capítulo 4

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Naruto decide que está sonhando. Ele deve deve estar. Não há outra explicação para isso que faça sentido. Minato fala com a sombra de Naruto Kakashi, eles conversam em um tom baixo, como se não quisesse incomodá-lo, esfregando a mão para cima e para baixo em suas costas da maneira mais reconfortante possível. Naruto acha que é a coisa mais legal que alguém já foi com ele.

Naruto não consegue parar de fungar e soluçar, finalmente consegue parar de chorar depois de sabe-se lá quanto tempo. Ele fica esperando a bola cair. Para este homem jogá-lo no chão e rir na cara dele por ousar ter esperança, ou ter a audácia de pensar que ele era realmente digno de algo assim. Naruto quase pode ouvir as provocações passando por seus ouvidos. Ele agarra o homem com força, esperando.

Ainda não aconteceu. Cada vez mais o tempo passa e o homem ainda o abraça, o ama. Naruto nunca se sentiu amado antes. É uma sensação agradável e quente, e ele quer que isso nunca acabe. Os segundos continuam passando e ele ainda está preso. Ainda sendo murmurado também e informado de como seu pai está feliz por tê-lo. O pai dele.

Naruto não consegue acreditar. Ele se recusa a recuar, com medo de que tudo acabe se ele ousar. Ele fica com o rosto apoiado no ombro do pai, absorvendo tudo e tentando se lembrar de como respirar. Ele não consegue entender isso completamente. Ele não sabe se isso é real, mas de qualquer maneira é o melhor dia de sua vida. Mesmo que seja um truque. Ele so queria experimentar esse momento.

Minato olha para o pequeno apartamento de Naruto com o desgosto e horror mal disfarçados. Ele mal consegue processar o fato de seu filho morar aqui. Este não é o lugar para uma criança!

O piso de madeira estava rachado e desgastado, descascando nas bordas e deformado devido aos danos causados pela água. Há mofo visível crescendo e gesso descascando em pedaços. Ele nem quer saber de onde são as manchas no teto. Tem cheiro de ramen velho e mofo, e a janela tem um buraco coberto com fita adesiva e um pedaço de papelão.

O lugar está tão longe de ser saudável quanto você pode imaginar. Minato mal consegue aguentar, seu coração aperta desconfortavelmente. Ele aperta minimamente o filho. Naruto nunca mais entrará neste lugar se tiver algo a dizer sobre isso. Chega de dormir em um colchão sujo que não parece ter mais do que dois centímetros de espessura. Ele vai ter um lar de verdade.

"Ajude-me a conseguir o que ele precisa. Não quero ficar aqui mais tempo do que o necessário." Minato perguntou, olhos vagando pelo lugar. Alguns desenhos que Minato definitivamente irá emoldurar estão pregados na parede, e um calendário está pendurado em sua geladeira, que é antigo mesmo para os padrões um pouco desatualizados de Minato. Kakashi acenou com a cabeça, tirando um pergaminho de selamento de uma das bolsas em sua pema.

"Você acertou, Sensei." Kakashi olhou ao redor. O apartamento de Naruto sempre fez seu nariz torcer, mas era ainda pior sem a máscara ANBU. Ele ficaria feliz em nunca mais ve-lo. "Devo avisá-lo; ele não possui muita coisa"

"Por agora." Por que o sorriso de Minato parecia tão ameaçador? Kakashi estava muito feliz por tê-lo de volta aos cuidados.

Reunir as coisas de Naruto não demorou muito. Ele tinha alguns brinquedos de pelúcia que Kakashi deu. A pilha de roupas que ele possui é pequena demais para ser considerada uma carga completa de roupa suja. Minato lançou um olhar desdenhoso, prometendo dar mais de tudo ao garoto. Mais brinquedos, roupas e materiais para a academia.

O caderno fragmentado de Kakashi se arrasta e os lápis grossos são baratos e foram apontados até a metade do comprimento, com borrachas usadas até as pontas. Minato avaliou tudo mentalmente, observando Kakashi jogar uma pequena carteira de sapo na pilha. Ele não pode deixar de sorrir com a visão. Talvez seu filho gostasse de sapos, ou talvez isso fosse obra exclusiva de seu aluno.

𝘚𝘌𝘐𝘚 𝘈𝘕𝘖𝘚 𝘗𝘌𝘙𝘋𝘐𝘋𝘖𝘚Onde histórias criam vida. Descubra agora