E se... - Monsam

010

Mon narrando:

Sem condições! Porque eles tinham que aparecer bem agora? Estava indo tudo tão bem.

Eu não sei mais oque faço, era para eu estar bem resolvida. Mas aparentemente tem coisas que ainda não se resolveram.

Coisas quais eu não sei oque é!

Tenho um emprego, tenho uma casa, moro em um lugar bom, tenho um namorado que me ama muito. 

Oque tem de errado?!

De repente escuto batidas na porta do meu quarto.

— Entre. - Dou-lhe a permissão enquanto me encontro deitada em minha cama.

— Oi, Mon... - Era Non - Está tudo bem com você? - Ele fala sentando ao meu lado.

— Porque não estaria? - Pergunto em baixo tom, não queria parecer grossa com ele.

— Eu não sei, por isso estou te perguntando. Para saber a razão, te conheço e sei que tem algo nessa cabecinha - Non acaricia minha cabeça. -

— Nem eu sei, nem eu sei...

— Sabe que pode me contar, certo? Independente de tudo, estou aqui do seu lado para te atender e entender.

Okay, agora eu estou mais confusa ainda. Não sei se posso contar para ele que estou confusa em relação à algo que nem mesmo eu sei.

— Mon - Chega mais próximo de mim - Por favor, confie em mim. Quero me sentir útil para você.

— Eu... eu não sei... - De repente, sinto minha garganta se fechar, como se eu estivesse prestes a desabar. -

— Ei, ei - me chama - Calma... respira, se realmente não estiver a vontade para me contar, eu irei entender.

— Sabe... eu realmente não sei oque passa comigo. De repente é como se tudo tivesse parado. - Ele continuava lá, todo a ouvidos prestando atenção em cada palavra minha. -

— As vezes sinto que sei o porquê disso, mas ao mesmo tempo paro e vejo que não, que não sei.

— Qual seria o porquê que você acha? - Me pergunta em um tom baixo e calmo, como se quisesse me compreender. -

— Você...sabe, que antes de você, eu já fiquei com uma outra pessoa - Ele assentiu.-

— Então, e você também sabe que essa pessoa é a Sam.

— Sim, sei.

— Eu...só sei que desde que a vi novamente é como se algo dentro de mim tivesse sido embaralhado, mechido, desorganizado ainda mais.

Eu estava começando a falar, sinceramente é libertador desabafar, ainda mais com alguém que você sabe que pode confiar. Mas será que o mesmo ficaria confortável depois de ouvir isso? Eu poderia continuar?

— Continue...por favor.

— E eu sinceramente não sei oque aconteceu, me sinto estranha, bagunçada!

— Em relação à Sam?

— Não... ou sim... em parte, tem haver com ela. Mas é em relação aos meus sentimentos, entende? Ainda sinto que eles não mudaram tanto assim.

— Entendi... você ainda gosta dela, estou certo?

— Isso é tão confuso! Eu não sei distinguir ou descrever oque sinto.

— Vamos por partes, primeiramente... quais são os seus sentimentos por mim...?

Isso era oque eu temia! Non perguntar sobre esses supostos sentimentos meus por ele. Era algo que eu sabia, desde o início, que não era algo tão forte quanto costumei sentir há uns tempos atrás.

E foi isso, o silêncio tomou conta do quarto... um silêncio vazio, escuro, frio e constrangedor.

— Lembre-se, Mon. Oque sempre digo, independentemente, estarei ao seu lado. Pode ser sincera comigo e consigo própria.

— Eu não acho que sinto algo tão forte por você, Non. - Finalmente solto de um vez e sinto um certo peso cair aos meus ombros, mas outro vinha a cobrir. -

Novamente, o silêncio...

— Eu esperava... não vou mentir. Mas, porque simplesmente não me disse antes?

— Medo, Non. Medo de perder uma pessoa tão importante como você. Por mais que meus olhos e meu coração não te veja como um namorado... eles te vê como uma pessoa muito importante na minha vida. A qual posso contar diversas coisas, meus pensamentos, sentimentos, assim como esses.

Não houve resposta em palavras, mas, sim um abraço muito, mais muito reconfortante.

Eu simplesmente comecei a chorar, um choro silencioso, porém com muitos sentimentos reprimidos.

— Ei, calma...estou aqui - Falava enquanto me apertava mais - Está tudo certo, okay?

— Não, não está - Eu tentava falar enquanto ainda soluçava em seu abraço. -

— Está, está sim. Você finalmente me falou oque sente, se está falando que não está certo por mim...Mon, você sabe que te amo, sabe que sempre estou aqui por você, mesmo não sendo como namorado...eu não vou deixar de te amar.

Eu não sabia oque dizer, apenas sabia apertá-lo mais forte e chorar.

— Pode chorar, faz bem... - Falava acariciando meus cabelos. -

E assim ficamos por tanto tempo que nem sei quanto. Apenas me dei conta quando estávamos deitados, já dormindo.