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“Saber não é compreender. Há uma grande diferença entre conhecer e compreender: você pode saber muito sobre algo e não entendê-lo realmente.” Charles Kettering

Izuku não ficou surpreso ao ver seu pai com aquele homem de cabelo amarelo. Ele sabia que seu pai havia se casado novamente. Ele sabia desde os 12 anos, quando sua tia chegou em casa com o coração pesado aparecendo nos olhos. Seu pai e um homem de cabelos amarelos, com os dedos entrelaçados e adornados com anéis, levantaram questões que Izuku não suportava expressar.

(Por que ele não ligou para as mães?)

Todos os tipos de sentimentos giravam dentro dele – raiva, tristeza, confusão. Ele queria gritar, chorar, fazer perguntas. Mas mais do que tudo, ele queria que sua mãe fosse lembrada de alguma forma. Enquanto caminhava com Touya, parecia que ele carregava uma tonelada de tijolos nos ombros, oprimido por suas emoções.

Izuku não se importava mais se seu pai o confundisse com sua mãe. Ele só queria que ela fosse lembrada. Mas ele não podia, então simplesmente caminhou com Touya.

Sufocando as lágrimas enquanto ele e Touya caminhavam pelo parque, ele simplesmente não conseguia ficar ali sufocado de tristeza.

Eles caminharam e caminharam enquanto Izuku enxugava as lágrimas, lembrando da família que ele tem agora. Quando eles fizeram muitos piqueniques neste parque. Ele sempre pensou que sua mãe estava com ele aqui. Com cada brisa suave e o balançar das folhas verdes lembrando o cabelo de sua mãe.

Por fim, acabaram sentados num banco, olhando para o céu. Izuku sabia que Touya estava curioso, provavelmente se perguntando por que ele não falava sobre seu pai há tanto tempo. Mas com Aizawa de volta em cena, Izuku começou a duvidar se ele realmente tivesse seguido em frente.

Enquanto os pensamentos giravam em sua mente, Izuku não pôde deixar de se perguntar por que seu pai havia ressurgido agora. Parecia uma reviravolta cruel do destino, ocorrendo justamente quando ele estava começando a encontrar a felicidade e a fazer progressos em sua vida. Agora, em vez de se sentir esperançoso, ele estava lutando contra uma onda de emoções, sentado ali com Touya, tentando encontrar as palavras certas.

"Touya," Izuku sussurrou, sua voz quase inaudível acima do farfalhar das folhas.

"Sim, Izuku?" Touya respondeu, sua preocupação evidente em seu olhar.

"Você se lembra do dia em que nos conhecemos?" Izuku perguntou, sua voz tremendo de emoção.

"Quando Shoto trouxe você para nós, chorando e machucado?" Touya lembrou, sua expressão ficando séria.

"Essa foi a última vez que vi meu pai depois que minha mãe morreu", confessou Izuku, com a voz embargada de emoção. "Mas ele se esqueceu de mim quando eu tinha sete anos."

Touya permaneceu em silêncio, dando espaço a Izuku para falar o que pensava.

"Ele sempre me chamou de Inko, mas eu não sou Inko. Sou filho dele, Izuku. Meu nome é Izuku, Izuku, Izuku—" A voz de Izuku falhou enquanto lágrimas escorriam por seu rosto, sua cabeça enterrada em seus joelhos.

“Está tudo bem,” Touya tentou confortá-lo.

"Não, não está tudo bem! Por que ele não conseguia se lembrar de mim? Por quê?" Izuku soluçou, sua voz abafada pelas mãos.

"Izuku, Coelhinho!" O grito de Touya tirou Izuku de seu desespero, redirecionando sua atenção.

"Está tudo bem, talvez ele não se lembre do seu nome, mas nós lembramos. Você não precisa de ninguém que não se lembre do seu nome," Touya o tranquilizou, puxando Izuku para um abraço reconfortante.

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