𝕻𝖗ó𝖑𝖔𝖌𝖔

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Prólogo

Stephen King afirma ser um erro acreditar que existe um limite para o horror que a mente humana é capaz de suportar. O horror gera mais horror em um processo nada misericordioso, ainda assim, o terror continua em um looping infinito.

Jimin, embora conhecido por suas histórias de arrepiar, nunca acreditou que nas mesmas houvesse, de fato, a veracidade de algo sobrenatural.

Mas uma delas o levou à sua própria queda.

Ele estava na garagem, na porta dos fundos, na janela da sala. Ouvia passos abafados no banheiro, arranhões nas paredes e suspiros que lhe arrepiavam a pele.

Estava impregnado em sua mente, infernizando cada parte do seu ser.

— Jimin... — A voz sussurrada, tingida de um tom perturbador, o fez recuar.

O ruivo encarou a porta de vidro, à procura de alguma forma humana, mas tudo o que viu foi a floresta imersa na escuridão.

Movendo-se em passos hesitantes, aproximou-se do vidro, levando as mãos trêmulas até a superfície fria enquanto encarava cada canto de sua varanda.

A quietude do lado de fora era responsável pela tormenta do lado de dentro.

Aproximou-se mais, até seu nariz encostar na vidraçaria gélida. Então, o terror frio deslizou para dentro de si.

O viu.

Os olhos que o encaravam de volta continham um brilho angustiante, e o sorriso, uma atração fatal. Já não era o mesmo, e temeu que jamais voltasse a ser.

Quando ele começou a se aproximar, Jimin, paralisado, sequer conseguiu recuar. Estavam agora frente a frente, separados apenas por uma camada de vidro.

E então aquela coisa do outro lado parou de sorrir, levando o indicador lentamente contra o vidro. Seus olhos penetraram os dilatados pelo medo de Jimin, e com uma voz que gelou o sangue nas veias do ruivo, prometeu:

— Eu vou pegar você.

E os acontecimentos a partir daquela noite levaram Jimin a crer que jamais ousaria refutar Stephen King.

𝕾𝖊𝖓𝖍𝖔𝖗 𝕸𝖆𝖈𝖆𝖇𝖗𝖔Onde histórias criam vida. Descubra agora