capítulo 1

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                                                           Lily Crist                                                         Atualmente                                     Sentia o vento frio batendo em meu rosto, algumas gotas de chuva caiam em ...

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Lily Crist
Atualmente

Sentia o vento frio batendo em meu rosto, algumas gotas de chuva caiam em meus cabelos, com os olhos fechados, mergulhada em meus pensamentos. Hoje era o aniversário do Ryan, meu melhor amigo, já era para eu ter superado isso, mas a cada dia que passa o sentimento do luto, da culpa e da raiva invadiam o meu corpo, flashbacks daquele dia se passavam na minha cabeça, doíam como facas afiadas no meu peito.

Ok Lily, seja corajosa - falo para mim mesma olhando para baixo, me apoio no ferro e me equilibro no para peito da ponte - ninguém irá sentir a sua falta mesmo - falo e respiro fundo, em um momento na minha vida eu não pude perceber que estava me perdendo, e esse sentimento me matava aos poucos, então por que não acabar logo com isso?. Respiro fundo e solto, faço isso mais vezes e de repente tudo parece desaparecer. Sabe quanto dizem que quando você está na beira da morte a sua vida passa de diante de você? Isso acabou de acontecer, e lembrar desses momentos não me fizeram mudar de ideia e então, eu pulei.

Sentir aquela água fria em contato com o meu corpo quente me fez quase desistir, mas então eu lembrei e repassei todos os momentos horríveis da minha vida irrelevante, aos poucos eu fui perdendo o fôlego e então meu coração começou a doer dentro do peito e então foi aí que eu percebi que realmente estava morrendo, espero que mamãe e papai não fiquem muito bravos, acho que Michael não vai ligar tanto assim, quando eu era pequena ele se preocupava comigo, mas assim que nós crescendo ele começou a ter os próprios problemas dele e eu os meus. Acho que a única que vou sentir falta vai ser a Rika. De repente sinto alguém puxar meu corpo e quase peço para que me deixem morrer em paz, mas então sinto o oxigênio voltar para os meus pulmões e começo a tossir sem parar, quando olho para quem está do meu lado, quase revirou os olhos

Damon - falo com tédio - sempre me salvando, só que dessa vez eu não queria ser salva - falo com um pouco de raiva, ele tem que começar a cuidar da própria vida

Me agradeça depois - ele fala e se levanta, estendendo a mão - vamos logo, não tenho a noite inteira

Não pedi pra você me salvar - falo com raiva, eu estava planejando isso a um bom tempo - como é que foi a prisão?

Não enche o saco - ele fala e caminha até estrada - se quer se matar, ache um jeito mais rápido

Ah, obrigada pela dica - falo revirando os olhos - vamos para onde? - pergunto o seguindo

Vou te levar pra sua casa - ele diz e então eu entro em desespero, ele não pode me levar até lá, meus pais iam me encher de perguntas

Não precisa, me deixe em uma boate qualquer - falo dando de ombros, já que ele estragou meus planos, vou ficar bêbada para tentar esquecer isso

Desde de quando você virou uma festeira? - ele pergunta curioso, com certeza deve estar sorrindo, reviro os olhos

Não te interessa - falo e ele para em frente a uma moto - eu peço um táxi - falo e ele me olha rindo

Vamos logo, eu já te achei mesmo - ele fala dando de ombros - sobe

Penso por um tempo e então subo, coloco as mãos ao redor de sua cintura, quando ele dá partida, o seguro firme. O vento balança meus cabelos e sinto a adrenalina me atingir, sorrio com a sensação, eu amo sentir adrenalina, me sinto mais viva, mais feliz, me faz querer viver. Logo ele para em uma boate com uma fila enorme. Desço da moto e arrumo minha roupa, não vou ficar esperando aqui nessa fila, tiro minha jaqueta úmida e fico só com a regata preta, arrumo deixando meus seios à mostra e ajeito a minha saia. Vou em direção ao segurança, ele me olha de cima a baixo e fica com os olhos nos meus seios por um instante e então me deixa passar, sorriso vitoriosa e então olho para Damon que estava me encarando e dou um tchau com a mão. Ele que se vire, entro na boate e sou atingida pela música eletrônica, vejo algumas meninas dançando e vou em direção ao bar.

Um whisky, por favor - falo para o barman e logo ele me trás meu pedido, bebo de uma vez, sentindo rasgar a minha garganta e faço uma careta - mais um - peço enquanto observo as pessoas dançando, se pegando, fumando e muitas bêbadas. Tomo a bebida de uma vez e então vou atrás de alguém que me venda algo mais forte. Observo, procurando, e então o vejo

Cris - o cumprimento e ele me recebe com um sorriso malicioso

Lily - ele diz se aproximando - vai querer o de sempre? - ele pergunta e então eu concordo com a cabeça - quantos?

Me vê três saquinhos - falo e então ele pega no seu bolso - quanto ficou?

50 dólares minha linda - ele fala sorrindo e então eu o pago - vem buscar de novo quando? - ele pergunta e eu demoro um pouco pra responder

Se eu estiver viva, na próxima sexta - falo e ele ri, vou em direção a saída e respiro fundo. Minha vida tem sido assim, quando não estou bebendo e saindo por aí, eu uso drogas, para tentar me distrair desse mundo sem sentido. Quando saio da boate Damon não está mais lá, ainda bem que ele se tocou e caiu fora.

Born to die - Damon Torrance Onde histórias criam vida. Descubra agora