oieee!
quero primeiro dizer que essa história surgiu de um devaneio meu enquanto ouvia pagode (no qual sou muito fã. ainda mais quando o pagode tem uma história). então nasceu MF e espero que gostem
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Diego está se sentindo esgotado. Um misto de emoções o preenche nesse momento: preparação para o show no Lollapalooza, um álbum nascendo e uma cobrança interna que o mataria. Hoje, percebendo seu limite, decidiu fazer algo que costuma te tirar um pouco do olho do furação: sair dirigindo sem rumo pelas ruas de São Paulo.
Observar a grande cidade cosmopolita sendo um borrão na janela do carro, o fazia perceber o quão pequeno ele é — para além da estatura. Sua insignificância no meio de tudo o coloca nos eixos. Faz perceber que todo o caos interno causado pela fama, pressão em entregar o melhor e haters, são míseros quando se está focado no que quer e rodeado de amor.
Larissa e Biancca, suas melhores amigas, sempre o apoiam quando percebem que era o momento de dirigir sem rumo. Elas mesmo apelidam de "momento relâmpago marquinhos". Tudo para aliviar a situação. As meninas sabem do caos interno, principalmente dele ser o headliner do festival pela primeira vez. Diego era crítico, até um pouco cruel, consigo. Tudo era a perfeição, e entregar um festival como esse não é pouca coisa.
Respirando fundo, o homem bufa quando percebe o engarrafamento da Marginal Pinheiros. Era de se esperar pelo horário, se bem que nessa cidade todo horário tem um trânsito ruim. Diego rola os olhos e decide colocar uma música pra tocar, enquanto batucava no volante do seu Audi. O novo álbum de Kali Uchis é escolhido para preencher o ambiente, mas Diego promete a si mesmo que não vai fazer desse momento, um de estudo.
Era de praxe dele enquanto cantor, ter um ouvido muito atento para qualquer coisa do mundo. E nesse momento, parece que qualquer segundo é usado para estudo, até mesmo ouvindo música de outros cantores. Os carros a sua frente avançam um pouco e ele faz o mesmo, mas parando em seguida.
Seu olhar vagueia pelos veículos e na fileira ao lado, um pouco a frente, um perfil rouba sua atenção. O vidro do desconhecido estava um pouco abaixado e ele conseguia ver bem. A pele preta, mas não tão retinta, a barba bem preenchida, um óculos escuro e um boné pra trás. Caramba! Diego respira fundo e preenche seu pulmão com o ar que lhe foi roubado por aquele estranho. Seu coração palpitou rápido e de alguma maneira ele não queria perdê-lo no meio do engarrafamento. Diego precisa desse homem.
O trânsito avança um pouco e abre-se uma pequena distância entre os dois. Diego fica puto. O senso de urgência em admirar sua mais nova paquera o preenche. Ele se sente velho demais pra usar essa expressão. Ninguém da sua idade chama um cara bonito de paquera. Tsc, que palhaçada.
Diego desliga o ar condicionado e abaixa os vidros quando seu carro para bem ao lado do homem. O destino estava trabalhando firme para fazer esse encontro rolar. Agora de perto, Diego percebe o quão corpulento o desconhecido é. Um braço dele está apoiado na porta e aquilo ali é maior que sua coxa. Meu Deus!
O cara de boné começa a perceber que os olhos de Diego se perdiam nos seus. E decide retribuir! Os olhos escuros, a boca carnuda emoldurada pela barba, a regata branca e um óculos de sol pendurado bem no meio dos peitos. Se esse homem for hétero, Diego ia morrer na punheta de tanto imaginar esse cara nos seus desejos mais tórridos. Uma música vinha do carro ao lado e parecia aumentar aos poucos. Diego logo reconheceu sua voz e arregalou os olhos, assim como o outro homem.
— É impressão minha ou você é o Diego Martins? — O timbre forte, com um leve sotaque mineiro, foi a primeira coisa que foi percebida. Diego gargalha, não acreditando no que está acontecendo.
— Ao vivo e às cores, saindo do seu alto falante.
— Caralho, não acredito na minha sorte! Estava reparando no seu olhar, só que não acreditei que era você, até colocar a música — O cara gargalhava, parecia uma criança tamanha felicidade. Diego achava graça quando uma pessoa o reconhecia, principalmente quando se é um fã.
— Então você curte meu trabalho?
— Pra caralho! Sou teu fã faz uns anos. Ai meu Deus, tô nervoso. — O cara tinha um sorrisão lindo estampando seu rosto. Diego sorri também, de coração quentinho pela paixão repentina e pela felicidade de fazer alguém feliz.
— Fico muito honrado por isso, juro! Mas, acho que esse jogo está meio desleal, você sabe meu nome e eu não sei o seu.
— É Amaury!
— Muito prazer Amaury, gostei do nome.
— A gente pode tirar uma foto, depois que sair desse trânsito dos infernos? — Amaury é quem sugere e Diego não poderia ficar mais feliz com isso. Ele queria aproveitar todos os momentos juntos do não tão desconhecido. Queria saber dele, ter sua companhia e quem sabe se o destino permitir, algo a mais.
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Meu Fã
RomanceO que pode acontecer num encontro de um fã com seu ídolo, no meio da Marginal com o transito parado? inspirada na música Minha Fã do Pixote