Emma Miller
...
Desci do carro sentindo o olhar do meu pai sobre mim, e sem olhar para trás caminhei lentamente até o colégio.
Tinham alguns alunos no gramado que me observavam, mas eu apenas passei direto por eles. Senti os meus olhos queimarem e fui até o banheiro mais próximo enquanto segurava o choro.
Entrei no banheiro, me olhei no espelho e respirei fundo me apoiando na pia.
Finalmente, eu me deixei chorar. Senti as lágrimas quentes descerem pelas minhas bochechas, e me controlei para não soluçar.
Eu nunca gostei de chorar na frente dos meus pais, e mesmo que durante aquela briga, tudo que eu mais queria fazer era chorar, eu não chorei.
Vi a porta do banheiro abrir e a Isa entrar.
Ela parecia estar chocada por me ver chorar mas logo sorriu debochada.
- Parece que um fim de semana em casa realmente foi capaz de te destruir. - Comentou se aproximando com os braços cruzados.
Ela ficou do meu lado, e eu limpei as lágrimas tentando ignorar a existência dela.
Eu não consigo lidar com ela agora, na verdade, eu não consigo lidar com ninguém agora.
- Eu não vim aqui pra te ameaçar, ou falar coisas sem sentido e muito menos pra te julgar. - Esclareceu e eu olhei confusa pra ela. - Eu to aqui pra te ajudar.
Eu permaneci encarando ela com confusão no olhar e a mesma apenas suspirou se aproximando ainda mais.
Eu recuei e ela falou.
- Eu percebi que das últimas vezes eu posso ter sido uma idiota, tentando te avisar de uma coisa sem explicação nenhuma. Mas eu realmente preciso que você me escute agora sobre a Jenna.
- Eu não vou falar com você sobre uma pessoa que você mal conhece. - Revirei os olhos.
Eu tentei sair mas então notei que a porta estava trancada.
Me virei com ódio para Isa e ela me encarou neutra.
- Você é quebrada. - Falou e eu encarei ela com indignação.
- Que merda você quer dizer com isso? - Perguntei desacreditada.
- Não me interprete mal, Emma, todo mundo é quebrado. O problema, é que, você quebra tudo em que toca. - Se aproximou.
Aquelas palavras foram como um tapa que rasgou a minha pele.
- Você quer realmente quebrar a Jenna? - Questionou ela.
- Eu não to quebrando ela. - Respondi com a voz baixa.
- Você é assim, e sempre vai ser. Por mais que você queira ela, você só tá machucando ela aos poucos. - Explicou.
- Chega. Eu quero sair. - Falei tentando abrir a porta.
- Ela é como um vaso caro e precioso, você está jogando ela pra cima e pegando no último instante. Eu sei que você vai deixar ela cair em algum momento. - Continuou sem se importar.
- Abre a merda dessa porta, Isa. - Mandei não aguentando mais escutar.
- Uma pessoa boa melhora a vida de uma pessoa má, mas uma pessoa má destrói a vida de uma pessoa boa. - Soltou.
- Eu não sou uma... SÓ ABRE A PORTA. - Ordenei em pânico.
- Só porquê ela te ama, não significa que você faz bem para ela.
E de repente, tudo congelou.
Eu não gritei mais, eu não tentei abrir a porta e muito menos consegui
pensar direito.
- Ela me ama? - Perguntei em choque.
- A pergunta importante aqui, é, você a ama? - Questionou.
Silêncio.
- Eu não sei... - Finalmente respondi olhando pra baixo, depois de alguns segundos em silêncio.
O amor se torna um pesadelo quando você não sabe amar...
A minha garganta parecia ter se fechado e a minha mente era nada mais que uma confusão naquele momento.
- Pessoas confusas machucam pessoas incríveis... - Sussurrou ela e eu assenti.
Voltei a encarar a Isa e ela apenas suspirou caminhando até a porta.
- Espero que você saiba o que precisa fazer. - Falou ela antes de destrancar a porta e sair.
[...]
Entrei na aula de matemática, e encontrei os rostos surpresos de todo mundo me encarando.
Jhon abriu um sorriso cheio de dentes e quase pulou na cabeça de alguém de tanta felicidade.
Eu me sentei do lado dela de cabeça baixa e a mesma ficou confusa.
- Espero que o seu fim de semana tenha sido incrível, senhorita Miller. - Desejou o Robisvaldo com um sorriso sincero.
- Claro, eu só quase cai do sexto andar de um prédio e destrui o resto de saúde mental de algumas pessoas. - Soltei com um sorriso falso.
As pessoas na sala viraram os rostos pra me encarar em choque e o sorriso do Snape de Taubaté lentamente se desfez.
- Eu lamento muito ouvir isso mas tenho certeza que você pode deixar esse assunto pra mais tarde... - Falou o Snape sem saber o que fazer e com o olhar baixo.
Eu assenti, ainda sentindo os olhares de algumas pessoas sobre mim, e grudei a minha cara na mesa.
- Senhorita Miller? - Chamou o professor de matemática e eu levantei o rosto. - A diretora pediu para que você encontrasse ela no seu escritório assim que chegasse. - Informou.
Eu fui lentamente até o escritório da diretora e quando eu estava prestes a bater na porta, Jenna saiu da sala e me encarou surpresa.
A surpresa no rosto dela rapidamente se transformou em um sorriso bobo.
Ela me abraçou pela cintura e o meu rosto caiu sobre o peito dela.
- Jenna, você pode ter uma bundinha de grilo até legal mas eu garanto que você não tem rabo, fecha essa porta menina! - Ouvi a voz da diretora.
Jenna riu e fechou a porta antes de voltar a me abraçar.
A minha bochecha voltou a bater contra o seu peito e eu inspirei o seu perfume profundamente sentindo as borboletas correrem pelo meu estômago. Os braços de Jenna apertaram a minha cintura e eu passei as minhas mãos pelas costas dela.
Senti uma lágrima cair do meu olho e eu apertei ainda mais o abraço dela.
Eu sei o que eu preciso fazer.
continua...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Colégio Interno - JEMMA G!P
FanfictionJEMMA Emma Myers Miller é uma garota problemática que vive se metendo em encrencas. Ela ver seu mundo de cabeça pra baixo quando seus pais decidem colocá-la em um colégio interno, após Emma ter "acidentalmente" incendiado o escritório da diretora d...