CAPÍTULO SEIS
QUEM CONTA A HISTÓRIA
| "A aparência é apta a enganar aqueles que veem apenas com os olhos."
| "Os verdadeiros monstros nunca poderão ser vistos a menos que os conheçam de perto. Um amor muitas vezes é subjugado pela incompreensão e a ideologia que tem que ser aceito sacrifícios para que possa ser eleito 'correto' ou 'perfeito'. Nunca se saberá o que realmente é um monstro até o momento que se convive com um."
Os seus dedos teclavam sob as letras separadas. Avoada, por pouco não derrubou o copo de água sobre o teclado do próprio notebook.
Merda.
Os prazos estavam chegando e ela não tinha mais ideias sobre o que escrever. Era tão familiar... tão íntima essa história. Primeiro, as ideias surgiam. Em seguida, as frases. A ideia de colocar o vilão e o mocinho na mesma balança fazia as borboletas voarem em seu estômago. Ou mostrar ambas as formas, mas com perspectivas reais. Ou o mais perto disso.
| "Nos personagens dos livros, um vilão sempre é prescrito por suas decisões que o envolvem ao 'mal' que deverá ser feito ao respectivo herói. O verdadeiro malfeitor sempre será baseado em quem está contando a história."
Uma garota apaixonada.
Um herói quebrado.
Um vilão disfarçado de ovelha.
Uma dor aguda acertou seu peito ao desviar o olhar para a aliança na mão esquerda. Deslizou os dedos sobre o aro dourado, relembrando o casamento. Como seu noivo parecia satisfeito em finalmente fazê-lo, com os olhos firmes nos seus, o sorriso verdadeiro em seus lábios ao invés do ligeiro cinismo que mantinha para todos — ou manteve durante a metade da vida até aprender a sorrir com sinceridade. Era difícil vê-lo sorrir. A maneira com que fora criado o impedia de manter mais que uma língua afiada e as defesas bem levantadas. Seu rosto contornava os traços sutis apenas ao estar só em casa, no máximo, acompanhado dos amigos mais íntimos.
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(Nem) um terço dos livros (Tonehina;Sasuhina)
Fanfic"Nem todos os monstros possuem dentes afiados, um rosto assustador ou entram na casa de pessoas indefesas pela noite." * Hinata, aos dezessete anos, nunca teria esperado receber um pedid...