Capítulo 27

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Ele nem tinha dinheiro para realizar um funeral, então queimou os corpos da filha e da esposa. Enquanto observava, tirou as joias do bolso e tentou queimá-las juntas. Embora as chamas permanecessem ali até se transformarem completamente em cinzas, sua filha não conseguiu pegar as joias.

O professor Hail se considerou um pai ganancioso, sem coração é mau até o fim. Ele tirou férias não programadas da academia e nem sabia quanto tempo havia passado.

Enquanto morava em sua casa, onde sentia vontade de morrer, chegou o aniversário de sua filha. Não tendo feito nada por ela, ele sentiu muita falta da filha, que faleceu tão rapidamente. A dor dos pais que perderam os filhos foi indescritível. Sem mencionar que não havia palavras para descrevê-los.

Foi uma noite profunda. Ao encontrar uma árvore com a altura certa para se encerrar, tirou o pano branco que havia preparado e amarrou-o aos três. Por outro lado, ele segurava o acessório preferido da filha.

"Lena... papai está muito grato por você ter nascido como minha filha."

Só de pensar nisso o fez chorar. Ele até venderia sua vida para vê-la, mas não podia fazer nada.

"Em breve... papai também irá lá. Para dar um abraço na minha filha... estou indo agora."

Mesmo que ele estivesse atordoado por consumir algumas pílulas para dormir, a dor ainda era sentida. Enquanto ele lutava com a dor espalhada por seu pescoço, a dor se intensificou à medida que o pano amarrado apertava mais.

"Bebê."

Foi então.

"Grito!"

Seu corpo caiu no chão com o som do pano sendo arrancado da árvore.

"Você não pode fechar os olhos! Acordar!"

Uma mulher com longos cabelos azuis claros e olhos rosa veio correndo. Ela sacudiu o corpo do professor Hail e deu um tapa nas duas bochechas dele.

"Não...feche...seus...olhos!"

O som dela chamando-o estava ficando cada vez mais alto.

Quando recobrou o juízo, não estava em uma floresta escura, mas na velha cama de uma cabana. Ao sentir o cheiro de ervas amargas, ele franziu a testa e tentou se levantar.

"Um..."

"Você está acordado?"

"Este é... onde..."

"Não se esforce demais. Deite-se e descanse.

A mulher que deu vários tapas na bochecha do professor Hail antes de perder a consciência se aproximou dele. Ela o impediu de se levantar. Balançando a cabeça em recusa, a mulher colocou o salgueiro nas costas e trouxe uma misteriosa sopa verde escura. Na verdade, pela textura, era difícil chamar aquilo de sopa. Além disso, o cheiro amargo que penetrava em seu nariz era insuportável.

Nos olhos daquela mulher havia determinação em vê-lo terminar de tomar a sopa.

"Isso... como... o que está acontecendo... quem é você... eu obviamente..."

"Arabela."

"De repente, o que..."

"Esse é o meu nome. Sinta-se à vontade para me chamar de Bell. Agora não, mas minha família me chamava de Bell."

"Sino..."

"Parece que acabou de andar."

Ela se virou para a porta como se estivesse acostumada ao som de algumas batidas.

"Espere!"

"Por que?"

"Olhando para isso agora... você... Não, Bell... você parece estar morando sozinho. Abrindo a porta sem verificar quem é..."

Your Regrets Are LateWhere stories live. Discover now