Queda

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Mônaco. Fala sério, quem não gosta dessa cidade? É incrível, e desde que eu nasci nós, eu, minha mãe, meu pai e meus dois irmãos moramos aqui. É linda, e mesmo nascendo no Brasil, meu pai ama aqui.

Bom, voltando ao assunto, eu tô no hospital. É, no hospital. Grande merda. Aí você pensa, por que? ...Então né... apendicite. Mas com 17 anos!? Sim, 17 anos, eu tô no hospital logo depois da cirurgia de remoção do meu apêndice, que tinha estourado. Doeu? Muito, mas vida que segue.

Eu abro meus olhos e sento na maca do hospital, meu pai do meu lado.

- Oi pai. - Eu digo com um grande sorriso pra ele.

- Oi filha, já acordou? - Ele pergunta surpreso, com um sorriso. - Como está se sentindo? - Ele me pergunta e anda até mim, segurando minha mão.

- Um pouco de dor, mas tirando isso, ta melhor do que antes. Quando vou poder voltar a correr? - Eu o questiono.

- Não se preocupa, no GP de Mônaco, em duas semanas. Mas toma cuidado, tá? - Ele me responde com um sorriso.

- Sempre, pai. E quando eu vou ter alta? - Eu digo com um sorriso.

- Amanhã, os médicos disseram que o seu corpo é fora da curva, você tem uma habilidade de adaptação e recuperação enorme. Inclusive, tenho uma notícia. - O sorriso dele aumenta.

- Sim? - Eu respondo curiosa, querendo saber a notícia.

- Você foi contratada pela ferrari! Em Mônaco você já vai correr na Fórmula 1! - Ele diz completamente animado e eu abro um sorriso de orelha a orelha.

-Men. Ti. Ra! Sério!? - Eu digo sentando reto em animação. Eu iria oficialmente correr na categoria mais competitiva que já existiu e pela Ferrari!

- Sério! Você tá animada? - Ele me pergunta com um sorriso gigante também.

- Claro! Eu vou correr pela ferrari... eu vou correr pela Ferrari! - Eu dou um gritinho de animação e ele ri.

- Que orgulho eu tenho de você, minha filha. Você e seus irmãos não param de me surpreender.. - Ele sorri e eu sorrio mais ainda.

***
Duas semanas depois, estava lá, eu e meu pai, ele dirigindo pro autódromo de Mônaco. Eu tava super animada, estava indo lá pra uma reunião com Frédéric Vasseur, o chefe da equipe da Ferrari! Inclusive, lá eu iria encontrar o Charles Leclerc, piloto principal e meu futuro companheiro de equipe da ferrari!

Dois minutos se passaram e entramos pelo portão dos pilotos e meu pai estacionou no estacionamento para pilotos! Esse era um sonho meu se realizando.. tinham mais 10 carros, isso significa que metade do grid tava lá!

Descemos do carro e andamos até o paddock, as 10 garagens atrás do mesmo. Estava praticamente vazio, apenas engenheiros andando de um lado para o outro e olhando pro meu pai como se ele fosse um alien.

Chegando na garagem da Ferrari, já podiamos ver Vasseur conversando com alguns engenheiros, inclusive com o Leclerc, o piloto que eu mencionei anteriormente.

- Ah, oi! Vocês chegaram! - Vasseur exclamou com um sorriso amigável, andando até nós para nos cumprimentar. Ele extendeu a mão para meu pai, que fizeram um aperto de mão. Leclerc apenas nos olhava completamente chocado. - Consigo ver que você carrega o talento no sangue! - Vasseur diz e ri em seguida, fazendo eu e meu pai rirmos também.

- É um prazer poder trabalhar pra sua equipe, Frédéric. - Eu digo com um sorriso, mas o mais velho me enterrompe.

- Nada de Frédéric aqui, querida. Pode me chamar de Fred. - Ele diz e meu sorriso aumenta. - Bom, vamos entrando, eu vou te mostrar o lugar onde você vai trabalhar esse final de semana e com quem você vai trabalhar pelo resto do ano. - Ele diz e começa a andar em direção a garagem. - Esse é Charles Leclerc, o seu companheiro de equipe por um bom tempo. - Eu me aproximo do Monegasco.

- É um prazer te conhecer. - Eu digo pra ele, sorrindo e extendo minha mão para um aperto de mão.

- O prazer é absolutamente todo meu. - O garoto diz apertando minha mão, logo indo cumprimentar meu pai.

- Charles Leclerc, o famoso Monegasco do grid! É um prazer te conhecer, garoto. - Meu pai diz sorrindo.

- O prazer é meu de conhecer uma lenda igual ao senhor. - O moreno fala apertando a mão do meu pai.

- Me chame de Ayrton, por favor. - Meu pai fala com um sorriso.

***
Depois do tour, Fred me deixou andar na ferrari que eu iria dirigir amanhã, e, sinceramente, era como andar nas nuvens. Era um carro super macio e super suave.

Quando eu voltei pra garagem, Charles, Fred e todos os outros engenheiros estavam de boca aberta. Aparentemente eu tinha feito o melhor tempo da pista, mas não contava como recorde por que nem treino livre era, então não tinha prova nenhuma de que tinha realmente acontecido.

Eu e meu pai estávamos agora andando pelo paddock, quando sem querer esbarro em alguém.

- Me desculpe! - Eu digo e eu e meu pai nos viramos para quem eu tinha esbarrado.

- Não, eu que peço desculpas. - Ele diz se virando também, e não era ninguém mais ninguém menos que Lewis Hamilton. - Lewis Hamilton, prazer. - Ele diz com um sorriso.

- Izabella Senna, o prazer é todo meu. - Aperto a mão dele, que arregala os olhos ao ver meu pai do meu lado.

- Prazer, Ayrton Senna. - Meu pai diz estendendo sua mão para Hamilton, que com muito prazer aperta a mão.

- Meu deus, nunca acreditei que iria conhecer uma lenda viva como você! - Hamilton diz completamente surpreso. - Que prazer enorme em te conhecer! - Ele afirma com um enorme sorriso, e meu pai apenas ri.

- Lenda viva? Filho, você ganhou 7 vezes o campeonato total, eu ganhei só 3. Se alguém aqui é lenda, é você. - Hamilton se surpreende pelas palavras de meu pai.

- Ora essa, legado não é só sobre vitórias! É sobre todas as conquistas gerais no caminho! Você é uma figura social gigantesca, não só para a Fórmula 1, mas sim para todo o Brasil e para todo o mundo! - Hamilton fala ao meu pai que apenas mantém seu sorriso clássico. - E você? - Ele diz para mim. - Não pense que eu esqueci de você não, você correu pra caramba com um carro que você nunca nem dirigiu! E sim, eu assisti você hoje. - Fiquei surpresa por suas palavras.

- Boa sorte amanhã no Treino Livre, Hamilton. - Eu digo para o homem mais velho com um sorriso.

- Pode me chamar de Lewis, por favor, e obrigado. Boa sorte pra você também. - Ele diz sorrindo e continuamos nos nossos caminhos, eu e meu pai voltando pra casa.

***
Solto um suspiro e coloco o capacete pra entrar no carro. Sinto uma mão tocando meus ombros e olho pro lado, vendo meu pai sorrindo pra mim.

- Fica tranquila, vai dar tudo certo. É só um treino livre. - Ele diz sorrindo e eu sorrio também. Concordo com a cabeça e ando em direção ao meu carro, entrando no mesmo. Quem diria que eu estaria num carro de Fórmula 1 logo após uma cirurgia de remoção de apêndice. Isso me lembra do Sainz, ele ganhou uma corrida depois da cirurgia de remoção de apêndice dele, mas agora ele não tá mais na Ferrari, ele foi pra RedBull.

- Tudo certo aí? - Meu engenheiro me pergunta e eu dou um joinha pra ele, colocando minhas luvas. Eles me dão passagem e eu saio da garagem com calma, seguida de Charles. Esperei o sinal do pit stop abrir, mas no mesmo instante uma Aston Martin acelera na saida dos pits, dentro da pista.
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Eai? O que acharam do 1º capítulo? Vou tentar escrever mais hoje ainda.

Obrigada por lerem até aqui e nos vemos capítulo que vem! Não fiquem com medo de comentar, por favor, comentem, adoro comentários! Beijos :)

Born To FightOnde histórias criam vida. Descubra agora