Capítulo dois

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– Não entendo qual sua tara por essas coisas.

Dahyun passou atrás da namorada sentada no sofá, o celular aberto em um manhwa aleatório que ela achou no tik tok.

– Deixa disso, dudu, eu gosto, vai tirar fotos novamente?

Perguntou a mulher agora enfim desligando o celular enquanto fazia uma nota mental de onde parou, odiava aqueles sites.

A mulher olhou sua namorada, a câmera nova nas mãos e uma roupa de frio confortável, era um moletom com estampa de hamster, uma calça do mesmo tecido e sem desenhos dessa vez.

– Vou sim, sasa, quer ir comigo?

–;Sim! Só espera um segundo.

Sana rapidamente levantou e sumiu por entre as portas e o curto corredor da casa dos Kim.

Fazia no exato cinco anos que estava com Minatozaki Sana, ambas estudaram na mesma escola e consequentemente na mesma sala desde o infantil. A cidade pequena onde todos se conheciam facilitou ainda mais a convivência das duas, a proximidade começou numa festa de uma de suas amigas, Son Chaeyoung.

Dali então não se separaram mais, parecia que haviam nascido grudadas, porém nem tudo são flores e nos últimos meses a coreana sentia o fogo da paixão se esvaziar, como o pote de doce de leite que não dura nem duas horas na cozinha ou como os grãos de areia, esses que escorregam por seus dedos.

Claro, tentava a todo custo dizer a si que uma hora a paixão iria acabar e cabia a ela decidir amar ou não a japonesa, mas não estava sendo fácil. O dilema entre terminar ou seguir com seus pensamentos e eventualmente amar Sana, amava Sana, mas não de forma que descrevem, ela começava aos poucos ver Sana como apenas uma amiga e isso dilacerava seu coração.

Odiaria ver a sua parceira de longa data chorar por sua incompetência em decidir as coisas, por sua negligência e egoísmo. Sana era boa, doce e muito divertida, as noites em que a coreana chorava a outra imitava vários animais, entre eles seu favorito, um guaxinim.

– Amor, está tudo bem?

Sana apareceu, Dahyun despertou de seu transe, os olhos arregalados como se estivesse sendo pega no flagra fazendo besteira. Mas na realidade apenas apertava a câmera com força, se ela tivesse um pouco mais de força havia quebrado aquela recente câmera, tão cara…

– Sim sasa, vamos?

Sua mente deu uma trégua, a noite estava linda demais para desperdiçar com seus problemas. Uma caminhada rápida até a laje da casa e então ambas deitaram no sofá velho ali, Dahyun capturava com a câmera parte, um fragmento da beleza natural dos céus, esses que tanto a facinavam.

– Sana.

– Sim, dahy?

– Eu faço se sentir amada?

Aquela pergunta pegou de jeito a japonesa, ela havia sim notado o comportamento distante da namorada, achou no início que era outra pessoa, mas após uma vergonhosa investigação, não achou nada, cogitou tantas coisas e então desistiu, o que quer quê fosse, a coreana hora ou outra iria se abrir, só não imaginava que seria justamente agora.

– Dahy, que pergunta é essa, claro que faz.

A Kim não sentiu firmeza nas palavras dela, seu foco saiu da imagem do céu para olhar a garota ao seu lado, as bochechas vermelhas, olhos perdidos no grande mar estrelado, ou era em sua própria mente.

Um fato era, elas nunca brigaram, não eram perfeitas e muitas vezes acabaram de desentendendo, mas nada se comparado a uma briga onde ambas dormiam chateadas. Elas eram companheiras, maduras porém ao mesmo tempo, sabiam fazer uma a outra de sentir bem, muitos diriam que era amor ali, mas a coreana sabia que, por trás daquele exemplo perfeito, daquela beleza das duas o buraco era bem mais embaixo.

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⏰ Última atualização: May 18 ⏰

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Written by The Stars- DahMoOnde histórias criam vida. Descubra agora