Jady on*
Eu estava em uma carroça, indo pra uma terra que meus pais não disseram o nome.
Eu não sei direito o porque de estarmos indo pra lá, mais meu pai queria aproveitar um pouco pra viajar comigo e com minha mãe.
Era bem raro as vezes que meu pai tinha uma folga, e se você está curioso pra saber do que eles trabalham, aí vai.
Meu pai é Capitão da Guarda Real do rei do reino de Tão Tão Distante.
Eu sei...grande honra né!
Minha mãe é amiga da rainha, desde pequena, e também trabalha no castelo. Ela é tipo uma faz tudo...faz comida, cuidava da princesa, cuida do estábulo real, onde só tem bicho lindo, e eu...bom, eu fico "conversando" com os animais do Palácio, mesmo eu sabendo que eles não me entendem...
A verdade é que eu não tenho amigos, já que todos têm um serviço ou algo melhor pra fazer do que ficar comigo.
Bom, voltando pro passeio, já faz uns dois dias mais ou menos que a gente tá na estrada. Não tem problema, nós estamos nos divertindo muito na viagem, esse é um dos poucos momentos que eu posso ficar com meus pais e me sentir uma filha de verdade com uma família unida.
...
Depois de muito tempo viajando, e de quase fazer meus pais se irritarem comigo de tanto perguntar "já chegamos?", nós finalmente chegamos.
Era uma pequena cidade onde as casas eram mais simples e o povo era mais humilde, um lugar bem aconchegante e amigável pelo jeito.
— Filha, eu e seu pai vamos levar as coisas lá pra cima, você vai entrar também? – minha mãe perguntava enquanto subia as escadas da casa onde ficaríamos.
— Eu vou explorar um pouco, quero conhecer a cidade.
— Tá bom Jady, mais volte antes de anoitecer, dizem que aqui, as crianças são roubadas a noite...– meu pai não perdia a oportunidade de me assustar, era engraçado que ele ainda me via como uma criança, e não alguém de 17 anos...
— Acredito...– a minha ironia era palpável, a essa altura, estava na cara que eu precisava descansar a mente depois de uma viagem longa dessa.
Depois de umas risadas, me despedi dos meus pais e sai dali.
Enquanto caminhava pela rua de pedra e areia, me deparei com uma estranha multidão, aglomerada perto de um pequeno palco velho.
Só pela curiosidade, me aproximei do palco e prestei atenção na apresentação.
— Senhora e senhores, meninos e meninas, de longe e nem de perto creio que viram algo igual a isso, um fenômeno sem comparação, conheçam Pinóquio, o menino de madeira!!!
...
(Depois da música, que a maioria conhece...)
...Eu estava constantemente procurando alguma coisa que pudesse estar segurando aquele boneco de madeira enquanto ele dançava e cantava, mais eu não via nada.
Realmente aquele boneco estava cantando e dançando sem cordões e com a própria voz.
— Gostou do espetáculo garota?– um menino que estava na plateia me perguntou.
— Ah, sim, gostei.– respondi meio confusa de como aquilo podia ser possível – sempre tem esse teatro por aqui?
— Não, essa é a primeira vez. Sorte sua de estar aqui pra ver, nunca te vi aqui, é nova por aqui?
— Sim, cheguei hoje mesmo.
— Então, deixe que eu seja o primeiro a dar as boas vindas a Florença! Me chamo Perry. – o menino se apresentava fazendo uma pequena reverência.
— Obrigada, me chamo Jady– também fiz uma pequena reverência fingindo estar usando um vestido.
A conversa teria fluido mais, se não fosse um barulho estranho vindo de trás do palco.
Só de olhar para Perry, já percebi o tamanho da curiosidade que ele também tinha para descobrir oque foi aquilo.
Eu e Perry nos escondemos na ponta do palco para podermos enchergar oque era o barulho sem sermos vistos.
E no meio de tanta coisa espalhada, um boneco apareceu, se limpando do que mais parecia ter sido um belo de um tombo.
— Você tá bem? – Perry foi ajudá-lo a levantar.
— Sim estou, obrigado.
— Oque aconteceu? – Perry olhava admirado para aquele ser de madeira, ao mesmo tempo que estava preocupado dele ter se machucado no tombo.
— Nada de mais, eu só cai enquanto tentava descer do palco sem ser visto.– ele parecia meio envergonhado, até porque, nós o vimos e escutamos.
— Eu sou o...– o pequeno ser de madeira tapou a boca do Perry e falou bem baixo.
— Antes de nos apresentarmos, vamos sair daqui, agora! – ele pois o indicador na frente da boca e saiu correndo, fazendo sinal para que nós o seguissemos .
Depois de correr atrás deles por uns 3 quarteirões, nós paramos.
— Agora sim, as apresentações são bem vindas! – ele falava como se fosse normal sair correndo do nada.
— Eu sou Perry, prazer!
— Meu nome é Pinóquio. E o seu garota?
— Jady, e agora explique, porque saímos correndo?
— Bom...– ele colocou a mão atrás do pescoço mostrando seu desconforto – na real, era pra eu estar na escola, mais o pessoal lá me trata mal, então hoje em vez de ir pra escola, eu fui passear aqui fora, mais o dono daquele palco me ofereceu dinheiro pra cantar pra ele, mais ele mentiu pra mim e quer que eu fique com ele pra sempre, pra ele me usar como fonte de dinheiro. Então eu fugi.
— Que cara estranho, ele praticamente te sequestrou.
— Eu vou falar com meu sobre isso, fique tranquilo Pinóquio, ele vai resolver isso.
— Como assim seu pai vai resolver? – Perry me perguntou.
— Ele é Capitão da Guarda Real do reino de Tão Tão Distante.
— Mentira? Você mora lá? Como que é lá?
— Sim, lá é bem legal, e meu pai leva muito a sério o trabalho dele, concerteza ele vai resolver isso.
— Será que amanhã ele resolve isso? Eu não quero ter que ir pra escola ou passear na rua com um cara me caçando.
— Verdade, isso deve ser bem assustador...– Perry pensava meio perdido em seus pensamentos.
— Tive uma ideia, eu vou falar com meu pai, e aí eu venho avisar vocês sobre a resposta mais tarde neste exato lugar. Pode ser?
— Por mim tudo bem - Perry respondeu
— Ok- Pinóquio também confirmou.
— Então tá, mais tarde eu venho falar com vocês, agora eu tenho que ir, tchau! – me despedi deles enquanto já vinha embora.
Apenas escutei o tchau que eles me davam enquanto eu andava vindo pra casa.
Realmente quero ajudar meu novo amigo, ninguém merece ser perseguido por alguém que só quer o seu mal...
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Mundo da fantasia
Fantasycomo vou explicar minha história?... bom...meu nome é Jady, e nesse momento eu sou uma eg ... (só lendo pra descobrir). eu era uma menina com uma família, e estávamos vendo o teatro de um "boneco de madeira que dança e canta sem cordões" é... eu sei...