12. Fim

887 76 340
                                    


{Quebra de tempo}

Seis anos se passaram...

Pov Kenma.

Eu me lembro de quando comecei a odiar o simples fato de me apegar há alguém, foi quando eu conheci e perdi o amor da minha vida, Kuroo. Apesar de eu ser idiota demais para perceber, ele foi a única pessoa que conseguiu arrancar de mim um simples afeto.

A quem eu quero enganar, não era um simples afeto, eu o amava tanto que poderia morrer simplesmente por isso.

Nunca pensei que a Europa fosse um continente tão bonito, desde que cheguei com minha mãe, temos nos mudado constantemente por vários Países da Europa, e tenho estudado nas melhores escolas graças ao meu pai, não que eu esteja feliz com isso, mas aos poucos eu tive que me acostumar.

— Kenma, por favor, pode olhar para a câmera só um instante? — ouvi o fotógrafo tentar chamar minha atenção.

Não questiono e apenas olho para a câmera, não faz tanto tempo que virei modelo profissional, mas também investi em um canal no Youtube enquanto administro a empresa do meu pai, para qualquer outro jovem isso pode parecer demais, mas é mamão com açúcar.

Afinal eu já tenho 24 anos de idade, não podia ficar parado para sempre. No fim, não serei eu quem comandará a empresa, minha mãe e meu pai se resolveram, e eu confesso que, eu também passei a perdoar meu pai que tentou mudar durante seis anos.

Eu disse para ele, é o seguinte :

— Eu vou estudar e comandar a empresa por um tempo, mas quando o Kiyoshi nascer e crescer, será ele quem irá ficar nesse cargo, entendido? — meu pai apenas concorda com a cabeça.

Sim, meu irmão vai se chamar Kiyoshi, por mais que eu tenha odiado o nome, finalmente vi um sorriso no rosto da minha mãe após tanto tempo.

Atualmente estamos em Paris, na França, a cidade em que sou mais conhecido, de repente fiquei tão famoso que não pude contar, apesar de não querer.

Por mais que eu fizesse milhares de coisas e tivesse milhares de pessoas atrás de mim, eu só tinha olhares para um.

Uma pessoa que perdi há anos.

Sinceramente, eu acho fútil a ideia de criar sentimentos intensos por alguém que você sabe que vai perder, mas somos tolos o suficiente para crer neles, usar esses sentimentos como a melhor garantia de que promessas serão cumpridas, mas elas não serão.

Promessas não passam de palavras mal faladas sem qualquer argumento racional ou lógico, são apenas uma esperança assim como todas às outras palavras inúteis que existem.

— Kenma, por favor, pode olhar para a câmera? — o fotógrafo pede de novo.

— Você não manda em mim, porra! — eu acabo me estressando, então levanto e suspiro. — Desculpe, continuamos em outro momento, não me sinto bem.

O fotógrafo abaixa a cabeça e eu consigo arrancar um olhar preocupado de minha mãe, que me segue até o camarim.

— Tá tudo bem filho? — ela segura a porta que eu queria que tivesse fechado antes que ela entrasse.

— Só, me deixe em paz por um segundo, tá bom? — peço com um ar de raiva.

Ela entende e vai embora, ainda preocupada, pois não sabe fingir.

Volto para a cadeira e me olho no espelho, quando foi que minhas olheiras por conta de jogos sumiram? Quando foi que eu parei de jogar vôlei? Quando foi que tudo perdeu a cor e nada mais do que eu faço, preenche esse vazio.

Decalcomania - KurokenOnde histórias criam vida. Descubra agora