Imbranato

Prólogo

— Não esquece da festa na casa do Hobi mais tarde! — Taehyung falou enquanto Jimin descia e fechava a porta do carro.

— Você vem me buscar, como eu vou esquecer? — respondeu Jimin, sorrindo enquanto andava de costas.

— Claro, se eu não for, você não vai.

Jimin riu alto, seus olhos se transformando em dois risquinhos, e acenou ao ver o amigo ligar o carro e partir.

Enfim, era sexta-feira e Jimin finalmente teria um pouco de descanso depois de uma semana intensa de provas na faculdade.

— Cheguei! — gritou ao entrar em casa, tirando os tênis e deixando-os sobre o capacho ao lado da porta.

— Bem-vindo de volta, Senhor Park. — a empregada apareceu na porta da cozinha, segurando uma bandeja.

— Boa tarde, senhora Choi. Minha mãe está em casa?

— A senhora Park pediu para avisar que chegaria mais tarde.

Jimin sorriu levemente. Mesmo sabendo que sua mãe não estava em casa, por hábito, sempre perguntava.

— Entendo, obrigado, senhora Choi. Meu irmão já chegou da escola?

— Sim, ele está no quarto estudando com um colega. — respondeu a senhora com um pequeno sorriso. — Eu estava preparando um lanche para eles.

— Deixe que eu levo, senhora Choi. Esta semana mal consegui falar com o Jihyun.

Sem esperar resposta, pegou a bandeja das mãos da empregada e, sorrindo, dirigiu-se às escadas.

O pai de Jimin havia falecido em um acidente de carro três anos atrás e, como sua mãe estava sempre muito ocupada, cabia a ele dar atenção ao irmão mais novo, para que não se sentisse sozinho naquela casa enorme.

Era também seu dever, como irmão mais velho, aconselhar e cuidar para que Jihyun não se metesse em encrencas. Contudo, por causa da semana de provas na faculdade, Jimin mal conseguira conversar com ele.

Seguiu pelo corredor e viu que a porta do quarto de Jihyun estava fechada. Desejando fazer uma surpresa, sorriu, equilibrando a bandeja em uma mão e, com a outra, abriu a porta.

— Olha quem chego-... — Mas seu sorriso congelou no mesmo instante ao ver a cena à sua frente.

Park Jihyun estava sentado na cama, o corpo inclinado em direção a um garoto de mechas descoloridas. Seu irmão mais novo, aquele que ele ainda via como uma criança, estava aos beijos com outro garoto!

Os dois, ao perceberem que foram flagrados, se separaram rapidamente e se levantaram.

— Mas que merda está acontecendo aqui? — Jimin proferiu irritado, deixando a bandeja de lado.

— Irmão, o que está fazendo em casa tão cedo? — Jihyun perguntou, assustado.

— Isso não interessa. Eu quero saber que merda estava acontecendo debaixo do meu teto! Como se atreve a trazer esse tipo de pessoa para dentro da nossa casa?

O outro garoto, com os olhos escuros arregalados de medo, se encolheu ao ouvir o tom raivoso de Jimin.

— Hyung, por favor, me deixa explicar. — Jihyun tentou, os olhos começando a se encher de lágrimas.

— Ah, mas você vai me explicar direitinho. E você, suma daqui antes que eu te jogue pela janela!

— Jimin, por favor, não fala assim com ele... — Jihyun disse, vendo o amigo pegar suas coisas e jogá-las na mochila.

— Desculpa, Hyun. — disse o garoto, saindo apressado do quarto depois que Jimin se afastou, dando-lhe espaço para passar.

Depois que o garoto saiu, Jimin se virou para o irmão, travando a mandíbula ao dizer: