- Nathan, por que não leva Samanta para conhecer a casa?- Perguntou Dorea Brummer, minha mãe adotiva. Tínhamos acabado de chegar em casa, vindos do orfanato.
Ah não. Tudo menos isso. Tá legal, sei que vou morar aqui, mas conhecer a casa com ele? Sem chance!
- Claro, mamãe - Respondeu Nathan. - Aliás, vou jantar com o pessoal hoje. Tudo bem?
- Leva Samanta com você. - Falou Charlie Brummer, meu pai adotivo.
" Por favor, diz que não! Por favor, por favor, por favor!"
- Não acho que seria uma boa ideia... - Falou Nathan desconcertado.
Isso! Pelo menos uma coisa em que concordamos!
- Não seria um problema, não é Samanta? - Perguntou Dorea.
- Ééé... Acho que eu prefiro ficar arrumando minhas coisas! - Falei com um sorriso amarelo no rosto.
- Que isso! É uma grande ideia você conhecer os amigos de Nathan. - Falou Charlie.
- Eu já conheço, sr. Brummer. - Falei.
Peguei minha mala do porta-malas.
- Conhece? - Perguntou os Brummer's.
- Não sei se sabe, Nathan, mas estudamos juntos desde os meus 12 anos. - Falei irônica.
- Estudamos? - Perguntou Nathan.
Não respondi. Esperei a sra. Brummer abrir a porta e entrei na sala.
- Uau! - Falei surpresa.
Na escola estavam sempre falando do quanto Nathan Brummer e sua turma eram ricos. Não imaginava que eram tão ricos assim. A sala é enorme e tinha várias salas de estar. Faxineiros limpavam vários cantos, inclusive os lustres. Dorea passava e falava com todo mundo. Passamos por corredores e vários cômodos. Sala de jantar, sala de leitura, sala de TV, biblioteca particular de Charlie e Dorea, vários quartos vazios e banheiros. Paramos em frente a uma das portas brancas. Era o meu quarto.
Fiquei emocionada do quanto eles foram cuidadosos em saber do que eu gostava. No meio do quarto tinha uma cama de casal com lençóis azuis e verdes, minhas cores favoritas. Na verdade, praticamente todo o quarto era azul e verde. Tinha uma penteadeira, uma televisão, uma estante branca com vários DVDs de filmes e temporadas das minhas séries favoritas, um espaço de estudo lindo, algumas citações dos meus livros favoritos estavam pregadas nas paredes, letras decorativas formando meu nome decoravam uma estante com cadernos e canetas, tinha um frigobar com minhas bebidas favoritas e várias outras coisas. No canto, havia três portas.
A primeira levava a um banheiro enorme com direito a banheira de hidromassagem e tudo. A segunda levava a um closet vazio. Dizendo Dorea, ela sairia comigo para comprar roupas, sapatos, acessórios e tudo mais, mesmo eu reclamando que não precisava. E o terceiro levava a MINHA biblioteca particular.
- A dona do orfanato disse que você amava ler e tinha muitos livros. Mas acho que ela exagerou e amanhã sairemos para comprar mais livros. - Falou Dorea.
- Não precisa. Guardo meus livros em um lugar diferente. Poderemos buscar, se quiser. - Falei.
- Amanhã. - Falou Charlie. - Agora você tem que se arrumar para o jantar com Nathan.
Resmunguei baixinho. Isso não vai dar certo.
Eles sairam do meu quarto e eu abri minha mala. Não tinha muitas roupas chiques, então peguei minha combinação favorita. Uma saia de cintura alta em um tom de rosa quase vermelho, um cropped preto e florido em tons quentes, um casaquinho fino amarelo e uma sapatilha preta. Fiz uma trança e passei rímel e gloss. Por fim, coloquei um colar com pingente de livro dourado.
Quando desci para a sala, encontrei Melanie Drew se agarrando com Nathan. Fiquei traumatizada com a cena que eu vi. Se não fosse por Dorea que entrou na sala naquele exato momento, eu teria vomitado no chão.
- Vocês vão ou não? - Perguntou ela a Nathan.
Enquanto Nathan e Melanie íam na frente, eu me despedi de Dorea. Consegui ouvir um murmurio de Melanie.
- Não consigo acreditar que sua mãe foi adotar logo a esquisita e lerda da escola.
- Nunca gostei daquela garota. - Falou Dorea. Nós rimos. - Boa sorte, Samanta.
- Me chama de Sam. - Falei. Dei um beijo em sua bochecha e corri para conseguir entrar no carro.
Nunca mais ando no mesmo carro em que Melanie e Nathan estão. Em cada sinal vermelho, eles se beijam de um jeito nojento que me faz ter ânsia. Eca!
O que me animou mesmo foi o lugar para onde estávamos indo.
O local onde fica o orfanato é cheio de lanchonetes, mini cinemas e parques. Em um momento de solidão, eu entrei em uma dessas lanchonetes e passei a ir lá todos os dias. Fiz amizade com todos que trabalhavam lá e com a dona. Eles me ajudaram muito. E é para essa lanchonete que estávamos indo.
Assim que sai do carro, o segurança da lanchonete acenou para mim. Era Chavier.
- Samanta! - Ele chamou e me deu um abraço de urso. - Quando a Sofia nos avisou que você foi adotada, achávamos que nunca mais íamos te ver!
Sofia era a dona do orfanato.
- Que isso Chavier! - Falei. - Nunca ia parar de vir aqui!
Ele riu.
- E quem são esses? - Perguntou apontando para Nathan e Melanie.
- Esse é Nathan Brummer, meu novo irmão adotivo, e Melanie Drew. - Respondi.
- Ah! Um tal de Danniel Noah está esperando por vocês. - Falou Chavier.
Nós entramos e vimos Danniel se agarrando com Emanuely Berry. Eca!
Nathan fez aquele cumprimento estranho de amigos com Danniel e se sentou ao seu lado, com Melanie em seu colo.
Antes que eu pudesse me sentar, alguém me abraçou por trás. Gritei quando vi quem era.
- Brandon! - Falei. - Você voltou!
Brandon tinha passado três anos no Canadá junto com a irmã. Eram meus únicos amigo verdadeiros.
- Claro docinho! - Brincou ele. - Não aguentava mais o Canadá!
- E onde está sua irmã? - Perguntei.
- Serve eu? - Gritou minha ruiva predileta.
- Que saudade, Lily! - Falei, enquanto a abraçava.
Okay. Não era assim tão sozinha, mas depois que Lily e Brandon se mudaram, eu fiquei sem alguém que pudesse me entender. Não sou fácil em fazer amizades. E quando faço, quero ter certeza de que são os verdadeiros. Espero que Brandon e Lily não me abandonem nunca mais.
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Aconteceu...
Ficção AdolescenteSamanta é uma garota que acreditava que seus pais tinham morrido em um acidente de carro e que o amor verdadeiro não existia. Porém, algo irá mudar. Seu passado virá a tona e ela carregará um peso enorme nas costas. Ainda por cima, um amor antigo re...