1. uma viagem sangrenta

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Os pequenos feixes de luz adentravam lentamente no pequeno cômodo, trazendo consigo o início de uma manhã fria e nublada, como se soubesse cada micro pensamento dos moradores da pequena cidade de Kwangya. Uma garota ainda em seu estado sonolento se remexe um pouco com o pequeno incômodo causado pela luz que entrava de uma das suas janelas. O despertador ao lado de sua cama começa a tocar e ela logo se arrepende de ter colocado uma de suas músicas favoritas nele.

Ela odiava essa música agora.

Chutou suas cobertas para longe e começou a recobrar seus sentidos, antes de por fim se levantar. Parou na frente da sua janela que agora estava aberta e estranhou, não lembrava de ter deixado aberto na noite passada, mas deu de ombros e continuou a sua rotina, seguindo para o seu tão esperado banho.

Escolheu por uma calça jeans clara com alguns rasgos nos joelhos, uma camisa branca mais grossa de algum seriado que a mesma gostava de assistir e um moletom preto por cima, sem esquecer seus tênis da mesma cor. Desceu as escadas e seguiu por um pequeno corredor que dava diretamente na cozinha. Encontrou sua mãe mudando as estações de um pequeno rádio do seu pai que ficava na bancada, mas com a presença da filha ela logo desligou.

- Que susto, Jimin! Vai matar sua mãe de susto desse jeito. - Sua mãe se vira para conversar com a morena enquanto ela segue seu caminho pegando uma das deliciosas panquecas que a mais velha sempre preparava.

- Desculpa, mãe. - Observou a mesa mais a frente da bancada da cozinha e notou que estava vazia. - Ele já saiu para trabalhar?

- Seu pai ainda está no escritório, não veio para casa ainda. - Deu um longo suspiro e viu o rosto preocupado de sua filha. - Não se preocupe, logo ele volta, é apenas muito trabalho por conta dos últimos dias.

Os últimos dias...

Optou por sentar em uma das cadeiras e comer silenciosamente enquanto pensava nos últimos acontecimentos. A série de assassinatos que aconteceram nos últimos dias, totalizando quatro mortes de duas garotas e dois garotos, todos adolescentes e estudavam juntos com Jimin. Já tinha se tornado óbvio para a pequena cidade que era um possível serial killer quando aconteceu a segunda morte que estranhamente tinham coisas que se interligam com a primeira.

No exame toxicológico foi encontrada uma droga que fazia as vítimas ficarem mais lentas, frágeis, podendo até chegar a um estado que levava as mesmas a ter pequenos episódios de alucinações, não tendo a chance de se defenderem em seu melhor estado. Logo após droga-las ele sempre esfaqueava as vítimas dezenove vezes, facadas extremamente violentas e terminava o seu crime colocando uma espécie de assinatura, um símbolo que esteve presente em todas as quatro vezes, uma cobra delicadamente desenhada em uma das paredes feita com o próprio sangue das quatro pessoas.

Era perturbador para caralho. Todos os detalhes, a maneira que aconteciam, a tristeza e dor nos rostos das pessoas com a notícia, e a pior de todas, ainda não descobriram quem tinha feito isso. O maldito serial killer continuava a solta na cidade, fazendo as pessoas reforçarem em dobro sua segurança, mesmo que nos últimos dias as coisas estiveram calmas demais. Dando a Yuu a pequena esperança que a normalidade poderia voltar logo.

Jimin sacudiu a cabeça para os dois lados tentando espantar esses pensamentos, ela não queria pensar nisso, já se sentia perturbada o suficiente toda vez que ligava o noticiário e contavam sobre um novo crime. Ela só precisava ver seus amigos, isso, ir para o colégio e se preocupar com o projeto de ciências.

Terminou seu café da manhã e deu um leve abraço em sua mãe antes de seguir o mesmo caminho que fazia para o colégio. Ainda na pequena esperança de normalidade.

~~~

Jimin sabia que tinha algo errado assim que entrou no enorme corredor branco do seu colégio. Os sussurros falando sobre algum assunto eram normais nas últimas semanas, mas o rosto das pessoas estavam um pouco mais assustados. E claro, também tinha o fato que marcaram uma reunião de emergência na quadra do colégio, em plena segunda-feira e todos tinham que estar presentes.

Stab - WinrinaOnde histórias criam vida. Descubra agora