2: Livro de poesias do arcadismo

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"Em vão tenho lutado comigo mesmo; nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos e preciso que me permita dizer-lhe que eu lhe amo ardentemente" - Orgulho e Preconceito, Jane Austen.

Aviso de gatilho: menções a vômito e sangue, citações leves.

Árvores balançavam lentamente numa dança suave, um ritmo que apenas elas conheciam. Suas folhas eram iluminadas pelos raios prateados da lua, o toque tão gentil quanto carícias de um amante cuidadoso e apaixonado. Era uma visão comum, uma que a vampira via toda noite, mas parecia mais bonito agora que ela havia encontrado a última peça de sua alma.

Quase não haviam estrelas, a maior parte tampada pelas nuvens de chuva que dominavam o céu, mesmo que ainda não chovesse. Alice se recostou contra a janela de vidro, segurando o caderno de desenho que carregava pequenos tesouros que ela tinha feito a imagem de Jasper e, mais recentemente, de [Nome]. Os traços, feitos mais de amor do que de grafite, dominavam cada pedaço das páginas. Alguns eram de momentos reais, enquanto outros eram saídos diretamente de sua imaginação desejosa.

Dois suspiros ecoaram ao mesmo tempo, carregando níveis iguais de frustração e anseio.

Os dois vampiros, que estavam carregando junto ao peito a aflição de não ter recebido qualquer atualização desde o último encontro na escola, tinham níveis de ansiedade crescentes. Junto com isso, parecia que seus corpos pesavam e que sua força enfraqueceu desde que voltaram da escola. Quase como a sensação de não se alimentar por um longo tempo.

— Ainda não? — O tom da voz de seu marido soou do lugar que ele ocupava na cama, segurando seu celular novo.

Ela balançou negativamente a cabeça, voltando o olhar perdido para ele, procurando confiança que naquele momento ele não lhe poderia dar. Jasper, seu porto seguro como era, não poderia lhe dar segurança sobre o futuro. Alice era a única que o via e, mesmo assim, não conseguia ver o que desejava no momento. Suas visões se calaram numa situação extremamente importante e isso estava cobrando um preço alto de seus nervos.

— O que pode ter dado errado? Talvez ele tenha ficado sobrecarregado? — Sussurrou, num tom baixo até para vampiros, parecendo ferida — Ele já deveria ter ligado…

O loiro se moveu na direção dela, segurando suas mãos enquanto colocava o caderno de forma cuidadosa sobre a mesa. Ele a beijou nas bochechas, movendo seu nariz contra o dela num arrastar gentil. Ele era doce, mesmo com seu peito pesado.

— Talvez ele esteja pensando tanto quanto nós, meu amor — Ele deixou ondas calmantes correrem para ela, tentando acalmar sua esposa e a si mesmo — Talvez pense que poderíamos ficar sobrecarregados, pode estar com medo de que esteja agindo rápido demais.

Alice soltou uma risadinha, como se a mera ideia fosse divertida, mas abraçou o loiro e deixou sua respiração se acalmar a um ritmo considerado normal para os seres humanos. Seu coração repousou sobre os braços gentis de Jasper e, sorrindo, ela levantou o rosto para beijá-lo.

— Você sentiu? — A pergunta saiu com um tom sôfrego, carregando uma onda de amor em meio a maré da dúvida.

— O cheiro dele? — O Hale observou a esposa assentir enquanto um sorriso ganancioso tomava lentamente os lábios dele — Sim. Não tão próximo quanto eu gostaria, infelizmente, mas era facilmente o melhor aroma que já senti em minha vida. Parecia com o aroma do sol, a fragrância que resta na pele quando se fica sob ele por muito tempo. Confesso que fiquei aflito para enfiar meu rosto em seu pescoço, para sentir de perto e por mais tempo, mas não tive vontade de morder.

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⏰ Última atualização: May 20 ⏰

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Um feiticeiro para dois vampiros - Imagine crepúsculo Onde histórias criam vida. Descubra agora