Instintos Selvagens

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Acordei de manhã com a luz do sol refletindo na minha pele como um espelho de cristal e com meus olhos ainda sonolentos vejo Robert sentado na beira da cama.

- Robert Você dormiu bem?

Digo me alevantando da minha confortável cama.

- Sim estou bem, Como foi sua noite?

- Foi ótima, Mas por quê você acordou tão cedo?

Indo em direção ao banheiro vejo que já estava atrasado.

- É costume e é melhor você se acostumar, Mas você tem sorte que hoje é sábado.

- Como está sua costa? Se você deixar esses curativos mal feitos pode gerar um infecção.

Ele me olha com um olhar surpreso e como o esperado ele me questiona.

- Quando você descobriu?

- Ontem quando você estava no banheiro.

Imediatamente ao sair do banheiro vejo ele parado na porta me olhando com um jeito estranho.

- Você não pode contar isso para ninguém, Se algum boato se espalhar e o Joseph ficar sabendo ele vai perturbar mais ainda minha vida miserável.

Como previsto aqueles caras atormentavam ele a muito tempo, E ao escutar sua voz triste e preocupada só confirmava meu pensamento.

- Promete não contar para ninguém?

- Eu não sou de fazer promessas, Mas eu prometo com uma exigência.

Olhando em seus olhos eu tinha certeza que ele faria de tudo para manter seu segredo em total sigilo, Mas é óbvio se tal boato chegasse nos ouvidos da diretora ela iria falar com Joseph, E nada iria mudar apenas piorar.

- Eu aceito qualquer exigência, Apenas me diga oque você quer.

- Quero que você não sofra sozinho por culpa daquele merdinha, Caso ele toque um dedo em você denovo, Eu vou mostrar fazer com que ele não quiera ter nascido.

Robert apenas acenou com a cabeça com sinal de positivo.

- Agora venha para eu ajustar esses curativos antes que piore.

Eu sentia sua costa musculosa sobre minhas mãos e o calor de seu corpo era muito bom de se sentir como uma lareira em um domingo de natal, Sua respiração pesava a cada ponto que eu fazia em seus cortes, Ele suava frio por causa do nervosismo e achei fofo, Pois como um garoto com um físico desse tamanho é tão sensível e frágil como ele.

- Salázar como você é tão bom em fazer esses curativos?

- Eu precisei fazer muito deles por contra própria, Então já é uma habilidade que eu me adaptei.

Finalmente havia terminado de fechar seus ferimentos e num instante, Sentia seu corpo contra o meu, Algo tão simples, Mas tão confortável como um amontoado de cobertores em um dia frio, Ele estava me abraçando e sem reação não conseguia dizer nada, Apenas escutei ele falando em meu ouvido.

- Sei que te conheci ontem, Mas algo faz com que eu sinta que te conheço a muito tempo atrás e particularmente eu gosto disso.

Após o abraço eu não digo nada, Pois ainda estava processando oque tinha acabado de acontecer, enquanto isso Robert me olhava com seu brilho tão contagiante.

- Posso te fazer um pergunta Salázar?

- Claro, Mas seja rápido, Pois tenho que falar com a diretora e já estou atrasado.

Já na porta vestindo meu novo uniforme Robert me pergunta.

- Qual o motivo de você estar aqui?

Então antes de fechar a porta do dormitório eu olho no fundo de seus olhos e com a minha maior calma eu digo.

- Eu executei um "colega" da escola no meio da sala.

De acordo com a justiça eu sou o vilão, Mas isso não é verdade, Aquele cara tornou minha vida o próprio inferno e a morte foi muito boa para ele, Mesmo ele estando morto, Ele não pagou sua dívida comigo e espero que ele esteja pagando no outro lado.

Já na porta da diretora sem querer eu esbarro em uma menina, Ela cai no chão e logo eu ajudo ela sem hesitar.

- Não precisa, Foi minha culpa.

- Não precisa se desculpar, Eu que fui o culpado.

Ela se alevantava e sorria para mim de uma forma agradável.

- Você é novo aqui né?

- Prazer meu nome é Najimi.

Vendo ela na minha frente me lembrava que eu nunca tive uma namorada, Mas nunca faltou opções, Talvez nesse local eu possa me relacionar com alguém.

- O prazer é todo meu, Eu me chamo Salázar.

- Eu estou atrasada, Pois tenho meus deveres, Mas talvez nós se encontre outra vez.

Em minha mente ela se afastava lentamente e enquanto eu olhava seu cabelo ruivo como uma fogueira a noite, Seu modo de falar e sua personalidade extrovertida fazia com que eu não presta-se atenção na minha volta.

- Senhor Morgan, Como foi sua primeira noite?

Minha mente estava calma novamente e ao ver a diretora eu digo.

- Foi ótima e espero que continue assim até minha saída.

- Venha preciso conversar com você, Entre e acomodar-se.

Ao sentar na poltrona da diretoria eu fico pensativo sobre oque poderia ser o assunto.

- Como você sabe seu pai nasceu nessa cidade, Mas talvez você não saiba que ele frequentou esse mesmo internato, Quando ele ainda não era feito para deter jovens criminosos.

- Minha avó nunca me contou isso, Mas qual é a importância de eu saber essa informação?

- Na saída dele sem querer ele deixou seu diário e como o previsto depois disso ele saiu dessa cidade, E não conseguimos achar ele para devolver o diário, Como você é filho dele eu acho justo você ficar com ele.

Ao sentir aquele enorme diário, Minha cabeça faz com que eu sinta a vontade de descobrir oque realmente aconteceu e quem foi meu pai, Mesmo nunca ter visto ele pessoalmente sinto sua falta, Nunca havia demonstrado que sentia, Mas algo mudou e sei que ele me deixou para trás com seus motivos, Pois faria o mesmo caso visse a pessoa que você ama pendurada pelo pescoço no centro da sala enquanto seu filho chorava sem ter noção de tudo, Provavelmente eu fui o motivo do suicídio da minha mãe e essa culpa faz com que eu seja que sou hoje em dia, Minha única memória dela foi ela acariciando meus cabelos enquanto eu estava em seu colo momentos antes da tragédia acontecer.

Antes de voltar para meu dormitório, Decido ir ao banheiro e dentro da cabine, Escuto passos até que alguém é jogado no chão e ao olhar por baixo vejo que era Robert, Sem pensar eu abro a porta da cabine e vejo Joseph e seu grupinho novamente, Robert estava assustado e não conseguia dizer nada.

- Olha oque temos aqui, você denovo novato.

- Cala a boca seu merda, Quem você pensa que é para fazer oque faz com Robert.

- Essa putinha de merda fez com que nós todos fôssemos presos nesse inferno então eu tenho essa autoridade sobre ele.

Teve algo que Robert não me contou, Mas mesmo que ele seja realmente culpado meus instintos faziam com a vontade de defender ele só aumentasse cada vez mais.

- Mesmo se oque disse seja verdade isso não apaga oque você faz, Você não tem nenhuma autoridade sobre ele não.

- Pelo jeito você já deu o suficiente para conquistar ele né Robert, O novato já está loucamente apaixonado por você.

Naquele instante eu parto para direção de Joseph e agarro sua cabeça de uma forma agressiva, Meu sangue borbulhava em minha veias e minha temperatura aumentava de uma forma indefinida, Eu me lembro da cabeça de Joseph sangrando enquanto eu batia ela no lavatório, O sangue dele se espalhava por todo o banheiro e seus "amigos" já não estavam lá para ajudar ele, Após tomar consciência novamente vejo ele caído no chão e mesmo depois de tudo ele não estava morto, Robert me olhava assustado como eu fosse um monstro e enquanto minha respiração aumentava de uma forma gigantesca minhas mãos tremiam de uma maneira que eu nunca tinha visto antes, Por quê eu me importei tanto com que havia acabado de fazer, Eu já não tinha feito algo pior?

O anjo caído Onde histórias criam vida. Descubra agora