043. Lampejos de Um Novo Recomeço

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No momento em que deixei de respirar o ar de Stars Hollow e me encontrei respirando o de Cambridge, o mesmo que centenas de gênios intelectuais respiram, eu me senti outra pessoa  — mais madura, mais confiante de mim mesma

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No momento em que deixei de respirar o ar de Stars Hollow e me encontrei respirando o de Cambridge, o mesmo que centenas de gênios intelectuais respiram, eu me senti outra pessoa  — mais madura, mais confiante de mim mesma.

Os últimos meses foram responsáveis pela volta por cima da empresa do meu pai. Posso considerar uma empresa magnata, pois a renda da família Bennet nunca foi tão abundante. 

O sumiço do meu pai foi fundamental para sua caminhada. No tempo que passou fora, eu descobri que a pessoa responsável pela morte da minha mãe voltara; voltara, e, pretendia ter em mãos, a Bennet Industry, e achou que seu plano seria concluído com um processo repugnante. Até chegou a fazer cócegas, no entanto, meu pai, com seus inúmeros contatos de advogados, venceu o processo.

"Madura, jovem e intelectual"; essa foi a descrição que James deu de mim em minha nova fase. A fase que James está enfrentando agora parece ser sua melhor época, junto da minha. James abriu sua própria empresa de arquitetura e seu namoro com Sarah está mais forte do que nunca. É, eles realmente foram feitos um para o outro, e à essa altura do campeonato, eu nem sei mais quem é Anne.

Em relação à minha vida amorosa, não posso dizer o mesmo.

Há cerca de onze meses, experienciei o abismo cinza escuro outra vez: ver Jess fugir e me deixar para trás. No entanto, dessa vez, eu lidei melhor. Não passei dias chorando. Não deixei de viver minha vida. Me foquei mais ainda no que tinha para fazer.

É óbvio que fiquei triste. O meu amor com Jess era algo... inexplicável. Ele era desgastante, complicado, frustrante, enlouquecedor e difícil de entender. Quando estávamos bem, algo aconteceria e mudaria o estado.

Eu tenho defeitos e Jess também. Somos jovens. Temos sonhos, muitas vezes inalcançáveis. Tudo o que pensamos aos 17 é nos divertir. Somos ambiciosos e agimos no impulso. Agimos com imaturidade na maioria das vezes. E essa imaturidade nos matava lentamente, por mais que essa morte seja desmedidamente imatura.

Eu acho que uma parte de mim sempre amará Jess Mariano. Faz onze meses que eu não ouço nada sobre ele. Faz onze meses que não vejo seus olhos verdes me procurando por qualquer esplendor, e talvez, eles nunca voltem a procurar. 

Li em um livro de ciências astronômicas que o ser humano nunca terá total ciência do tempo. Ele apenas tem uma breve noção. Por exemplo, como sabemos que um minuto é sessenta segundos? Ou como sabemos que nascemos no ano que diz nossa certidão de nascimento? Ou, como sabemos que um doze meses é um ano? Isso é impossível de se determinar. Assim como é impossível de se determinar se, em algum milésimo desse abismo que chamamos de tempo, eu voltarei a vê-lo. Segundo a breve noção que temos dessa descoberta e de como, às vezes, o mundo parece tão pequeno, é provável. Mas mais maduros, com o coração mais seletivo, sem estarmos apaixonados um pelo outro, e, talvez, até com outra pessoa.

O meu professor de ciências do nono ano, um dia, nos ensinou sobre o Universo. Não da forma clichê, mas sim nos explicando o quão exuberante ele é. Ele comentou que nossa vida é feita de escolhas, e, antes de a fazermos, temos alternativas. O universo se prepara para todas essas alternativas. Como, quando levantamos para ir para escola; o universo se prepara para duas alternativas, a de ficar em casa e a de ir para escola. Nesse preparo, ele cria dois universos diferentes, um no qual ficamos em casa, e um no qual vamos para a escola.

Com base nessa explicação, eu queria, por alguns milésimos, dar uma breve olhada no universo no qual Jess não fugiu. Como estaríamos agora? Será que teria me ajudado na mudança para a faculdade com Luke, que foi o que mais me ajudou? Será que antes de se despedir, teria me dado um beijo de adeus em meio à dor, mesmo sabendo que eu voltaria eventualmente?

As hipóteses me assustam. Contudo, tenho que seguir minha vida. Prefiro deixá-lo no passado.

— Ei, Geo. — Mateo me chama, em um tom calmo. — Estamos indo ao café ao lado do campus. Quer ir?

— Ah, não, obrigada. Acho que hoje vou ficar por aqui, mesmo. — digo, me referindo ao campus. Há tantas coisas aqui nas quais tenho que descobrir ainda. 

Ele sorri.

— Tudo bem. — diz, em forma de despedida, com um enorme sorriso no rosto.

Quando meus amigos saem do meu campo de visão, sinto uma nova presença no espaço que estou, a biblioteca.

No momento em que me viro para identificar quem é, vejo um menino, uns vinte centímetros mais alto que eu, cabelos loiros escuros e olhos cor de amêndoa. No instante em que olho para ele, ele sorri, contraindo as bochechas extremamente rosadas.

— Oi. — diz, arregaçando as mangas do suéter azul marinho, revelando um lindo relógio prata da Cartier. — Vai se inscrever para alguma aula?

Sorrio.

— Acho que sim. Eu estou bem interessada em economia, na verdade. E você? — devolvo a pergunta, observando o livro que ele tem em mãos; Metamorfose, Franz Kafka. Ótimo gosto. 

Ele, de imediato, levanta as sobrancelhas, ajeitando o cabelo loiro para trás. 

— Que ótimo, me inscrevi para economia. — revela, em tom comemorativo. — Eu me chamo Nicolas. Vim de Florença. Você é?

— Georgia Bennet, de Nova Iorque. 

No exato segundo em que me apresento, as feições de Nicolas se tornam surpresas. Quando observo sua reação, me surpreendo junto a ele.

Ai. Meu Deus.

Nicolas, de Florença, minha primeira paixonite adolescente, da época que ia para a Itália com o meu pai.

— Nic, meu Deus, você mudou. O Nicolas de quatorze anos não seria tão simpático e extrovertido com alguém assim.

Ele solta uma risada genuína, ainda meio inerte.

— Verdade. — diz, em meio à risada. — Então, aquele Mateo é seu namorado?

Fico surpresa com a pergunta. Mateo não é meu namorado, mas é verdade que temos uma espécie de química como todos os nossos amigos dizem. Mateo está solteiro, então não há problema algum em dizer isso.

— Não. — respondi, brevemente.

Ele sorriu.

— Anotado. Agora eu estou atrasado, mas qualquer dia quem sabe eu te chame para tomar um café? — ele brincou, sorrindo.

Eu sorri para ele, comprimindo os lábios.

— Anotado.

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oii meus amores! cap bem curtinho para atualizar vocês. leiam meu mural de avisos, é importante!

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⏰ Última atualização: Jul 16 ⏰

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THE WAY I LOVED YOU, Jess MarianoOnde histórias criam vida. Descubra agora