Capítulo 5

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NOTAS INICIAIS

Estou atrasada nas postagens, eu sei, mas foi porque adoeci.

Fiquei muito mal e só vim melhorar hoje.

Para compensá-los, vou postar dois capítulos.

Um agora e o outro mais a tarde.














Sakura gostava de passear pelo reino. Brincar com as crianças, conversar com os mais velhos, comer das frutas frescas que lhe ofereciam, mesmo que insistisse em pagar. Sempre que podia, quando era criança, seu pai a levava até a vila. Havia uma linda e grande fonte no centro, onde as pessoas faziam pedidos, jogando moedas. Além disso, as festas deles eram muito mais divertidas, em sua opinião. E apesar de sua mãe não gostar, ou concordar, ela nunca pôde ir contra a palavra do marido – e Saky agradecia aos céus por isso. Mesmo amando a mãe, a ruiva não conseguia entender como ela podia ser tão preconceituosa. Ela não se misturava com a plebe, diferente da princesa, que adorava se misturar. Eram tão carinhosos para com ela, ao mesmo tempo em que demonstravam respeito, por ela ser quem é.

Naquele dia, seu pai a proibiu de sair de casa. Ela insistiu para que ele dissesse uma razão, mas ele desconversou, como se fugisse de seu questionamento. Ela sabia que ele estava omitindo algo dela. Tinha certeza de que ele sabia de algo, que esse "algo" estava o preocupando, e que não diria nem se estivesse sobre tortura. Sakura não gostou e muito menos aceitou, e por isso estava naquele momento andando entre o povo. Para não ser percebida, já que estava ali para descobrir o porquê de seu pai estar tão preocupado, ela escolheu algo que não tinha enfeites com pedras preciosas. Por isso vestia um corpete lilás, justo no corpo, que apresentava um leve decote circular, por cima um vestido roxo com rendas douradas, longo com mangas igualmente longas sobre um chemise, a saia não era tão volumosa, como sempre usava. Nos pés, botas em couro, baixas, atadas à frente e ao lado, e para completar, uma capa roxa cobria todo seu corpo; dos pés à cabeça; o capuz, tampava seus cabelos rosados.

Sakura franziu o cenho ao ouvir alguns gritos de exaltação e entusiasmo misturados com risadas. Curiosa, ela se aproximou para ver melhor. Um grupo de homens, com mantos negros estavam sendo observados pelo povo, que fazia um círculo semifechado em volta deles. Um dos homens estava segurando os longos cabelos rosados – pouco mais escuros que os dela – de uma mulher. Ela chorava, gritava, implorava por piedade, mas os homens não pareciam se importar. Seu corpo por algum motivo começou a tremer, suas mãos suaram e seu coração batia de forma desenfreada. Sua respiração já estava completamente anormal e seus olhos não conseguiam desviar daquele horror. Ele a machucava, e as pessoas riam. Os que estavam nos cavalos, presenciando tal cena, tinham um sorriso maldoso no rosto. Mas a princesa não conseguia perceber nada disso em volta dela, a não ser os olhos arregalados e lacrimejados da mulher.

Uma outra começou a gritar, sendo segurada da mesma forma, por outro homem de manto negro. A rosada pediu pela irmã: não matem minha irmãzinha, não a machuquem. E isso fez com que olhasse para a menor.

Era apenas uma criança. Doze anos, Saky chutou mentalmente.

Diferente da irmã, ela era ruiva e seus olhos eram verdes como esmeralda.

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