta mais uma vez e eu concordo. — Poderíamos ir para o meu apartamento, se você quiser.

Não, eu vou pra minha casa — respondo e dou um sorriso fechado para ela, que não parece se decepcionar com a resposta. Ergo meu corpo quando encontro quem eu estava procurando na pista, tentando não perder ela de vista em momento algum.

S/N não fala comigo há alguns dias, pois brigamos após eu ter ido para uma festa e algum idiota ter soltado uma fofoca no twitter, falando apenas mentiras. Ela recebeu o tweet que dizia que eu saí acompanhado da festa com duas mulheres e fui para o meu apartamento, sendo que eu nem sequer fiquei com ninguém na festa - que era apenas o aniversário de uma amiga - e saí acompanhado de Fabrício, que me deixou em casa e foi atrás de alguma mulher.

Ela não é minha namorada, mas estamos nos conhecendo e ficando há algum tempo. Conheci ela após um ensaio de fotos que fiz para uma revista e ela era a estilista, me ajudando durante as trocas de roupas e tudo mais.

Fecho a cara quando vejo que um homem acompanha ela e a segura pela cintura, mesmo com o ambiente escuro da boate. A raiva cresce dentro de mim quando vejo que ele se inclina e fala algo no ouvido dela, fazendo-a dar risada. A mulher ao meu lado continua falando, mas não consigo prestar atenção em nada do que ela diz, não que eu estava prestando atenção antes.

S/N usa uma saia preta de brilho e na parte de cima uma blusa preta também, ou cropped, não sei como chamam. Nos pés um salto tão grande que não sei como ela consegue ficar em pé neles. Ela usa o cabelo solto e uma maquiagem leve, tão bonita como sempre.

Fabrício e outros amigos me arrastaram para a balada após o jogo desta noite onde vencemos por 4x0, garantindo a liderança na tabela da fase de grupos da libertadores. Eu só aceitei pois sabia que ela estaria aqui, já que é aniversário da Carla, amiga dela, e ela já tinha comentado que viria para uma festa na quarta e por isso não iria assistir o jogo.

Sinto um peso no peito quando vejo ele deixar alguns beijos no rosto dela, mas em momento algum ela deixa ele chegar na boca. O ciúmes corre pelas minhas veias, me deixando com raiva quando percebo que ela sequer se afasta dele.

Não deixo de encarar, então um segundo depois, enquanto ela dança colada nele, ela abre os olhos e nossos olhares se encontram na mesma hora. Consigo ver o olhar de raiva dela para mim, então propositalmente ela começa a balançar os quadris, esfregando aquela bunda gostosa naquele imbecil que fica atrás dela igual um segurança.

Ela não deixa de me encarar, porém em seguida, quando a música troca, ela fecha os olhos e dança. Vejo que o cara segura ela pela cintura, controlando os movimentos que ela faz enquanto dança e isso é o suficiente para mim. Bebo todo a bebida do meu copo em um gole só e saio do camarote sem responder nenhum dos meus amigos, que me chamam sem entender nada.

Desço as escadas da divisão de onde ficam os camarotes e a pista e ando no meio das pessoas, pouco me importando se estou sendo um grosso ou não. Também não ligo se alguém vai me reconhecer enquanto passo por ali. Paro em frente a S/N e sinto meu punho fechar quando noto o cara que está com ela com uma mão no pescoço e a outra na cintura dela, segurando ela contra o corpo dele.

S/N, chega, vamos embora — eu digo e o cara abre os olhos, sem entender nada. Ela me olha com raiva e me ignora, continuando a dançar grudada nele. Cruzo os braços na frente dela e fico parado, encarando ela. Me aproximo quando vejo que ela não se solta dele e seguro o pulso dela, sem apertar, então ela abre os olhos e me olha entediada. — Vamos. Embora.

𝐢𝐦𝐚𝐠𝐢𝐧𝐞𝐬 ・𝐣𝐨𝐚𝐪𝐮𝐢𝐧 𝐩𝐢𝐪𝐮𝐞𝐫𝐞𝐳Onde histórias criam vida. Descubra agora