℘ 000, prólogo

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SUNNY MONROE,
um ano antes,
2004.

EU ACHO QUE, ANTES DE CONHECER Sam Winchester, minha vida era completamente deplorável. Começando pelo fato de nunca ter conhecido minha mãe, já que a mesma morreu no dia em que nasci, deixando para trás eu, minha irmã e meu pai. Entretudo, meu pai e minha irmã foram os que mais sofreram com a morte da minha mãe, ouvi dizer que antes de tudo acontecer, ele era um marido bom e um pai ótimo. Bem, as coisas mudam.

Meu pai passou a maior parte da minha infância na rua, ele quase nunca estava em casa, tivemos que nos virar sozinhas. Penélope já era grande o suficiente para saber como cuidar de uma criança, mas aquilo certamente não era sua obrigação, ela era minha irmã, e não minha mãe. De qualquer forma, ela nunca falou nada sobre isso comigo, ela não era do tipo fechada, ela apenas não falava sobre seus sentimentos, sobre como se sentiu durante nossa infância e adolescência toda.

Despertei dos meus pensamentos quando ouvi o toque do meu celular, piscando algumas vezes para voltar a realidade. Li o nome de Sam na tela e deixei um sorriso escapar, estava mesmo com saudades dele.

— Alô, Sam? — Eu comecei, não ouvindo a voz dele do outro lado da linha de imediato. A única coisa que consegui ouvir foi sua respiração, parecendo acelerada. — Sam?

Ao chamar novamente, ele abriu a boca para dizer:

— Desculpe, estou sonolento. — Riu baixo, me fazendo suspirar aliviada ao ter a confirmação que ele estava bem. Me levantei da cama e abri a porta do quarto, prendendo o telefone entre meu ombro e ouvido. — Preciso saber se está bem.

— Estou bem. — Respondi. — Mas por que?

Ele ficou quieto por um tempo, o que me deixou agoniada, novamente, por um breve momento. Eu não gostava quando ele fazia isso, parecia até que estava pensando em várias palavras antes de falar.

— Tive um sonho com você. — Me respondeu, sua respiração parecendo acelerada mais uma vez. Juntei as sombrancelhas levemente, passando pelo corredor, descendo os degraus de um por um. Olhei para a sala e avistei Penélope, dormindo feito um bebê no sofá da sala, sorri fraco, desligando a televisão que estava ligada. — Mas não foi nada demais, eu só... Queria ouvir sua voz.

— Um pesadelo?

— Sim, um pesadelo. — Engoliu em seco, e suspirou em seguida.

— Me conte. Não estou com sono, posso ficar falando com você até que você pegue no sono. — Desliguei todas as luzes, subindo para meu quarto novamente. Tive a certeza que ele ouviu a porta batendo.

Não era a primeira vez que Sam me informava que estava tendo sonhos comigo, ou melhor, pesadelos. Nunca achei que devesse me preocupar e muito menos ele, pesadelos são comuns, não deveria ser nada demais.

Cocei os olhos, me deitando na cama, de bruço, apoiando meu corpo em um cotovelo só, e com a outra mão continuei segurando o celular. Eu tinha certeza que ele negaria meu pedido, porque ele era assim, e sempre assim.

— Não precisa, você tem que dormir também. Até porque, amanhã vai ser um dia longo. Descansa, linda, te vejo amanhã de manhã, eu prometo, okay?

Comprimi os lábios, deixando-os em uma linha reta. Logo após essa ação, eu balancei a cabeça, mesmo sabendo que ele não poderia ver. Cocei os olhos novamente, sentindo o sono chegar com tudo. Mas eu queria ficar um pouquinho com ele ali. Porém, nos veríamos pela manhã, e isso era bom e era o bastante para mim.

— Tudo bem. Boa noite, Sam. Amo você.

— Eu também amo muito você. — Ele respondeu, antes de desligar. Deixei o celular de lado em seguida, encarando o teto.

De qualquer jeito, não demorou muito para eu cair no sono, mas desejei que isso nunca tivesse acontecido.

Porque, eu havia tido um pesadelo; Sam estava chorando, de terno preto, segurando flores, enquanto encarava um túmulo. Me lembro bem de ler com clareza o nome escrito ali "Sunny Monroe. Boa filha, irmã e noiva."

Eu sabia que era um pesadelo, porque eu não estava noiva, e muito menos iria morrer.

𝗺𝗮𝗿𝗰𝗮 𝘀𝗼𝗺𝗯𝗿𝗶𝗮, Sam Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora