𝓛𝓸𝓿𝓮 𝓢𝓽𝓸𝓻𝔂 | Kit and Joe

Capítulo 24

Joe's pov:

Mentir é sem dúvida uma das coisas que eu mais odeio fazer e que evito praticar, mas tem vezes em que a mentira é necessária para evitar problemas.

Eu não podia falar para Kit que eu iria sair para jantar com o Bash. Tenho certeza que ele iria surtar muito mais que aquilo que ele surtou ontem.

Sim, eu notei que ele ficou com raiva dos olhares que Sebastian me lançava. Acho que qualquer um notava a raiva do Kit se soubessem da minha história com ele.

Se apenas olhares o deixaram irritado, então não quero nem imaginar como seria se ele soubesse da saída.

"Ah, mas porque você vai sair com o Bash então?"

Bom, eu não tenho a certeza se as intenções dele são outras, então eu vou sair com ele apenas para ver se ele fala algo sobre o que eu estou pensando e aí irei tomar uma atitude.

Kit não precisa ficar sabendo disso. Quanto menos confusões melhor. Para que assim a gente não brigue e não volte a ficar estranhos um com o outro.

Voltar perdendo o Kit, ainda por mais por um motivo bobo, seria demais para mim e não sei se iria continuar correndo atrás de Kit. É cansativo a gente sempre agir de forma correta para depois a pessoa que nós amamos estar sempre desconfiando da gente, ou tendo ciúmes toda hora.

Enfim. Está quase na hora de Bash vir me buscar. É melhor eu me arrumar logo e ir me preparando para o que pode vir.

{Algum tempo depois}

- Oiii - Bash fala sorridente quando entro em seu carro.

- Oii. Obrigada por vir me buscar, o uber tá caro, misericórdia

- Ah, não foi nada! Pra você eu me arranjo as vezes que forem precisas - Ele sorri me encarando com as mãos no volante.

- Er... Posso colocar uma música?

- Claro! Coloca aí!

Ele liga o carro e começa a dirigir o mesmo. Eu conecto o meu celular com o bluetooth do carro e coloco "This Is Why We Can't Have Nice Things" para escutar.

- Que música legal, quem canta? - Ele pergunta e eu o olho sério - Que foi?

- Como assim você não conhece a nossa Miss Americana ou também conhecida como indústria da música?

Bash solta uma risada.

- Eu não conheço todo mundo, Joesinho

Que porra de nome de merda é esse?

- Ah, sim! Então, enquanto eu estiver vivo, vai começar a escutar todo o dia eu falando de Taylor Swift ou de alguma música dela, ou outras coisas e bla bla bla, você depois verá.

Seguimos o caminho todo conversando sobre os nossos gostos de músicas e outras coisas e com Sebastian sempre me lançando olhares de lado nem um pouco discretos.

{Pouco tempo depois}

Bash estaciona o carro e pede para que eu fique dentro do carro enquanto ele sai. O mesmo dá a volta no carro e abre a porta para mim estendendo sua mão para que eu a segurasse.

- Que isso, doido?

- Só estou sendo gentil, Joesinho

Eu juro que vou sair correndo se ele me chamar assim de novo

- Ah, sim. Obrigada - Falo educadamente.

A gente segue cominho para um restaurante que Bash reservou para nós. Bom, não exatamente para nós, tem mais pessoas, mas vocês entenderam.

Chegando lá, já dá para perceber que é um restaurante chique e que com certeza não é nada barato as comidas aqui. Um moço muito gentil vem nos receber e nos guia até nossa mesa.

Sebastian puxa a cadeira para eu sentar e eu apenas sento e sorri-o educadamente. Ele se senta do outro lado e me passa uma das ementas.

Observo por alguns segundos e resolvo que hoje quero comer lagosta. Largo a ementa de lado e cruzo os braços logo de seguida e Bash me encara com a sombracelha franzida.

- Já escolheu? - Pergunta.

- Sim, e você?

- Achei que a gente fosse pedir algo que desse para duas pessoas comer

- Ah, não não! Não estou com muita fome, sabe? Peça algo pra você.

- Mas Lagosta enche muito

Suspiro.

- Tá, mas eu quero comer lagosta então eu irei comer lagosta. - O encaro já sem paciência.

- Certo. Desculpa

Um clima constrangedor invade o momento e ficamos nesse clima durante algum tempo.

Os dois estamos mechendo no celular, mas consigo perceber os olhares nada discretos de Bash em mim.

A boca dele abre e fecha novamente e não ecoa nenhum som dela. Ele queria falar algo, mas desistiu a tempo.

- Aqui estão suas refeições, senhores.

Um garçom pousa a comida na frente de Bash primeiro, e logo depois em mim. O mesmo sorri para mim.

- Você é de cá? - O garçom pergunta.

- Ah, sim - Sorri-o envergonhado.

Bash pousa o celular e começa a prestar atenção em nossa conversa, com sua cabeça apoiada na mão.

- Tudo bem se eu pedir seu insta?

- Oh, me perdoe mas, eu não quero. Estou bem assim. Obrigada pela comida - Sorri-o educadamente.

- Tudo bem. Me desculpe o incomodo...

O mesmo sai em passos apressados e envergonhado. Olho para Bash e ele me encara com um olhar que se fosse possível ele já teria me aniquilado com os próprios olhos.

- Que foi? - Pergunto.

- Tava de conversinha aí com o garçom

- E?

- Nada, só não gostei disso.

Respiro muito fundo e bato com as mãos fortemente na mesa, já sem paciência, antes de começar a falar.

- Sebastian, é o seguinte. Eu e você somos apenas amigos, e se você não quer que sejamos apenas colegas de trabalho é melhor você mudar suas atitudes. Eu tentei ser o mais paciente possível com você, mas você não perdoa uma. Me desculpe te rejeitar assim desse jeito, mas se você realmente se sente assim, me perdoa, mas eu não sinto o mesmo por você.

Bash estava neutro. Parado. Me encarando profundamente. Me causando medo.

- Bash?

O mesmo se levantou e deixou uma quantia de dinheiro em cima da mesa e saiu sem mais nem menos. Eu ainda tentei chamar por ele mas já fui tarde demais.

Ele comeu muito pouco e ainda pagou muito por isso. Não deveria ter sido tão duro com ele. Talvez eu devesse ter mais calma da próxima vez.

Merda.