As co-estrelas Luke Nolan e Nicola Carter conheceram-se há cinco anos, quando foram escalados para seus papéis na série da FlizTV, Brigman, adaptação da saga de livros, Os Brigmans. Tudo mudaria em suas vidas a partir daquele ano, principalmente por...
As duas cenas do beijo aconteceram naquela noite. Uma era de quando Penny pedia a Collin que a beijasse.
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A outra era apenas um sonho que Collin teria depois de ficar perturbado com o beijo. O rapaz iria ficar completamente alterado depois de provar os lábios da amiga, e Luke achava a cegueira metafórica de seu personagem muito engraçada. Depois daquilo ele ficaria perdido de amor. Era engraçado e profundo ao mesmo tempo, que um único beijo fizesse um homem, que poderia ter o mundo aos seus pés, se apaixonar pela mulher que sempre esteve ao lado dele. Ele balançou a cabeça lentamente. Aquilo não acontecia... Um beijo não provocava uma dependência daquelas.
Como o beijo que ele dera em sua amiga, Nicola. Totalmente profissional. Teve aquelas reações físicas, mas nada que o levasse a uma paixão, o quão confuso um homem poderia ser para se apaixonar assim. E ele sabia muito bem que Collin estava mesmo confuso, meio perdido, sem noção exata de seu papel, então era bem claro que não via a Pen – apelido de Penny – como seu amor e precisou de algo que destravasse aquilo. Mas Luke era um homem bem resolvido, e aquele primeiro beijo foi bom, e digno de lembrança, mas... Luke acreditava que aquilo era a química que precisavam. Uma hora, os beijos em Nic ficariam tão monótonos como em qualquer relação. Ele tinha certeza. Ele achava que tinha certeza.
O primeiro beijo gravado era mais romântico, o segundo era apaixonado. E ambos foram elogiados pela equipe. A coordenadora de intimidade havia dado umas dicas do que deveria ser feito, mas ele e Nicola não estavam indo para um terreno inexplorado. Já haviam, em uma sacada inteligente, treinado.
Luke chegou de madrugada em casa. Início da manhã, pode-se dizer. Depois de uma hora, Jody levantou. Bom, Luke pensou, assim como tirar algo colado na pele, era melhor ir de uma vez. Enquanto ela lavava a louça, ele contou.
- Você vai fingir estar apaixonado por outra?
Ele sentiu no tom que ela usou, as coisas não ficariam nada bem.
- Olha, eu vou falar com a produção que nós conversamos e decidimos que é melhor não. – explicou Luke, com uma voz condescendente, pois não queria começar uma briga.
- Ah, claro. E eu sairei como culpada.
- O quê?
- Era isso que você queria, imagino. – falou, com ironia – Qual a minha opção agora, Luke? Ou eu aceito, ou sou a vilã que destruiu o marketing da série.
- Não tem nada a ver...
- Se você tem vergonha de fingir que está apaixonado por aquela mulher, não coloque a culpa em mim. – exaltou-se, colocando os talheres violentamente na pia.
- Espera aí, ei, do que você está falando?
- Rumph! – ela pegou o pano de prato da mão dele e começou a secar os objetos sozinha – A ideia deve ter sido dela!
- Jody, acalme-se, a ideia foi da produção.
- Sei. Duvido que ela não tenha tido nada a ver com isso.
Luke começou a ficar raivoso com o desrespeito de Jody.
- O nome dela é Nicola.
Jody o olhou com olhos fuzilantes.
- Eu sei qual é o nome dela! – gritou.
- Ela é minha colega de elenco e uma boa amiga.
- E também é a mulher por quem você tem que fingir estar interessado. – rebateu.
Ela balançou a cabeça, e colocou as mãos no mármore claro da pia. Inspirou e expirou bem forte. Eles ficaram calados por alguns segundos. Luke a olhava atentamente.
- Vamos lá, Luke. – disse Jody, e olhou para ele – Admita que você não quer fazer isso.
- Eu, – ele começou, estranhando o comentário – eu estava preocupado, mas era por não saber como você reagiria.
- É mesmo? – ela questionou, indo até ele – Amor, já deve ser difícil ter que passar por cenas íntimas com ela, agora, o mundo achar que vocês estão apaixonados.
O sangue se esvaiu do rosto de Luke, foi quando ele entendeu o que sua namorada estava dizendo, e isso o pegou de surpresa.
- Pare com isso, Jody, agora mesmo.
- Você não precisa fingir para mim, eu sou sua namorada. – ela disse, como se soubesse coisas de Luke que ele mesmo não sabia.
E ele odiava isso. Como odiava quando ela dava uma de terapeuta para cima dele.
- Pode me falar a verdade.
- Jody, já chega. – ele murmurou, irritado.
- O que eles estão te pedindo não é justo, fazerem os outros acharem que você se apaixonaria por ela.
- Já chega! – ele gritou, e afastou-se – Você passou dos limites. Olha só a besteira que está falando. Essa não é você.
Jody foi atrás dele.
- Você acha ela atraente?
- Jody, mas o que é isso? Por que está agindo assim? Aquilo é trabalho.
- Você não me respondeu.
Balançando a cabeça, Luke sentiu um peso no coração.
- E nem vou, porque essa pergunta tem mais a ver com você do que comigo. Trate sobre isso com a sua terapeuta, urgente.
- Ah, eu tenho muito o que falar para minha terapeuta!
