Três

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Segunda feira de manhã e tudo o que Dragon menos queria era sair da cama, muito menos ir para a academia. Tinha um dia longo pela frente: precisava malhar, pagar algumas contas e resolver alguns assuntos de Draco, tendo sido convocado para um jantar em família à noite.

Ele não tinha problemas com isso, sua família sabia sobre seu trabalho. Na verdade, eram capazes de encrencarem com seu hobby do que com sua profissão verdadeira. No início, Lucius não tinha aprovado nem um pouco aquele absurdo, mas após perceber o montante de dinheiro que seu filho ganhava por mês, começou a pensar em um plano de aposentadoria para o próprio. Entretanto, Narcisa nunca soube com exatidão o que seu filho fazia. Para ela, ele apenas participava de uma empresa de encontros, onde as garotas contratavam companhia sem a parte sexual.

Apenas uma versão um pouco mais soft do seu trabalho, já que por no mínimo 37 libras uma garota conseguiria um pouquinho dele para fazer companhia a ela em um momento íntimo, caso quisesse.

Mas ainda sim, ele não queria sair da cama.

Foi com muito esforço que Dragon se levantou, se arrastou até a cozinha e preparou o seu pré-treino, dirigindo até a academia e passando as próximas duas horas e meia enfurnado nos aparelhos, treinando pernas e abdômen. Ele não era grandão, tinha um corpo magro, porém definido. Com o treino terminado, ele passou no chuveiro e pode enfim voltar a sua verdadeira personalidade.

Foram alguns minutos de trânsito até a biblioteca do centro da cidade, e mais alguns para pegar a pequena caixa de papelão do seu carro e ir até ela.

-Com licença, vim entregar esses livros. - Draco falou na recepção.

-Final do corredor, segunda porta à direita no segundo andar. - A recepcionista respondeu sem dar muita atenção a ele.

Andando com confiança, Draco passou pela entrada, seguindo em uma linha reta até o elevador disponível. Ele poderia subir as escadas, mas tinha acabado de sair de um treino puxado e não estava disposto a gastar suas energias carregando mais peso fora do horário de academia. Quando chegou ao lugar indicado, ele bateu na porta apenas por educação, já que a mesma estava aberta, entrando e se desfazendo da caixa.

-Alô? Tem alguém aí? - Ele perguntou, ciente da movimentação por trás das estantes.

Hermione estava puta. Muito, muito puta. Desde o desastre de sábado a noite ela ficou se remoendo, irritada por além de não ter conseguido o que queria, ter sido colocada naquela caixinha conservadora e recatada que tanto odiava. Ela queria ficar sozinha, mas como uma foda interrompida não dava atestado médico, ela precisou ir trabalhar, apenas para se irritar ainda mais a cada comentário sobre o seu humor que era feito.

Em ocasiões como esta, ela odiava o atendimento ao público, preferindo manter-se na catalogação de novas aquisições ou até mesmo a reorganização de prateleiras. Para seu infortúnio, justamente aquele dia havia sido o escolhido para ter entregas de novas aquisições. Ainda nem era uma da tarde e contando com aquela voz, já era a quarta remessa.

Se fosse mais algum romance água com açúcar.... Ela perderia a compostura.

-Pois não...? - Ela cumprimentou a pessoa, ainda não olhando para ela efetivamente. - No que posso ajud.... Dragon?!

O que raios ele estava fazendo em seu local de trabalho? Como tinha descoberto isso? Ele sabia que ela era bibliotecária, mas aquela não era a única biblioteca na...

-Já disse que pode me chamar pelo meu nome, Hermione. - Draco respondeu tão surpreso quanto ela. - Não imaginei que trabalhasse aqui. Das outras vezes que vim...

Prazer encenadoOnde histórias criam vida. Descubra agora