Não haveriam guerras se soubessem da trégua que obtive depois que você chegou

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Oi galera, eu voltei!

Peço desculpas pela demora mas estou em final de semestre nas faculdades e acaba sendo muito corrido, além do que, estava com dificuldade em desenvolver o capítulo porque queria que fosse perfeito.

Eu dividi ele em duas partes e prometo para vocês que vai valer a pena.

Trouxe esse para não deixá-las na mão e o mais breve retorno com a segunda parte.

Relevem os erros e espero vocês nas notas finais.

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Fernanda acordara naquele sábado com a sensação de que seu mundo acabaria e recomeçaria no final daquele dia, como se seu futuro dependesse do resultado da noite que havia planejado durante a última semana. Estava tão ansiosa e nervosa que mal dormiu naquela noite. Tinha tantas coisas em mente, tantas pendências para resolver antes do tão esperado reencontro com Pitel, que nem o cansaço que sentia seria capaz de fazer com que permanecesse na cama, muito menos o tempo frio e chuvoso que fazia em Niterói. Estava determinada a mudar sua vida naquele dia.

Talvez a carioca estivesse exagerando um pouco sobre aquela noite, mas dada a vocação da morena para o drama e a sua própria história de vida, não era surpreendente que ela enxergasse aquele dia como seu novo divisor de águas.

Aos 32 anos, Fernanda era uma mulher madura, resiliente e guerreira. Havia dedicado seus últimos 10 anos em cuidar de seus dois filhos de maneira solitária e dolorida. Sofreu muito naquele período, a maternidade solo por vezes a sobrecarregou, adoeceu, enlouqueceu e quase a matou, mas senão fosse a maternidade também, não seria a mulher que era hoje, não estaria onde estava e tão pouco seria feliz.

Dividia sua vida em antes e depois das crianças, como se tivesse nascido e renascido quando pegou o menino pequeno e indefeso no colo pela primeira vez, e tal sentimento se repetiu quando viu Laura nascer. Fernanda havia nascido para ser mãe deles e sabia disso, e acima de tudo, amava e abraçava isso com todo seu ser, mas também sabia que existia outra Fernanda, uma além da maternidade, cheia de sonhos e anseios próprios, mas que aos poucos foi ficando em segundo plano quando se viu sozinha e com duas crianças.

Os 10 anos cuidando dos filhos não haviam sido fáceis, abdicou dos seus sonhos, da sua saúde e dos seus desejos em prol da vida das crianças. Batalhou muito para proporcionar o mínimo que eles precisavam, e de fato conseguiu, trabalhava como confeiteira, modelo e tantos outras oportunidades que aparecia para garantir que Marcelo e Laura tivessem aquilo que precisavam, mas estava cansada daquela vida, então,  no auge dos seus 32 anos havia decidido tentar mudar aquele cenário, mudar sua vida e a de seus filhos e de fato havia conseguido, era milionária agora, um fenômeno em publicidade e recentemente havia sido contratada pela maior emissora do país, então seus esforços dos últimos 10 anos finalmente haviam sido retribuídos. Estava feliz e realizada, afinal conquistou o que planejava quando se inscreveu para o programa, mas Fernanda só não esperava que a experiência do BBB fosse lhe trazer a realização de outro sonho, um sonho  que parecia tão distante e por vezes tão impossível, que havia abdicado dele a dez anos atrás quando teve seu coração partido pelo pai de seu filho.

Fernanda desde de muito nova era a personificação da palavra intensidade, tudo para a canceriana era muito, tudo a emocionava, transformava e a mudava. Quando gostava, gostava muito, se entregava de corpo e alma,  sem medir as consequências, e por isso, ao longo de sua adolescência e início da vida adulta havia quebrado muito a cara e o coração. Para ela era difícil não entender como as pessoas conseguiam ser de outra forma, porquê para ela era sempre o tudo ou o nada.

Tinha 21 anos quando conheceu o pai de seu filho em um mochilão pela América do Sul e foi amor a primeira vista; se apaixonaram, ou melhor, a morena se apaixonou e decidiu viver sua vida com o homem. Era jovem e inconsequente e como resultado disso, em 6 meses que haviam se conhecido, estava grávida e basicamente sendo obrigada por seu pai a se casar com o paulista. Abandonou sua graduação e os planos que tinha para seu futuro, para que assim pudesse se dedicar a criança que esperava. A relação não era perfeita, brigavam quase sempre, mas acabavam se acertando e ele até que era um bom namorado, pensava a morena, eles tinham suas diferenças, mas tentavam relevar em nome do pequeno Marcelo.

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