Imbranato

Primeiras Impressões

Quando o avião pousou no Aeroporto Internacional de Valério Catullo, na Itália, a tarde começava a dar lugar à noite.

Jimin olhou pela janela, aliviado por finalmente terem aterrissado. Depois de treze horas dentro daquele avião, ele começava a se perguntar se conseguiria andar após desembarcar.

Virando-se para o lado, Jimin sorriu ao ver que sua noiva ainda dormia tranquilamente. Ele se perguntava como Jeon Yejin conseguia dormir tão bem, como se estivesse em seu próprio quarto, enquanto ele mal conseguira tirar alguns cochilos.

Era a segunda vez que viajavam para a Itália. Na primeira visita, fora conhecer a mãe de Yejin, mas desta vez os dois estavam levando pessoalmente o convite de casamento. Poderiam ter enviado por e-mail, mas Yejin desejava ver a mãe, já que, desde a separação dos pais, o único contato entre as duas eram as poucas videochamadas que faziam duas vezes por mês.

Jimin sabia que, apesar de Yejin ter escolhido ficar com o pai, a mãe era sua amiga confidente, e ela sentia muita falta da progenitora. Além disso, Yejin também sentia falta do irmão mais novo, que, na primeira visita, estava estudando em um colégio interno, razão pela qual Jimin não teve a oportunidade de conhecê-lo.

Ele conhecia o irmão de Yejin apenas pelas poucas fotos na casa do sogro, nas quais o rapaz era ainda uma criança. Nas fotos da sogra, Jungkook sempre evitava olhar para a câmera. Quando Jimin perguntou o motivo, Yejin explicou:

— Jungkook nunca gostou de tirar fotos.

— As únicas que conseguimos são de quando ele era criança. Depois disso, nunca mais. — disse sua sogra carinhosamente.

— Jungkook è un ragazzo timido, ma sta lentamente migliorando. — Francesco, o marido da sogra, havia saído em defesa do rapaz.

Naquela época, Jimin precisou pedir a Yejin para traduzir o que o senhor Francesco havia dito, depois que ficaram a sós.

O loiro esperava que o senhor Francesco tivesse aprendido um pouco mais de sua língua, ou ele precisaria usar o tradutor a todo instante para conversar.

— Ei, amor, chegamos. — disse Jimin, cutucando a morena ao seu lado.

— Nossa, eu dormi a viagem toda novamente, né? — Yejin disse, corando enquanto se endireitava.

— Você estava cansada. Vem, vamos descer. — Jimin disse, já se levantando.

Depois de desembarcarem e pegarem as bagagens, foram ao balcão de imigração e, em seguida, encontraram o rapaz que os esperava com uma plaquinha com seus nomes. Provavelmente era o motorista que a mãe de Yejin havia enviado para buscá-los.

Não se demoraram com cumprimentos, e Jimin agradeceu internamente. Tudo o que desejava era um bom banho e descanso, se conseguisse dormir quando chegassem na casa da sogra.

A viagem até Siena demoraria mais duas horas, o que significava que chegariam ao Bianchi Palace por volta das dez e meia. Jimin decidiu abrir seu iPad e verificar as anotações e alguns prontuários de seus pacientes, ou acabaria adormecendo no carro.

Enquanto mexia em seu iPad, Jimin sentiu seu iPhone vibrar. Tirando o aparelho do bolso, onde até havia esquecido, viu a notificação de que Taehyung estava perguntando se já haviam chegado.

O loiro sorriu ao ver que o amigo havia acordado às três da manhã apenas para saber se tinham chegado bem.

— Quem é? — Yejin perguntou, debruçando-se sobre ele.

— Tae. Ele quer saber se chegamos bem.

— Diz para ele ir dormir logo, ou acabará perdendo a hora e chegará atrasado na agência novamente.