Chegou o dia da viagem, hoje vou para Miami. Acordei muito cedo para estarmos no aeroporto às 6:00, já que o avião levantava voo às 7:30.
A viagem dura cerca de 5:30, por isso, acho que vou ter de tomar algo para adormecer, se não a viagem vai ser uma tortura.
Enquanto esperava pela chamada do nosso voo, não pude deixar de reparar num rapaz que estava a atirar-se a umas meninas. Era um rapaz alto e moreno e tinha prai uns 16 anos, nem sequer parecia ser português, mas passado pouco tempo perdi as vista do rapaz e das meninas que se encontravam com ele.
"Voo 327 para Miami é favor dirigir-se para a porta G"
Dirigi-me, com a minha mãe e com o meu irmão para a porta e quando entrei no avião reparei que não ia ficar à beira deles. Comecei a ficar preocupada pois não ia ter ninguém com quem falar durante mais de 5 horas, mas até podia ter a sorte de ficar ao lado de alguém da minha idade e principalmente, que seja simpático.
Faltava pouco para o avião levantar voo e ninguém se encontrava ao meu lado, mas quando a porta se estava a fechar aparece o tal rapaz que se encontrava com as meninas, a pedir desculpa pelo atraso.
Como devem estar a imaginar o rapaz ficou ao meu lado. Não tenho sorte nenhuma, pois até que ele é muito giro, mas parece um rapaz muito arrogante.
"Olá, chamo-me Carter" diz o rapaz que eu andava a criticar interiormente.
"Olá, o meu nome é Bella" se calhar eu estou errada quanto ao que eu penso do rapaz, quer dizer, do Carter, se calhar ele até é boa pessoa. Mas eu vi-o a atirar-se aquelas raparigas.
"Vais para Miami de férias?"
"Não, a minha mãe arranjou emprego em Miami e vamos viver para lá"
"Eu também estou vivendo em Miami, isto é, antes vivia 6 meses em Portugal com a minha mãe e outros 6 em Miami com o meu pai, mas à 3 anos que estudo em Miami por isso estou vivendo com o meu pai."
"Com sorte até vai ser o mesmo colégio" afirmo na expectativa de chegar à escola e conhecer alguém.
"Sim, isso seria bom, mas existem muitos colégios em Miami, por isso vai ser pouco provável"
Quando ele disse isso, a minha esperança acabou, eu ia mesmo para um escola, noutro continente, onde se falava outra língua sem conhecer ninguém.
Até que a viagem parecia não ser tão longa quanto isso, provavelmente porque estava distraída a falar com o Carter. No início pensava que ele era um daqueles rapazes que passam a vida a atirar-se a meninas, mas com o desenrolar da conversa fiquei com uma impressão diferente dele. Até que Carter era uma pessoa simpática afinal.
"O que é que costumas fazer nos teus tempos livres?" - pergunta-me Carter.
"Costumo jogar basketball. O basketball é a minha vida e sempre que estou deprimida ou triste com alguma coisa costumo pegar numa bola e lançar ao cesto que começa tudo a melhorar."
"Que engraçado, eu pratico basketball no meu colégio. Se nos voltarmos a ver em Miami eu quero jogar 1 contra 1 contigo para ver se és realmente boa!"
"Podes querer que sou e aposto que te vou ganhar!"
"Eu até te pedia o teu número para combinarmos alguma coisa, mas como só vens agora para Miami, ainda não deves ter telemóvel, pois não?"
"Não, não tenho" - afirmo triste
Durante a viagem continuamos a falar sobre basketball e sobre os nossos jogadores preferidos da NBA.
Eu tal como Carter já estávamos a ficar cansados da viagem e sem dar por nada eu já estava com a minha cabeça encostada à curva do seu pescoço. Carter encosta a sua cabeça a minha e assim ficamos por muito tempo.
Quando já estava quase a dormir no seu ombro ouço uma voz conhecida. Era o meu irmão Zack.
"Vim ver se estava tudo bem contigo maninha, mas parece que melhor era impossível"
"Não é..."
"Não te preocupes, não precisas de ficar nervosa" - estava agora tão envergonhada de deveria estar vermelha como um tomate.
"Este é o Carter, ele é Português e mora em Miami, como nós agora"
"Eles se cumprimentam e vejo o meu irmão a mandar um olhar matador para o Carter"
"Maninho, não tens de ir para o teu lugar?" - pergunto subtilmente querendo dizer para ele se ir embora, e para minha felicidade ele entendeu e voltou para a beira nossa mãe.
"Desculpa pelo que se passou agora"
"Não faz mal, é normal os irmãos mais velhos serem protetores. Eu também tenho uma irmã mais nova e também sou assim. Ninguém se mete com ela se não está feito comigo"
Que fofo, omg ele para além de ser lindo, era super simpático e super protetor. Ele era perfeito, pois naquele momento eu não encontrava nenhum defeito nele, mesmo que tentasse.
"Fala-me sobre a tua irmã"
"Chama-se Alice, tem 6 anos, cabelo loiro ondulado, e é a coisa mais linda, fofa e simpática de todo o mundo. É filha do meu pai e da minha madrasta."
"Adorava conhecê-la"
"Talvez um dia, se a gente se voltar a encontrar"
Chegamos ao aeroporto de Miami e fui ter com a minha mãe e o meu irmão. Pegamos nas malas e chamamos um táxi que nos levaria à casa que a nossa mãe comprou com as suas poupanças.
Era uma casa muito bonita e moderna. Tinha piscina e relvado para estendermos a toalhas para quando fôssemos a piscina. Estava maravilhada com a casa, mas o melhor foi quando entrei no meu quarto. As paredes eram todas brancas e grande parte do quarto era ocupada por uma enorme cama com um edredão azul marinho. Também tinha uma secretária de vidro e uma janela gigante com vista para a piscina.
Adorei o facto de o meu quarto ser todo branco, assim poderia decorá-lo ao meu gosto.
