Capítulo 1

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Para Kelvin e Ramiro, morar juntos e acordarem todos os dias um ao lado do outro era um sonho realizado e eles estariam se sentindo extremamente felizes e realizados se não houvessem literalmente sonhos os impedindo de terem noites tranquilas. Ramiro ainda estava sendo atormentado pelos fantasmas dos crimes que cometeu e de pessoas que ele viu morrerem, como o caso de Agatha.

E a realidade também não ajudava, Kelvin e Ramiro acabaram se envolvendo em crimes cometidos e em segredos guardados pelas pessoas mais perigosas de Nova Primavera e passavam a maior parte do dia, e até da noite envolvidos nisso. Portanto, quando chegava a hora de dormir, ambos trocavam algumas carícias breves e logo caíam no sono, tentando relaxar e esquecer todo o medo e tensão que estavam vivendo quando eles apenas queriam viver o seu amor, pelo o qual lutaram tanto, em paz.

Eles sempre tentavam contornar essa situação e quando estavam juntos, trocando carícias e conversando através dos olhares, sentiam que só existiam eles dois no mundo. Como foi o caso do dia em que Kelvin cantou “Eyes wide open” emocionando a todos, mas ele só tinha olhos para o seu namorado, e era recíproco, para eles só existia aquele amor que finalmente estavam podendo viver em liberdade, e mais nada.

Após cessarem os aplausos e Kelvin agradecer, ele desceu do palco e abraçou Ramiro, que o beijou em público pela primeira vez, foi apenas um selinho, mas recebido com muitas comemorações e aplausos de todos os presentes, fazendo os dois rirem envergonhados e agradecidos.


Ramiro estava sentado próximo a uma mesa e Kelvin estava em seu colo, junto a eles estavam Luana, Rodrigo, Odilon, Graciara, Iná e Polerina, eles riam de algo que Zezinho havia falado de trás do balcão quando o próprio Marino chegou pedindo para que Kelvin, Ramiro e Rodrigo fossem até a delegacia.


A volta daquele lugar era sempre estressante, ainda mais agora que Ramiro havia ido depor a respeito de Antônio mais uma vez e revisitar em sua mente tudo o que ele havia feito a mando do vilão e todo o sofrimento que esses crimes e que o próprio Antônio lhe causaram, isso tudo lhe despertava crises, não tão intensas que ele precisasse de um socorro, mas muitas vezes precisava dar uma pausa em seus depoimentos, beber uma água, respirar, engolir o choro e prosseguir, ter Kelvin ao seu lado era essencial para que ele tivesse a coragem de falar tudo.

Quando chegaram de volta ao bar, estava quase fechando, mas ainda assim não conseguiram escapar das especulações de Luana, então, aproveitando a distração dos demais, pediram para que ela fosse até o quarto para que eles pudessem conversar com mais calma e privacidade.


— Ai Kévin, eu tô cansado disso tudo… - Ramiro diz ainda sentado na poltrona após Luana sair do quarto e Kelvin fechar a porta — Ao mesmo tempo que eu sinto que saiu um peso das minhas costa cada vez que eu falo tudo que o doutor Antônio fez, eu me sinto cansado, angustiado. - Explica enquanto Kelvin caminha em sua direção e senta em seu colo, abraçando Ramiro pelo pescoço e logo subindo uma das mãos até os seus cachos, se afastando para olhar para o seu rosto, enquanto o maior lhe abraça pela cintura.

— Eu te entendo, Rams…Não vejo a hora disso tudo acabar, mas…Pensa assim: Quanto mais a gente falar o que sabemos, quanto mais colaborarmos com a polícia, mais rápido você se liberta disso tudo e menos tempo você ficará na cadeia.

— Ah, a cadeia! - Ramiro se joga pra trás na poltrona, frustrado — Nem me fala nisso. - Fecha os olhos por alguns segundos e em seguida olha para um ponto qualquer do quarto, desanimado.

— Eu também evito pensar nisso, mas… - Kelvin toca no queixo de Ramiro, chamando a sua atenção e ele volta a olhar para o ruivo — Você tá falando coisas que o Antônio fez antes mesmo do Marino se tornar delegado, isso vai reduzir muito a sua pena. - Ramiro assente, não tão convencido, mas a fim de encerrar aquele assunto, ele entende que Kelvin quer o ajudar, mas para Ramiro, ir para a cadeia é sinônimo de ficar longe de Kelvin por muito tempo, independente de quanto tempo for, mesmo que seja apenas alguns meses. — Mas…Vamo combinar uma coisa, - Kelvin diz animado — enquanto estivermos aqui, só nós dois, no nosso cantinho, vamo tentar esquecer isso, a gente já fica o dia inteiro falando sobre essas coisas, as pessoas não param de encher o nosso saco, então…Que tal se a gente deixar tudo daquela porta pra fora - Kelvin aponta para a porta do quarto — e aqui dentro, a gente só pensar e fazer coisas boas, - Kelvin sorri e se aproxima do rosto de Ramiro, que também sorri, mais relaxado, acompanhando o sorriso e os pensamentos do mais novo — O que você acha? - Pergunta com seus lábios quase colados aos de Ramiro.

Seu - A primeira vez de Kelmiro no contexto da novela 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora