03.

1.9K 211 57
                                    

Emma Miller

- O meu amigo Moosa... Ele... Espera, o quê?

- Por favor, me diz que você não enfiou a cenoura na sua bunda. - Repeti pausadamente e a garota me encarou ainda chocada.

- Eu entendi essa parte. - Falou ela rindo. - Por que eu enfiaria uma cenoura na minha bunda?

- Me diz você, você que enfiou. - Olhei pra ela confusa.

- Eu não enfiei a cenoura na minha bunda!

- Esclareceu ela com um sorriso chocado.- Tudo bem se você gostou de enfiar a cenoura na sua bunda, não precisa ficar com vergonha. - Provoquei com um sorriso.

- O meu amigo Moosa tentou fumar a cenoura e não deu muito certo, foi apenas isso, eu juro que nenhum alimento foi enfiado na minha bunda ainda. Contou ela com um sorriso.

- Ainda? - Dei um sorriso de canto e a garota da cenoura soltou uma risada.

- Deixa eu te mostrar seu dormitório logo. - Falou ela começando a andar com as minhas duas malas e eu segui ela.

Eu peguei uma das minhas malas que ela segurava e ela hesitou um pouco antes de me deixar carregar.

Assim que ela soltou a mala na minha mão, eu quase dei de cara no chão pelo peso da mesma. Como ela tava levando as duas como se fossem apenas dois travesseiros? A gente andou um pouco. Mentira.

A GENTE ANDOU PARA UM CARALHO.

Se não fosse o ritmo do doidão lá, a gente teria levado um dia inteiro pra chegar no andar dos dormitórios. Quando finalmente chegamos em uma porta que tinha o meu nome e os nomes de mais duas garotas em um papel na porta, eu soltei a minha mala.

- AI CARALHO! - Gritei quando senti a mala cair no meu pé.

Eu me desequilibrei e cai pra frente, derrubando as duas malas e arrastando a menina da cenoura junto. Eu cai em cima dela, dando uma cabeçada tão forte que meu cérebro começou uma atualização nova. Com aquela proximidade toda, eu consegui sentir o perfume dela.

Então esse é o cheiro amadeirado que todo mundo fala? Que negócio de rico...Eu me sentei em cima dela colocando a mão na cabeça com dor e olhei para ela que também me encarava em choque e raiva.

O maxilar dela marcado estava travado e a testa tensa mas dava pra ver que ela tava segurando a risada.

- A madame prefere ficar sentada no meu colo pra sempre ou deseja sair? - Perguntou com ironia e então eu notei que tava sentada no colo dela.

Arregalei os olhos saindo de cima dela e me sentando no chão.

- Certeza que você deve ter feito umas 300 partes do meu cérebro pararem de funcionar, cabeça dura e pesada do caralho.

- Xingou se sentando no chão também e eu olhei indignada pra ela. Meti um tapão no ombro dela com raiva, a mesma me olhou surpresa e se sentindo desafiada.

Ela me deu um tapa no ombro também e no segundo seguinte eu dei dois tapas no ombro dela.

Quando ela ia revidar me devolvendo os tapas, eu levantei a mão e falei rapidamente.- Se você me bater, isso vai ser homofobia. - Olhei com os olhos semi cerrados pra ela.

Ela me devolveu o olhar semi cerrado negando com a cabeça. A garota se levantou e em seguida esticou a sua mão para me ajudar a levantar também.

E não é que a vagabunda pelo menos é cavalheira?

Quando eu tava na metade do caminho, já me levantando e pegando na mão dela, ela tirou a mão dela, me fazendo cair e bater a cabeça na parede.

O som da sua risada ecoou pelo corredor e eu olhei feio pra ela me levantando. Ela parece uma moto rindo.

- Garota, se eu te vejo no corredor... - Ameacei com ódio.

- Ah é? Vai fazer o quê? - Provocou com um sorriso.

Que sorriso... lindo. Eu até fiquei meio desconcertada quando ela lançou aquele sorriso pra mim.

- Eu vou meter a voadora no meio da tua cara feia. - Falei levantando as minhas malas. Eu nunca menti tanto...

- A gente tá no corredor, se você quiser tentar a sua sorte... - Disse se aproximando.

- Você é chata pra caralho, vai se fuder enviado do capeta e do cão. - Falei dando um tapa com força no peito dela.

- Aqui e agora? - Deu um sorriso de lado e eu me preparei pra meter outro tapão nele.

- Jenna? - Chamou uma voz fina no fim do corredor e nós duas olhamos na direção dela. A garota da cenoura, assim que viu a pessoa, parou de sorrir na hora.

Era uma garota morena com o mesmo uniforme que todo mundo, só que o dela, parecia muito mais bonito do que em qualquer outra menina.

Ela era baixa e andava com segurança até nós.

Eu, uma vadia maconheira com o ego e autoestima de uma deusa, me senti insegura. Assim que ela chegou perto da gente, a garota logo me lançou um olhar torto.

- E quem seria você? - Perguntou fazendo cara de nojo pra mim.- Natasha Caldeirão. - Sorri sincera.

continuaaa

Colégio Interno - JEMMA G!POnde histórias criam vida. Descubra agora