No limiar do amor

Só vale a pena viver se alguém está amando você

Oi gente, eu não consegui voltar antes porque como já falei anteriormente, estou em final de semestre e sem tempo sobrando para poder me dedicar a história.

Eu não ia dividir esse capítulo em dois, mas se eu não o  fizesse, vocês provavelmente ficariam sem atualização por mais de uma semana, então cá estou eu.

O pedido veio aí, mas o hot só no próximo, então me perdoem mais uma vez por ter que deixá-los esperando, mas finjam que vocês são iguais a loba que adora sofrer de tesão acumulado e prometo que no próximo a safadeza vem aí.

Espero que gostem e vejo vocês nas notas finais.

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Estavam na varanda ainda, o abraço já tinha sido desfeito e agora as duas mulheres se encaravam profundamente.

Pitel tinha esse sorriso nos lábios e os olhos brilhando como duas pedras preciosas. A luz que emanava da mulher seria capaz de iluminar toda Niterói e provavelmente, o Estado do Rio de Janeiro. Giovanna Letícia era para Fernanda como um farol que buscou durante toda a sua vida.

A escuridão das coisas ruins que lhe aconteceram, das incertezas e dos seus temores simplesmente se dissipavam quando tinha a alagoana ao seu lado. Estava apaixonada pela cacheada e não tinha a menor dúvida disso, pelo contrário, aquilo havia virado um mantra nos últimos meses, mas agora, frente a frente com ela, sabia que não era só paixão e tão pouco o amor amigo. Amava a mulher com todo seu ser, com tudo que ela tinha e era, e olhando no fundo daqueles olhos quase negros da assistente social, soube que era para o resto da vida.

Fernanda jamais seria igual o que era antes de conhecer a mais nova, sua vida mudou desde o dia que foi atravessada pela a existência da alagoana. E com isso em mente, soube que não poderia mais esperar. Pegou a mão da mulher mais nova e disse o que ensaiou a vida toda.

- Pitel, eu tinha todo um roteiro em mente para essa noite, planejei isso pelos últimos 10 dias e queria que tudo saísse conforme o planejado, mas olhando para você agora eu não quero esperar o jantar para te dizer tudo que eu tenho para te dizer. - Pitel a encarava apreensiva, enquanto a carioca sentia que seu coração colapsaria dada a velocidade com que ele batia. Estava nervosa e sentia sua mão suar e sua voz embargar, mas esperou por aquele momento os últimos 10 dias e provavelmente a vida toda, então não tinha volta, tão pouco queria voltar.  

- A vida inteira eu sonhei com um romance digno de cinema, daqueles que a gente assiste e é capaz de sentir as emoções dos personagens como se fossem nossas. Eu sonhava com uma família, filhos e todo esse clichê de sessão da tarde, mas depois de muito apanhar da vida, de muito me decepcionar, eu abdiquei desse sonho, e não só isso, eu havia aceitado que isso não era para mim ou que talvez isso sequer existisse para além da ficção. Minha existência inteira eu tinha a sensação de viver no escuro, com poucas aparições de luz, sabe? Quando as crianças nasceram essa escuridão se tornou um pouco menor, mas não desapareceu. Quando estava ao lado do Celo e da Laura ela sumia, mas tão logo voltava quando me distanciava deles, e isso me perseguiu durante muito tempo Pitel e para ser honesta, ainda persegue, mas desde que você chegou, parece que essa escuridão se tornou apenas uma sombra pequena diante da imensidão de luz que você traz para minha vida. 

- Fernanda, eu... - Pitel chorava, assim como a carioca, mas a morena a interrompeu, precisava falar antes que sua voz e coragem sumisse.

- Não, me deixa falar, por favor, eu ensaiei esse discurso uma vida inteira e finalmente encontrei quem nasceu para ouví-lo. - A confeiteira disse enquanto pegava na mão da cacheada e continou.