Chapter Twenty-four

406 52 22
                                    

Wednesday on~

Estávamos a quase meia hora encarando uma a outra. Enid tinha um sorriso no rosto e tentava sempre puxar assunto mas nada durava muito.

Então eu decidi que já estava na hora de falar tudo pra ela e parar de enrolar a situação.

Hora ou outra eu teria que falar que gosto dela, que a quero como namorada, mas fácil era ela dizer que eu estava ficando doida e o que a gente tinha não passava de amizade.

Wednesday: Enid, eu preciso te falar uma coisa.

Enid: Pode falar, estou escutando, Wed.

Puxei o ar para meus pulmões e soltei lentamente. Olhei para ela e então resolvi dar início ao que tinha para falar.

Abaixei meu olhar para o chão, pois a coragem de olhar nos olhos dela havia sumido.

Wednesday: Enid, eu não sei como dizer isso, eu só sei que quando eu vi você me ajudando naquele dia que eu estava chorando e um pouco machucada, eu senti algo diferente, depois daquele dia a gente deu início em uma amizade boa. Só que o problema, é que eu não quero mais ser apenas sua amiga, eu quero que sejamos algo a mais, eu gosto de você. Eu gosto muito, odiava o fato de saber que você namorava o Ajax, odeio não ter conseguido falar isso antes, o quanto eu te amo. Eu quero passar todos os dias ao seu lado, quero sentir o conforto do seu abraço, quero estar com você em todos os momentos. Mas agora que sabe que eu não te vejo apenas como amiga, deve estar me achando louca ou algo do tipo.

Assim que terminei de falar, ergui meu olhar para ela e vi uma Enid sem reação, que tentava formular alguma palavra. Abriu a boca para falar mas de lá não saiu nada.

A porta foi aberta depois de duas batidas. Era o doutor e a mãe de Enid, meu tempo acabou e Enid não me deu nenhuma resposta.

Peter: O horário de visita acabou.

Esther: Sinto muito interromper vocês meninas, daqui a pouco a Enid sai do hospital e volta pra casa. Vocês podem conversar melhor quando ela voltar.

Wednesday: Eu já ia embora, tenho que ver como minha mãe está e fazer um curativo na minha mão.

Saí do hospital a passos largos e andei sem rumo, não iria voltar pra casa. Não queria que minha mãe me visse triste, então peguei meu celular e liguei pra Xavier.

Pedi para ir na casa dele e assim que ele falou que eu podia, eu fui para lá.

Não sou muito próxima de Eugene ou outras pessoas, Xavier é o único que eu tenho um pouco de intimidade, eu confio nele.

Toquei a campainha de sua casa e ouvi passos se aproximando. A porta foi aberta por uma garota de cabelos castanhos claros, ela vestia uma camisa de Xavier, franzi o cenho, não sabia que Xavier gostava de garotas.

Xavier: Wednesday, você chegou.

Ouvi Xavier dizer enquanto se aproximava.

Wednesday: Eu não quero atrapalhar...

Xavier: Ah, essa é minha prima, Charlie.

Charlie: Prazer em te conhecer, Wednesday, o Xavier fala bastante sobre você.

Wednesday: O prazer é meu, o que o Xavier fala de mim?

Xavier: Nada demais... Entra.

Entrei e me sentei no sofá, Xavier se sentou do meu lado e vi sua prima se sentar ao seu lado.

Suspirei um pouco exausta e vi ele se aproximar mais de mim com um olhar curioso.

Xavier: Quer me contar o que aconteceu?

Wednesday: Sim, eu só vou avisar minha mãe que estou aqui, ela deve estar se perguntando o porquê da demora.

Ele assentiu e eu peguei meu celular, avisei minha mãe onde estava e que não voltaria no mesmo dia.

Dormiria na casa de Xavier, amanhã retornaria a minha rotina escolar e tentaria não pensar muito sobre o que aconteceu hoje.

Wednesday: Pronto.

Xavier: O quarto de hóspedes da ocupado pela minha prima, mas se você quiser pode dormir no meu quarto e eu durmo no sofá da sala.

Wednesday: Não quero que fique com dor nas costas, a casa é sua e seu quarto é seu.

Charlie: Você pode dormir no mesmo quarto que eu, a gente pode ficar conversando e se conhecer melhor.

Charlie disse sorrindo gentil e Xavier me olhou analisando minhas expressões.

Wednesday: Tudo bem.

Xavier: Tudo certo então, eu vou ver se tem algum colchão ou algo do tipo pra pôr no quarto.

Charlie: A Wednesday pode dormir na minha cama.

Disse olhando pro Xavier e eu franzi o cenho.

Charlie: Não entendam errado! Ela pode dormir na minha cama e eu no colchão.

Se explicou e Xavier assentiu.

Wednesday: Tudo bem.




Enid on~

Fiquei paralisada, minha mente estava processando tudo o que Wednesday havia falado, meus pensamentos estavam uma bagunça, só voltei a realidade assim que a vi saindo do quarto.

Então era realmente recíproco. Fechei meus punhos e bati com força no colchão da cama, ela falou o que sentia e eu não falei absolutamente nada.

Ela falou que me amava e eu não respondi que sentia o mesmo, me sinto uma idiota, uma pessoa completamente besta.

O que ela deve estar pensando? Que eu não sinto o mesmo por ela? Que eu a acho uma tola por gostar de mim?

Esther: Está tudo bem, Enid?

Enid: A Wednesday sente o mesmo por mim, ela falou que me amava, eu fiquei calada no momento errado, eu fiquei em choque por ter ouvido tudo aquilo dela. Eu não consegui formular uma palavra sequer!

Esther se sentou ao meu lado e fez um carinho em minha bochecha com o polegar. Estava chorando, mas era de frustação e decepção.

Esther: Sinto muito meu amor, quando você sair você vai na casa dela, descanse hoje, converse com calma e tente falar o que sente amanhã.

Enid: Tudo bem, mas e se ela não quiser falar comigo?

Esther: Continua tentando, tente ter o que tanto quer.

Assenti e continuei ali, com minha mãe ao meu lado. A cada dez minutos o Dr. Peter aparecia para ver como eu estava.

Saí do hospital as cinco horas, mamãe dirigia o carro em uma velocidade aceitável e o ar era preenchido pela música que tocava no rádio.

Assim que chegamos, subi para meu quarto e me deitei na cama. Adormeci depois de ficar pensando em várias coisas para dizer a ela.

Minha mente estava cansada, meu corpo doía o suficiente para deixar tudo pior.








Continua...

Perdão pela demora, prometo demorar de novo :P

Diário de uma insegura - Wenclair Onde histórias criam vida. Descubra agora