Capítulo 2: Os homens

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( Passado)

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Em seguida, chegou dois homens, que estavam entre os soldados à nossa frente e um deles, bateu no vidro do carro e apenas disse:

- Saíam do carro!
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Meu pai, somente olhou para ele e não ousou se  mover, por qualquer motivo que seja.

Então o soldado, estando muito irritado, disse mais uma vez:

- Saíam logo do carro!
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Meu pai, sem escolha, saiu, para que minha mãe, também não precisasse  se retirar do carro.

Ele estava muito amedrontado, dava para ser notado, no olhar dele.

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Então o meu pai, estando trêmulo de medo, pediu ao soldado:

- Por favor! me levem, mas não machuquem o meu filho e a minha mulher, eu imploro!

- Deixe-os ir, logo estarão longe daqui e você não voltará a vê-los novamente.

O soldado em resposta, zombou dele dizendo: - Por que eu deveria poupar à vida da sua família? Seu porco sujo!

*

O soldado, logo após dizer aquilo de forma invasiva para o meu pai, cuspiu nele.
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Enquanto isso, o segundo soldado, decidiu olhar no bolso do meu pai, que ficava na jaqueta dele.

( Ele pegou a identidade e olhou atentamente o nome e sobrenome. Após analisar com calma, ele olhou para o meu pai e disse:

- Anda! Pegue o seu filho e vá embora!

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- Assim tão de repente?

- Mas e a minha mulher?
Disse assustado.

- Sua mulher fica! Pois ela não parece uma de nós.
Disse o segundo soldado.

Minha mãe ouvindo tudo, gritou:

- Não!!! Por favor! O meu filho precisa dos meus cuidados, ele precisa de mim!

- Ele não pode ficar sem uma mãe!

O soldado, gritou com a minha mãe, irritado: - Cala a boca!

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( Informação extra, Oli: Na identidade do meu pai, estava o sobrenome "KAEDE" e o segundo soldado que estava à esquerda do nosso carro, viu que meu pai, era um antigo servente do exército e que era um deles. )

4

O Soldado, para não machucar um garoto de "raça pura", resolveu exercer uma condição:

- Vá! Ou terei que matar o seu filho, Junto com à sua mulher!

O meu pai, fechou os olhos e chorou.

Ele se virou em direção à minha mãe e disse:

- Desculpa! Me perdoe...

(Ele disse com decepção.)


Minha mãe, estando preocupada e com medo, disse:

- Oliver... Querido, saiba que eu te amo, muito meu amor e daqui para frente, você ficará só com o papai.

- Não fique assutado tá bom? Eu prometo que voltarei para você, quando tudo se resolver.


Depois de ter me dito isto, ela se retirou do carro e foi em direção ao segundo homem.

Ela foi embora com ele, entre as cinzas.

Ela desaparecia aos poucos, pela fumaça das chamas e eu só olhava, até a última sombra dela desaparecer.

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*

Narração do futuro:

(Ela disse que voltaria, mas depois daquele dia, eu vejo que era mentira, pois eu nunca mais voltei a vê-la.)

Eu fiquei com o meu pai, por um bom tempo, até ele ser chamado para lutar na guerra e nunca mais voltar.

Eu fiquei órfão de pai e mãe e eu nunca mais consegui esquecer daquele dia.

Nunca deixo de pensar, que se eu não fosse considerado um menino de "Raça pura", eu seria morto junto com à minha mãe.

Autor:

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Está história é uma crítica a 2° guerra mundial.

Para entender o 1° e 2° capítulo da história, peço que você leitor, conheça um pouco mais sobre a 2° guerra mundial.

Explicando um pouco deste capítulo: O Oli não foi morto junto com a mãe dele, pelo fato dele ser loiro de olhos claros.

Durante o movimento "Nazista",

Milhares de Judeus, Negros e Ciganos, foram mortos e a mãe do "Oli" era cigana.

Naquela época, o movimento nazista, queria transformar a Alemanha, em um país de "raça pura" ou "Raça ariana". Isso era o que os nazistas queriam: um país composto por pessoas brancas, com características como: loiro de olhos claros.

Todos os povos que não eram da raça ariana, foram considerados membros de raça inferior.
E passaram a ser perseguidos.

Peço que procurem mais afundo por esta informação, por este site de História:

"Históriadomundo.com.br"

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Está história é fictícia, algumas coisas colocadas na história, não foram acontecimentos "Reais".


Sou apenas OliOnde histórias criam vida. Descubra agora