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Ao fim da tarde, retornei aos meus aposentos e tomei outro banho a pedido de Jane, que veio me preparar para o baile, após ver a sujeira em meus pés causada pela grama. Ela fez um penteado simples, porém gracioso em meus cabelos, e colocou um colar em meu pescoço.
— Está deslumbrante, majestade. — Ela falou e eu sorri.
— Sou grata pela sua ajuda, Jane. Gostaria que pudesse ir ao baile conosco.
Escutei batidas na porta e, antes que pudesse convidar a pessoa a entrar, a porta se abriu. Era Mary, seguida por Florência.
— Ah, vocês estão maravilhosas! — Exclamai ao vê-las. Mary se aproximou, ajeitou um fio de cabelo solto que caía em meu rosto e sorriu.
— Só não mais que a futura rainha de Aires. Se seu objetivo não é encontrar um marido, sinto lhe dizer que será impossível alguém não se apaixonar. — Ela falou e agarrou meu braço, conduzindo-me para fora do cômodo.
— Se você fosse um homem, já teríamos nos casado. — Brinquei e ela concordou rindo.
— Certamente, e Florência seria fruto do nosso amor. — Comentou Mary e Florência bateu em seu ombro com um leque. — Ai!
— Não diga besteiras. — Florência a repreendeu. — Claramente, eu seria um pretendente muito melhor que você.
— Bem, eu poderia ter um amante... romântico e misterioso. — Falei, e Florência concordou.
— Belo, cavalheiro e de um bom gosto inegável. — Ela concluiu.
— Ah sim, seriam o casal mais entediante de todos. Você precisa de alguém que te desafie, alguém que te faça ferver. — Disse Mary, e Florência riu.
— Quer que Catherine encontre um marido ou um inimigo?
— Quero que Catherine sinta o amor intensamente. Que entediante seria para ela encontrar alguém que não acenda seu lado mais impuro. Seus romances são interessantes, mas nada supera um bom desafio, é mais excitante. — Declarou Mary e eu apenas neguei com a cabeça.
— Ah, vejam, chegamos! — Anunciou Florência.
Assenti, tomando a frente e descendo as escadas. A cada degrau, sentia mais pares de olhos sobre mim, o que, de certa forma, me deixava envergonhada.
— Aposto meu leque que o primeiro a convidar Catherine para dançar será o príncipe Henrique, ele parecia interessado ontem. — Murmurou Mary.
Florência concordou, mas logo negou.
— Você acaba de perder seu leque, tem um homem se aproximando de nós, e não é o príncipe.
— Estarei fingindo um desmaio. — Brinquei, e ambas me repreenderam com o olhar.
Respirei fundo antes de sorrir para o homem que agora estava à minha frente.
— Princesa Catherine, é um prazer vê-la finalmente. — Disse ele, pegando minha mão e beijando-a suavemente. — Me acompanha em uma dança? — Perguntou, e eu dei uma última olhada para minhas damas, que apenas sorriram, e finalmente concordei.
Dancei com o homem que descobri se chamar Francisco, um duque de boa família e muitas posses, mas nunca desejei que uma dança terminasse tão rapidamente quanto quando ele começou a falar sobre virtude e obediência. Depois, dancei com Charles, príncipe mais novo de onze irmãos. Ele era uma graça, mas fingi um mal-estar quando revelou que seu sonho era se casar e ter onze filhos também. Por fim, dancei com Pietro, que mal conseguia formar uma frase, pois sua atenção estava explicitamente em meus seios.
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Segredos Que a Primavera Guarda
RomanceCatherine nunca imaginou que precisaria fazer um acordo com o homem que mais odeia, mas, com a segurança de seu povo em risco, ela não tem escolha. Um casamento de fachada é a única solução para acalmar a corte e evitar uma guerra iminente. O proble...