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Acordei no dia seguinte com o som insistente do meu despertador, aquele lembrete chato de que a vida segue em frente, mesmo quando eu só queria ficar na cama e esquecer do mundo

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Acordei no dia seguinte com o som insistente do meu despertador, aquele lembrete chato de que a vida segue em frente, mesmo quando eu só queria ficar na cama e esquecer do mundo. Sentei na cama, esfregando os olhos e tentando afastar o sono. As preocupações do dia anterior voltaram com tudo, e eu senti aquele peso familiar no peito.

Lembrei do almoço com os rapazes e de como me senti super à vontade com o Chico e a galera dele. Mas essa sensação boa sumiu assim que pensei nas possíveis consequências. Será que alguém viu a gente junto? Será que o pessoal vai começar a especular e inventar histórias absurdas?

Cresci com todo mundo de olho em mim por causa da minha família. Nunca me incomodou muito, até porque escolhi expor minha vida nas redes sociais. Mas a verdade é que, agora, estou começando a ficar meio cansada e saturada de tudo isso. A exposição constante, as críticas e os julgamentos sem parar estavam começando a afetar minha sanidade. Cada movimento meu era analisado, cada decisão pessoal virava um espetáculo público.

Parece que, ultimamente, todo mundo esqueceu que eu sou jovem e ainda estou descobrindo quem eu sou e o que eu quero. Essa é a idade de cometer erros, de aprender e crescer com eles. Mas ninguém parece ligar pra isso. Eles preferem acreditar nas versões mais sensacionalistas e distorcidas. Eu sabia que compartilhar minha vida online tinha um preço, mas ultimamente, esse preço parecia cada vez mais alto.

Levantei, me forçando a encarar o dia. Tomei um banho rápido, deixando a água quente lavar um pouco da ansiedade que parecia grudada em mim. Enquanto me vestia, ouvi meu celular vibrar na mesinha de cabeceira. Uma notificação do Instagram. Meu coração disparou.

Peguei o celular com as mãos trémulas, com medo do que poderia encontrar. Era só uma mensagem da Inês.

Bom dia, Liv!
Tá tudo bem?
Vi uns comentários no Instagram, mas parece que tá tudo tranquilo por enquanto.
Fica calma, tá?

Soltei um suspiro de alívio, mas a tensão não sumiu completamente. Abri o Instagram e vi algumas menções e mensagens de seguidores, mas nada alarmante. Por enquanto, se alguém tinha me visto com os caras, ainda não tinha publicado nada. Graças a Deus.

Enquanto tomava meu café da manhã, as lembranças do dia anterior voltaram com força. Eu tinha gostado da companhia do Chico. Ele era carismático e tinha uma energia contagiante que fazia difícil não se sentir atraída. Mas eu sabia que me envolver com alguém como ele poderia trazer mais complicações pra minha já conturbada vida pública.

Saí de casa com a cabeça cheia de pensamentos conflitantes. Meu trabalho como influenciadora exigia que eu estivesse sempre presente e disponível, mas eu precisava encontrar um equilíbrio entre minha vida pessoal e profissional. E, acima de tudo, precisava proteger minha paz mental.

Chegando ao estúdio onde ia gravar alguns conteúdos, fui recebida pela equipe com sorrisos e cumprimentos. Durante a gravação, fiz meu melhor para me manter focada e engajada. Eu sabia que precisava entregar um bom conteúdo para meus seguidores. Afinal, é graças a eles que tenho o que tenho e são eles que me dão motivação para continuar apesar de tudo.

b u r g u e s i n h a  |  Chico MoedasOnde histórias criam vida. Descubra agora