O sol da tarde banhava a charmosa fachada do Cantinho das Conchas, um restaurante aconchegante situado em uma rua tranquila de Brighton. As paredes azul-celeste, adornadas com conchas do mar e redes de pesca, convidavam os visitantes a desbravar um refúgio gastronômico único.
O aroma de frutos do mar frescos e especiarias exóticas tomava conta do ambiente. A decoração rústica, com mesas de madeira maciça cobertas por toalhas brancas impecáveis e cadeiras confortáveis, criava uma atmosfera acolhedora e convidativa. As paredes ostentavam fotos em preto e branco de pescadores locais, contando histórias de bravura e tradição.
O cardápio era um deleite para os amantes da culinária marítima. Pratos como o ensopado de peixe fumegante, a lagosta grelhada com manteiga de ervas finas e o risoto de frutos do mar garantiam uma refeição memorável. Para os vegetarianos, havia opções deliciosas como saladas coloridas e risotos de cogumelos.
A música ao vivo era um dos destaques do Cantinho das Conchas. Nos fins de semana, o restaurante se transformava em um palco para músicos locais que tocavam jazz, blues e rock and roll.
Louis, entretanto, não conseguia apreciar nenhum desses pontos positivos, não somente porque detestava a aura marítima, como também porque estava há dez minutos aguardando por Harry.
A proposta do jovem ecoava em sua mente, cada palavra reverberando com uma mistura de admiração e incredulidade. Como alguém podia ser tão audacioso, tão certo de que ele, um jornalista sério e respeitado, aceitaria se envolver em uma aventura tão absurda? O que o rapaz ganharia com isso? Apenas o prazer de ver um homem como ele se render à sua proposta insólita?
Ainda assim, a ideia de se envolver com Styles, apesar de benéfico para o trabalho que tinha a desenvolver, era tentadora, o atraía como canto de sereia. A curiosidade o trouxe até aquela cadeira, o fazia esperar mesmo que sua pontualidade clamasse para que fosse embora.
Às três e quatorze, o jornalista recolhia seu maço de cigarros e se preparava para abandonar o restaurante. Foi quando se virou para a porta e se deparou com a figura esbelta parada ali, os olhos verdes e levemente arregalados parecia analisar a decoração do local. Ele vestia uma camiseta azul anil com estampa de mandela dessa vez, a peça inferior com quadrados grandes de tons roxos e verde musgo confundiam o discernimento de Tomlinson, que não sabia se o traje se tratava de uma calça ou de uma saia comprida.
O homem caminhou até ele, rapidamente sentiu uma aura calorosa o envolver.
ㅡ Está atrasado. ㅡ Ele interpretou o silêncio como um desconforto por parte do outro, decidindo, então, que não estenderia a "repreensão". ㅡ Eu estou na mesa-
ㅡ Podemos nos sentar do lado de fora? ㅡ Interrompeu. ㅡ Eu prefiro sentir ar fresco.
O inglês concordou, os olhos inconscientemente acompanhando o andar alheio a fim de entender o que ele vestia ㅡ a hipótese de ser uma saia foi descartada. Os cachos voavam conforme os pés se arrastavam em direção a uma das mesas localizadas na calçada de ladrilhos, o comprimento desses era incerto.
Uma expressão incômoda ainda enfeitava a face de Harry quando eles se sentaram, a inquietação era palpável.
ㅡ Está tudo bem? ㅡ O outro quis saber. ㅡ Você parece um pouco desconfortável.
ㅡ Estou bem, só não tenho o hábito de andar pela cidade. ㅡ A justificativa soou sólida. Ele suspirou, os braços se cruzando sobre a mesa e o rosto assumindo tons de diversão conforme notava a situação que vivia. ㅡ Então...esse é o nosso primeiro encontro?
ㅡ Talvez. ㅡ De mangas curtas, os músculos de Louis sobressaltavam. Styles tentava não se distrair com eles, mas era uma tarefa árdua. ㅡ Na verdade, eu gostaria de saber as condições dessa proposta.
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SEASHELLS
FanfictionLouis Tomlinson era apenas uma criança inglesa quando presenciou a morte de todos seus familiares durante um bombardeio comandado pelas tropas da Alemanha Nazista em 1944. Em meio às condições difíceis das amplas massas e a situação agravada da cla...