Festa Mortífera

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      O intervalo havia acabado. Todos foram para as suas salas normalmente. O maior assunto que estava tendo agora era a festa da Tina.
   - Cara, imagina como vai ser essa festa?
   - Vai ser incrível, tenho certeza!
   A aula de projeto de vida foi vaga, onde teve aviõezinhos de papel e muita conversa.
  - Oi Estela, você tá bem? – dizia Luíza.
  - Oi Luíza! Eu estou bem, e você?
  - Eu estou bem, ah, você quer ser o meu par na festa?
   Ela olha um pouco envergonhada pra Luíza, mas respira fundo e responde:
    - Sim!
    Ela sentiu um rapaz se aproximando.
  - Olha só, eu achei que teríamos a sorte de ter uma novata bonita, mas não foi dessa vez.
  - Antes feia do que burra igual a você.
   Ele olhou com uma cara de desprezo pra ela, mas ela o ignorou por completo.
   O sinal toca e aula de biologia se inicia. Na sala, havia entrado uma mulher misteriosa.
  - Bom dia pessoal, eu me chamo Shirley e  serei a nova professora de vocês. E para começar, só vou exigir uma coisa: que calem a boca. Foi isso, agora vamos para a matéria
   No momento em que ela entrou, Estela sentiu uma sensação estranha, muito estranha em relação à essa moça.
  A aula havia acabado e só tinha uma coisa na mente dela, quem era aquela mulher? E por que ela sentia que conhecia ela?
  A mente de Estela se desocupou desses pensamentos e ela voltou o foco para a festa de Tina. Ela chegou em casa, cumprimentou dona Yolanda.
   - Boa tarde minha querida, como foi a sua aula?
   - Foi legal... – Dizia Estela com receio de contar sobre Shirley.
   Dois segundos depois, uma jovem com um estilo gótico desceu a escadaria para ver ela.
   - E aí, como foi seu primeiro dia de aula?
   - Oi Isabela, foi incrível.
   - Eu sei que está mentindo
   - E eu ia mentir com que propósito?
   - Disfarçar bullying, ou ter visto algo bizarro, afinal você anda sonhando com muita coisa.
   A mente dela entrou em choque. Era dos seus sonhos que ela conhecia Shirley. Os sonhos eram sempre a Shirley seguindo sua família, juntamente com um homem, cujo ela nunca conseguiu ver o rosto.
   - Eu te garanto que não há nada de errado, só fui chamada pra uma festa hoje.
  - Ah, sim...da esquisitinha não é? – dizia Isabela enquanto segurava a risada.
  A porta se abriu e um homem apareceu. Era o pai de Estela e Isabela.
   - Antônio, você chegou cedo hoje – falava Yolanda, que estava pronta para dar um beijo na bochecha dele, mas foi recusado.
  - Oi Yolanda, oi crianças, como foi o dia de vocês? – Perguntava Antônio com um certo desgosto em seu rosto.
   - Foi ótimo – Respondiam todas ao mesmo tempo.
   Por não aguentar mais um minuto com o pai por perto, ela subiu para o quarto, onde esperou o pai tomar banho para tomar logo em seguida. Nesse tempo ela aproveitou pra pensar em que vestido usar para a festa.
  Na verdade, ela pensava em outra coisa. Era a sua relação com o seu pai. Estela sempre sentiu que ele era distante e que nunca chegou a sentir nada por nenhuma delas.
   O tempo passou e ela foi para banheiro, e no caminho para o banheiro, ele encarou a garota de uma maneira fria e cruel. Ela nunca entendia o motivo daquele olhar, mas ela nunca questionava ele por medo. O que restou fazer foi entrar no banheiro sem falar uma única palavra.
  Nessa hora, Lucas estava vendendo lanches pela praça, já que esse era o seu trabalho. Com o sorriso no rosto o rapaz anunciava a grande variedade de salgados e doces.
  - Boa tarde, o senhor vai querer um brigadeiro caseiro?
- Não, obrigada rapaz.
- Eu tenho certeza que eu não vou conseguir vender nada hoje – pensava o rapaz.
- Eu moça, você vai querer um brigadeiro caseiro?
   A moça passou reto, mas deu pra ver um pouco do rosto, era semelhante ao de Shirley.
  Ele entrou em choque. Nem ele mesmo sabia o motivo, mas ele sentia alguma coisa estranha naquela mulher.
   Ele voltou ao mundo real e continuou vendendo os doces e salgados sem sucesso algum.
   Enquanto isso, Estela se levantava da cama para ir falar com Isabela. Quando ela desceu as escadas, sua irmã estava lá, esperando ela.
  - Que susto garota.
  - Foi mal, minha intuição de irmã foi mais forte.
  - Olha Isa, mudando de assunto, você também sente que o nosso pai é bem distante?
  - Sim. Mas isso é normal, é porque ele trabalha muito, você acaba por nem ver ele. – afirmava Isabela.
    Estela ouviu o barulho da porta se abrindo. Era só o pai dela, mas saber que ela ia ficar cara a cara com ele causava uma sensação agonizante.
  - Você tá bem? – Perguntava sua irmã em tom de preocupação.
  - Estou – dizia Estela enquanto disfarçava.
  - Não minta pra mim, Estela.
  - Ok, eu vou falar, eu não me sinto bem quando ele tá aqui.
  - Um dia tudo ficará bem, pode apostar. Bom, eu vou lá em baixo ajudar a nossa mãe, e você pare de pensar nisso.
     Assim que ela saiu do quarto, Estela começou a pensar em outra coisa, na Shirley.
   Bernardo estava caminhando distraído, quando acabou esbarrando em uma garota.
   - Olha por onde anda guri. – dizia a garota.
   Ele olhou admirado para a garota com pele negra.
   - Ei, qual é o seu nome?
  - É Juliana. Por quê?
  - Ah, perdão pelo incômodo.
  - Ei, eu acho que eu te conheço de algum lugar... Pera aí, Bernardo? Quanto tempo que eu não te vejo. Lembra de mim? A Juliana do 9° ano.
- Ju? Meu Deus, eu achei que você tinha ido pra São Paulo.
- Eu fui, mas meus pais não gostaram de lá e voltará pra cá.
- Bom, eu fico feliz em saber que eu te reencontrei.
    Juliana não sabia o que falar. Essa era a primeira vez que alguém demonstrava afeto por ela. Ela saiu correndo sem saber o que falar, enquanto Bernardo observava a garota indo embora completamente perplexo.
    O tempo se passou e já estava quase na hora da festa de Tina. Estela observava um vestido roxo que ela não usou em nenhuma ocasião. Ela estava decidida, era aquele vestido que ela usaria.
    - Olha só, não é que o dragão tem bom Gosto? – debochava Isabela.
    - Não enche, Isabela.
   - Tá bom, vim dar pelo menos um tchau pra você antes de ir trabalhar., então, tchau.
   - Tchau.
    Isabela descia as escadas enquanto Estela passava um gloss. Naquele momento, ela estava olhando pro espelho quando viu uma criatura olhando para ela no corredor.
     Ela virou para trás e não viu absolutamente nada. Com isso ela começou a questionar a própia saúde mental por um segundo, mas voltou o seu foco para a festa.
   Ela desceu as escadas, se despediu da mãe, que a elogiou e encarou o pai antes de sair.
    Lucas estava pronto para sair com um estilo básico, jaqueta de couro, calça jeans e sapatos.
    Quando ele estava andando pelas ruas, começou a sentir uma presença estranha, mas ignorou isso.
    Todos já estavam prontos e ansiosos pra festa, afinal, esse era um evento muito esperado pelo pessoal da escola, um evento que prometia ser inesquecível.
    A hora da festa finalmente chegou. Os portões da casa de Tina se abriam, os convidados entravam na casa como se fossem predadores avistando sua presa.
    Estela entrou delicadamente na casa de sua colega. Assim que ela avistou aquele ambiente agitado, enquanto a aniversariante entregava salgados para os participantes, ela se assustou e pensou em ir embora.
    Enquanto isso, Lucas estava entrando na casa, quando foi surpreendido pela aparição de um certo alguém, esse alguém era Milena, sua ex.
  - Oi Lucas. – Ela estava pronta pra abraçar Lucas, quando acabou sendo afastada por ele.
  - Oi Milena.
   Enquanto ele entrava, a garota ia atrás dele, na esperança de que ele algum dia, ela iria conquistar aquele rapaz.
   - Oi Estela, você tá linda com esse vestidinho roxo.
  - Obrigada Cristina.
  - Ninguém me chama assim.
  - Pois eu chamo.
   Tina apenas observou ela profundamente, mas acabou por ignorar o comentário da espanhola.
   Lucas entrou e procurou logo pelo seu grupo, mas antes, ele cumprimentou todo mundo que estava na festa.
   - Finalmente você chegou.
   - Oi pra você também
   - E aí gente.
  - Oi Bernardo.
  - E aí cara.
  - E aí.
  - Aí, é só eu ou vocês também estão com um sentimento ruim?
  - Não, eu também eu senti.
    No momento seguinte, as luzes se apagam e voltam com a mesma rapidez. Assim que as luzes iluminaram novamente a sala da casa de Cristina, foi possível ouvir um grito bem agudo daquele local.
   Quando o grupo foi correndo para ver o que estava acontecendo, eles viram uma multidão desesperada por um único fato: Cristina havia desaparecido.
  - Como assim ela desapareceu? – Interrogava a Sanchéz.
  - Na hora em que eu estava conversando com ela... As luzes se apagaram e quando tudo voltou ao normal ela sumiu... Eu não sei como, mas ela sumiu. – Explicava um dos colegas de Tina.
- Vamos procurar ela lá em cima.
- Estela, você ficou louca?
  - Ainda não.
Estela foi subindo, e logo atrás dela, os outros começaram a subir. Ela continuou subindo até chegar no segundo andar. Ela viu uma escada e teve a não tão brilhante ideia de subir essa escada para chegar até a laje.
  - Eu vou descobrir o que tá acontecendo de uma maneira bem difícil.
  Ela olha para o chão e observa as gotas de sangue presentes. Essas gotas indicavam até a caixa d'água. Estela seguiu as gotas, abriu a caixa d'água e realmente descobriu o que estava acontecendo de um jeito bem difícil. O corpo da Cristina estava lá.

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            Obrigada por ler até aqui :)

      

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⏰ Última atualização: May 28 ⏰

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Sanchéz: O Preço Da MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora